No dia de ontem, o deputado federal Nilson Pinto, do PSDB, fez um duro pronunciamento na Cãmara Federal, denunciando o que ele chama de "subserviência do Congresso Nacional". O motivo de tamanha revolta é a grande quantidade de vetos da Presidência da República não apreciados pelos congressistas.
As críticas, apesar de indiretas, tem destino claro: a base governista. "O Congresso permanece inerte, silente, calado, mesmo vendo ser prejudicada severamente à população que ele representa" diz o deputado, que ainda acrescenta que esta postura é responsável pelo descrédito do legislativo federal.
Ao que tudo indica, o tucano paraense propõe uma nova prática na relação entre os poderes. Em seu estado natal, onde o poder executivo é dirigido por seu partido, a relação deve ser muito mais republicana. Ledo engano. Nós paraenses sabemos muito bem como funcionam as coisas na Assembléia Legislativa de nosso estado.
Votação de projetos de lei e pedidos de empréstimo sem os devidos esclarecimentos, ausência de representantes do executivo em sessões especiais, pedidos de CPI para investigar o executivo sumariamente excluídos da pauta ou esvaziados, pedidos de explicações dos parlamentares ignorados. Sem contar as interferências nas eleições das federações de municípios, como recentemente denunciado pelo prefeito de Marabá, João Salame.
Apesar de discordar da posição do deputado sobre a relação entre o poder executivo e o legislativo federal, não vou entrar no mérito. Pois acredito que, para falar de alguém, o sujeito precisa estar limpo. É o que não ocorre com o poder executivo do Pará, comandado pelo PSDB.
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