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segunda-feira, 30 de abril de 2012

No discurso do Dia do Trabalho, Dilma volta a cobrar dos bancos juros mais baixos

Deu na Agência Brasil

Brasília – No pronunciamento transmitido em rede de rádio e televisão para comemorar ao Dia do Trabalho (1º de maio), a presidenta Dilma Rousseff cobrou dos bancos privados mais esforços para reduzir as taxas de juros cobradas em empréstimos, cartões de crédito e no cheque especial. E aconselhou o brasileiro a procurar os bancos que ofereçam as taxas mais baixas.

“É inadmissível que o Brasil, que tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos, continue com um dos juros mais altos do mundo. Esses valores não podem continuar tão altos. O Brasil de hoje não justifica isso. Os bancos não podem continuar cobrando os mesmos juros para empresas e para o consumidor, enquanto a taxa básica Selic cai, a economia se mantém estável e a maioria esmagadora dos brasileiros honra com presteza e honestidade os seus compromissos”, disse Dilma no discurso veiculado esta noite (30).

Para a presidenta, com a queda da taxa básica de juros e inflação estável, os bancos privados estão sem argumento para explicar a manutenção dos altos juros cobrados dos clientes. “O setor financeiro, portanto, não tem como explicar essa lógica perversa aos brasileiros. A Selic baixa, a inflação permanece estável, mas os juros do cheque especial, das prestações ou do cartão de crédito não diminuem”.

Para pressionar os bancos privados, a presidenta espera contar com a pressão dos próprios clientes, que podem estimular a competição entre os bancos. “É bom, também que você consumidor, faça prevalecer os seus direitos escolhendo as empresas que lhe ofereçam melhores condições”, disse.

Dilma Rousseff espera que os bancos privados sigam os mesmos passos dos bancos públicos, que reduziram as taxas das linhas de crédito voltadas ao consumo e do cheque especial. “A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil escolheram o caminho do bom exemplo e da saudável concorrência de mercado, provando que é possível baixar os juros cobrados dos seus clientes em empréstimos, cartões, cheque especial, inclusive no crédito consignado”.

De acordo com a presidenta, somente quando os juros nacionais chegarem ao patamar das taxas internacionais, a economia brasileira “será plenamente competitiva”, saudável e moderna.

Para fortalecer a economia do país e estimular a abertura de vagas de trabalho, Dilma citou que, no governo dela, retirou impostos incidentes sobre a folha de pagamento, “dando mais alívio ao empregador e mais segurança ao empregado”. E defendeu a necessidade de se investir em educação de qualidade "em todos os níveis" e, também, na qualificação e treinamento dos trabalhadores.

Em visita a Tucuruí, ex-governadora declara apoio à candidatura de Jones William




"No último sábado (28/04) Tucuruí recebeu uma visita ilustre, a ex-governadora Ana Júlia Carepa veio declarar seu apoio à candidatura do petista Jones Wiliam à prefeitura municipal. Ana Júlia desembarcou por volta das 10 h. no aeroporto da cidade onde foi recepcionada por lideranças políticas locais, reuniu brevemente com alguns militantes do partido, participou do Encontro Municipal do PTB e depois visitou duas rádios locais onde fez uma espécie de prestação de contas do seu governo, além de agradecer ao eleitorado local pela votação que teve.

Ainda no inicio da tarde seguiu viagem para Parauapebas, onde participou da cerimônia de entrega de 1000 casas populares do programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal em parceria com a administração petista do município.

"São obras minhas que estão pintadas de amarelo"

A ex-governadora rebateu uma critica do atual prefeito de Tucuruí, Sancler Ferreira, que no mesmo microfone, semanas atrás, havia dito que quando o PT estava no governo, seus vereadores, que agora criticam sua gestão, “não trouxeram nenhum tijolo” para beneficiar a população do município. Ana Júlia esclareceu que o asfaltamento de vários bairros da cidade, como Nova Conquista, Liberdade e Beira Rio foram feitos com dinheiro do Governo do Estado e isso só foi possível por que o vereador Jones William levou a demanda ao seu gabinete.

Ela disse ainda que várias obras que estão pintadas de amarelo foram feitas com recursos do Governo do Estado, como a Casa Maria do Pará, o prédio da URE e os Centros de Informática. Ana citou ainda a parceria do seu governo com o Governo Federal para trazer ao município o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Falou ainda da implantação do Corpo de Bombeiros, que deixou equipado, da entrega de “ambulanchas” e também do seu empenho para a construção das eclusas que liberaram a navegação no rio Tocantins."

Caça aos corruptores

Por Mauricio Dias, na Carta Capital

Na palestra que fez para uma plateia de estudantes na Universidade de Harvard, durante a recém-concluída viagem aos Estados Unidos, a presidenta Dilma Rousseff apontou o dedo num equívoco da sociedade brasileira: “Olhar só para quem é corrupto, sem olhar para o corruptor”.

Eis um expressivo suporte para essa afirmação de Dilma. Dados da Controladoria-Geral da União mostram que, nos últimos nove anos, mais de 3,6 mil agentes públicos da administração federal foram demitidos. O tempo abrange a data de criação da GGU e coincide com a existência dos governos petistas.

Talvez por isso a presidenta, que já afastou meia dúzia de ministros acusados de ilícitos, tenha citado o sábio Montesquieu – “os homens não são virtuosos, as instituições têm de ser virtuosas” – para, em seguida, concluir: “Temos de garantir o controle institucional dos processos, das práticas”.
Mas vem um antídoto aí, se ele saltar as barricadas que forem erguidas ao longo datramitação no Congresso.

O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) já concluiu o relatório do Projeto de Lei enviado pelo governo Lula em 2010, que, entre outras medidas, responsabiliza as “pessoas jurídicas pelos atos praticados por qualquer agente ou órgão que as represente”.

Esse é um ponto-chave da questão nessa terra de ninguém.

“É difícil responsabilizar o agente corruptor. A empresa sempre argumenta que o funcionário agiu sem autorização. E se livra do problema”, explica Zarattini, relator da Comissão Especial da Câmara, formada para analisar a proposta do Executivo.

No relatório, o parlamentar inclui mais um dado que remete ao problema apontado por Dilma. Segundo ele, o Brasil, no campo do direito internacional, é um dos três países signatários da Convenção Anticorrupção da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sem legislação que responsabilize pessoas jurídicas por atos de suborno contra autoridades públicas. Os outros dois são a Argentina e a Irlanda.

O projeto, além de prever a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica, não exclui “a responsabilidade de seus dirigentes” do ato ilícito “ainda que tenha agido sem poderes de representação ou sem autorização superior”. E, mais, cria punições administrativas com multas que variam de 6 mil a 6 milhões de reais e bloqueia por dez anos qualquer relação da empresa corruptora com órgãos públicos ou instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público.

Cria ainda um cadastro nacional de empresas corruptoras, punidas pela administração pública. Obviamente, todo o procedimento se dará com amplo, porém rápido, direito de defesa.

A proposta enviada pelo Executivo sofreu 35 emendas na Comissão Especial criada em 2011 na Câmara. Além de algumas supressões, sofreu acréscimos que ampliaram o poder e o alcance do projeto original, segundo o relator.

É uma arma de efeito letal para funcionários corruptos e para empresários corruptores. “Onde há corruptos há corruptores”, deduziria o redundante Conselheiro Acácio, sabedor de que esse crime tem sempre dois agentes: o ativo e o passivo.

“A meu ver, essa proposta é mais importante contra a corrupção do que a Lei da Ficha Limpa”, afirma Carlos Zarattini.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Visitas


Este final de semana irei a Tucuruí e Parauapebas participar de atividades partidárias. Uma oportunidade de matar a saudade de velhos companheiros e da população das duas cidades, que sempre me acolheu muito bem.

Até lá !!!

Cara de pau

"É a hora, senadores, de colocar em pratos limpos este País. Vamos mandar para a cadeia os corruptos, os ladrões que assaltam a nossa pátria. Nós temos ordem neste Brasil hoje? Não. A pátria está corrompida. Nós temos progresso nesse país hoje? Não. Nós não temos educação, nós não temos segurança, nós não temos saúde. O país está parado brasileiros e brasileiras".
Mário Couto

É impressionante a cara de pau deste senhor. Ele fala como se tivesse uma linda e imaculada carreira profissional e política. Quem não sabe que ele praticou a contravenção abertamente e presidiu a Assembléia Legislativa do Estado por quatro anos, período em que esta casa de leis foi saqueada por uma quadrilha que fraudou licitações e a folha de pagamento, pode até acreditar nestas palavras. Mas o povo paraense inteiro sabe quem o senhor é, senador. E o poder judiciário, assim torcemos, irá em breve retirar sua máscara de vestal com o julgamento dos processos em que o senhor é um dos indiciados.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Líder do PT lamenta aprovação de novo Código Florestal: “perde o Brasil”


O líder da bancada do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), lamentou a aprovação, nesta quarta-feira (25), pelo plenário da Câmara, do parecer do deputado Paulo Piau (PMDB-MG) ao projeto do novo Código Florestal (PL 1876/99). Para Jilmar Tatto, o texto aprovado representa “um retrocesso” para o meio ambiente e uma perda para o País.

“A proposta anistia os grandes, quem desmatou e, além disso, não prevê a recuperação da área degradada. É um retrocesso daquilo que estamos fazendo todo o esforço para construir, que é o crescimento sustentável, motivo de orgulho e que tem sido elogiado por outros países”, ressaltou.

Ainda de acordo com o líder do PT, o texto aprovado traz insegurança jurídica que poderá levar a dois caminhos. “Existem contradições no texto, itens aprovados na Câmara e no Senado e que foram retirados. Então, pode levar a uma questão judicial e cair tudo por terra e ficarmos sem legislação. Outra possibilidade é o veto, porque tem partes no relatório que são inaceitáveis. Vamos ver o que a presidenta Dilma vai fazer”, disse Tatto.

O líder citou, por exemplo, o artigo que permite a manutenção, em áreas de preservação permanente (APPs), de atividades agropecuárias consolidadas até 2008; e a retirada das regras para as áreas a serem recompostas nas margens dos rios mais largos. O texto apenas prevê que para cursos d’água com até 10 metros de largura, devem ser recompostos 15 metros de vegetação nativa.

Após a votação o líder do PT constatou que bancada ruralista não teve uma votação expressiva de apoio ao texto. “Eles imaginavam ter mais de 400 votos favoráveis e o texto foi aprovado apenas com 274 a favor e 184 contra. Eles estão com um sorriso amarelo, porque esperavam mais e se enfraqueceram”, avaliou.

Os deputados Bohn Gass (PT-RS) e Márcio Macêdo (PT-SE), que também coordenaram o encaminhamento da votação em plenário, consideraram que o País perde com a aprovação do texto.  “É lamentável,  pois prejudica o nosso País. O relator anistiou os grandes latifundiários, trabalhou para apenas 1% ,que detém mais de 40% da área da terra no Brasil”, disse o deputado Bohn Gass.

Para o deputado Márcio Macêdo, o texto aprovado “transformou uma legislação florestal num código eminentemente agrícola”. “Não foi um bom recado que a Câmara deu para as futuras gerações e espero que a presidenta Dilma possa fazer as correções devidas”, frisou o petista.

Dieese ‘desmonta’ justificativas de bancos para manterem alto spread


Um estudo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos (Dieese) desmonta alguns dos principais argumentos dos bancos brasileiros para manterem spreads elevados na intermediação financeira.

No início deste mês, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), pressionada pelo governo federal, condicionara a queda do spread a uma série de medidas a serem tomadas pelo governo, como redução do compulsório e de impostos.

Como se sabe, a resistência durou pouco. Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, sob ordens do governo, cortaram os spreads, obrigando as instituições privadas a fazerem o mesmo para não perderem mercado – ainda que os benefícios permaneçam restritos a alguns pacotes de serviços e segmentos de clientes.

O que o estudo da subseção do Dieese no Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região confirma agora, com base em dados do Banco Central (BC), é que o spread é alto no Brasil por conta das altas margens de lucro embutidas na taxa.

Em 2010, última pesquisa feita pelo BC, o spread era formado por 32,7% de margem líquida, 28,7% de inadimplência, 21,9% de impostos diretos, 12,6% de custo administrativo e 4,1% de despesas referentes ao compulsório, subsídio cruzado e fundo garantidor de crédito.

A alta margem de lucro embutida não é o único problema. “Alguns analistas dizem que é preciso reduzir o compulsório para cortar o spread, mas isso é um desvio de foco, porque o compulsório representa apenas quatro pontos do spread”, afirma o economista do Dieese Gustavo Cavarzan, um dos autores do trabalho.

Ele lembra ainda que está embutido no spread um custo administrativo de mais de 12 pontos percentuais, apesar de os bancos já obterem uma remuneração via tarifas de 130% do valor das despesas com pessoal.

Por fim, uma outra crítica do Dieese diz respeito à inadimplência cobrada via spread, que na verdade é uma estimativa, e não a “inadimplência real”. Isso sugere que em determinados períodos os bancos cobram um valor referente à taxa de inadimplência que, na verdade, poderia ser menor.

Antes da atual onda de corte nos spreads, os bancos brasileiros eram um ponto fora da curva no mundo, onde alguns países chegavam a ter “spreads negativos”. Em janeiro de 2012, enquanto a taxa média paga para aplicações financeiras no Brasil estava em 38% ao ano, a taxa média de captação era de 10,2% anuais, resultando em um spread de cerca de 27,8 pontos percentuais ao ano.

Na Argentina, esse número estava em 3,39 pontos, no Chile, em 4,49, no México, em 3,82, na Colômbia, em 7,37, e na Bolívia, em 9,61. Agora, aguarda-se um novo estudo para confirmar se os spreads no Brasil convergem rumo a padrões normais.

Apesar das novidades, Cavarzan afirma que não acredita que os bancos do país deixarão de registrar lucros relativamente mais elevados do que em outros países. “Eles vão deixar de ganhar na margem, mas vão ganhar na escala,”, diz.

O mercado de crédito no país realmente tem um amplo potencial de crescimento. Enquanto por aqui o volume de crédito alcança patamares de 48% (metodologia do BC, em janeiro de 2012) ou 57% (metodologia do Banco Mundial, em 2010), esse número chega a 225% na Dinamarca, 169,2% no Japão, 145,5% na África do Sul e 130,0% na China - conforme dados do Banco Mundial.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Leandro: CPI da Veja acaba com jornalismo de araque | Conversa Afiada

Leandro: CPI da Veja acaba com jornalismo de araque | Conversa Afiada

A CPI e o fim do jornalismo investigativo de araque


Por Leandro Fortes


Há oito anos, escrevi um livrete chamado “Jornalismo Investigativo”, como parte do esforço da Editora Contexto em popularizar o conhecimento básico sobre a atividade jornalística no Brasil. Digo “livrete” sem nenhum desmerecimento, muito menos falsa modéstia, mas para reforçar sua aparência miúda e funcional, um livro curto e conceitual onde plantei uma semente de discussão necessária ao tema, apesar das naturais deficiências de linguagem acadêmica de quem jamais foi além do bacharelado. Quis, ainda assim, formular uma conjuntura de ordem prática para, de início, neutralizar a lengalenga de que todo jornalismo é investigativo, um clichê baseado numa meia verdade que serve para esconder uma mentira inteira. Primeiro, é preciso que se diga, nem todo jornalismo é investigativo, embora seja fato que tanto a estrutura da entrevista jornalística como a mais singela das apurações não deixam de ser, no fim das contas, um tipo de investigação. Como é fato que, pelo prisma dessa lógica reducionista, qualquer atividade ligada à produção de conhecimento também é investigativa.


A consideração a que quero chegar é fruto de minha observação profissional, sobretudo ao longo da última década, período em que a imprensa tornou-se, no Brasil, um bloco quase que monolítico de oposição não somente ao governo federal, a partir da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, mas a tudo e a todos vinculados a agendas da esquerda progressista, aí incluídos, principalmente, os movimentos sociais, os grupos de apoio a minorias e os defensores de cotas raciais. Em todos esses casos, a velha mídia nacional age com atuação estrutural de um partido, empenhada em fazer um discurso conservador quase sempre descolado da realidade, escoltado por um discurso moralista disperso em núcleos de noticiários solidificados, aqui e ali, em matérias, reportagens e editoriais de indignação seletiva.


A solidez – e a eficácia – desse modelo se retroalimenta da defesa permanente do grande capital em detrimento das questões sociais, o que tanto tem garantido um alto grau de financiamento desta estrutura midiática, como tem servido para formar gerações de jornalistas francamente alinhados ao que se convencionou chamar de “economia de mercado”, sem que para tal lhes tenha sido apresentado nenhum mecanismo de crítica ou reflexão. Essa circunstância tem ditado, por exemplo, o comportamento da imprensa em relação a marchas, atos públicos e manifestações de rua, tratados, no todo, como questões relacionadas a trânsito e segurança pública. Interditados, portanto, em seu fundamento social básico e fundamental, sobre o qual o jornalismo comercial dos oligopólios de comunicação do Brasil só se debruça para descer o pau.


O resultado mais perverso dessa estrutura midiática rica e reacionária é a perpetuação de uma política potencialmente criminosa de assassinato de reputações e intimidação de agentes públicos e privados contrários às linhas editoriais desses veículos. Ou, talvez pior ainda, a capacidade destes em atrair esses mesmos agentes para seu ventre, sob a velha promessa de conciliação, para depois, novamente, estrangulá-los sob a vista do público.


“Jornalismo Investigativo”, porém, foi escrito anteriormente ao chamado “escândalo do mensalão”, antes, portanto, de a mídia brasileira formar o bloco partidário ora em progresso, tristemente conservador, que se anuncia diuturnamente como guardião das liberdades de expressão e imprensa – conceitos que mistura de forma deliberada para, justamente, esconder sua real indiferença, tanto por um quanto pelo outro. Distante, por um breve instante de tempo, da guerra ideológica deflagrada a partir do mensalão, me foi possível escrever um livro essencialmente simples sobre o verdadeiro conceito de jornalismo investigativo, ao qual reputo a condição de elemento de influência transversal, e não um gênero capaz de ser enclausurado em editorias, como o são os jornalismos político, econômico, esportivo, cultural, etc.


Jornalismo investigativo é a sistematização de técnicas e conceitos de apuração para a produção de reportagens de fôlego, não necessariamente medidas pelo tamanho, mas pela profundidade de seus temas e, principalmente, pela relevância da notícia que ela, obrigatoriamente, terá que encerrar. Este conceito, portanto, baseado na investigação jornalística, existe para se utilizado em todos os gêneros de reportagem, em maior ou menor grau, por qualquer repórter. Daí minha implicância com o termo “jornalista investigativo”, ostentado por muitos repórteres brasileiros como uma espécie de distintivo de xerife, quando na verdade a investigação jornalística é determinada pela pauta, não pela vaidade de quem a toca. O mesmo vale para o título de “repórter especial”, normalmente uma maneira de o jornalista contar ao mundo que ganha mais que seus colegas de redação, ou que ficou velho demais para estar no mesmo posto de focas recém-formados.


Para compor o livro editado pela Contexto, chamei alguns jornalistas para colaborar com artigos de fundo, como se dizia antigamente, os quais foram publicados nas últimas páginas do livro. Fui o mais plural possível, em muitos sentidos, inclusive ideológico, embora essa ainda não fosse uma discussão relevante, ou pelo menos estimulante, dentro da imprensa brasileira, à época. O mais experiente deles, o jornalista Ricardo Noblat, hoje visceralmente identificado ao bloco de oposição conservadora montado na mídia, havia também escrito um livro para a Contexto sobre sua experiência como editor-chefe do Correio Braziliense, principal diário de Brasília que, por um breve período de oito anos (1994-2002), ele transformou de um pasquim provinciano e corrupto em um jornal respeitado em todo o país. Curiosamente, coube a Noblat assinar um artigo intitulado “Todo jornalismo é investigativo” e, assim, reforçar a lengalenga que o livro esforça-se, da primeira à última página, em desmistificar.


Tivesse hoje que escrever o mesmo livro, eu teria aberto o leque desses artigos e buscaria opiniões menos fechadas na grande imprensa. Em 2004, quando o livro foi escrito (embora lançado no primeiro semestre de 2005), o fenômeno da blogosfera progressista era ainda incipiente, nem tampouco estava em voga a sanha reacionária dos blogs corporativos da velha mídia. No mais, minha intenção era a de fazer um livro didático o bastante para servir de guia inicial para estudantes de jornalismo. Nesse sentido, o livro teve relativo sucesso. Ao longo desses anos, são raras as palestras e debates dos quais participo, Brasil afora, em que não me apareça ao menos um estudante para comentar a obra ou para me pedir que autografe um exemplar.


Faz-se necessário, agora, voltar ao tema para trazer o mínimo equilíbrio ao recrudescimento dessa discussão na mídia, agora às voltas com uma CPI, dita do Cachoeira, mas que poderá lhe revolver as vísceras, finalmente. Contra a comissão se levantaram os suspeitos de sempre, agora, mais do que nunca, prontos a sacar da algibeira o argumento surrado e cafajeste dos atentados às liberdades de imprensa e expressão. A alcova de onde brota essa confusão deliberada entre dois conceitos distintos está prestes a tomar a função antes tão cara a certo patriotismo: o de ser o último refúgio dos canalhas.


Veio da revista Veja, semanal da Editora Abril, a reação mais exaltada da velha mídia, a se autodenominar “imprensa livre” sob ataque de fantasmas do autoritarismo, em previsível – e risível – ataque de pânico, às vésperas de um processo no qual terá que explicar as ligações de um quadro orgânico da empresa, o jornalista Policarpo Jr., com a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Primeiro, com novos estudos do Santo Sudário, depois, com revelações sobre a superioridade dos seres altos sobre as baixas criaturas, a revista entrou numa espiral escapista pela qual pretende convencer seus leitores de que a CPI que se avizinha é parte de uma vingança do governo cuja consequência maligna será a de embaçar o julgamento do “mensalão”. Pobres leitores da Veja.


Não há, obviamente, nenhum risco à liberdade de imprensa ou de expressão, nem à democracia e ao bem estar social por causa da CPI do Cachoeira. Há, isso sim, um claro constrangimento de setores da mídia com a possibilidade de serem investigados por autoridades às quais dedicou, na última década, tratamento persecutório, preconceituoso e de desqualificação sumária. Sem falar, é claro, nas 200 ligações do diretor da Veja em Brasília para Cachoeira, mentor confesso de todos os furos jornalísticos da revista neste período. Em recente panfletagem editorial, Veja tentou montar uma defesa prévia a partir de uma tese obtusa pela qual jornalistas e promotores de Justiça obedecem à mesma prática ao visitar o submundo do crime. Daí, a CPI da Cachoeira, ao investigar a associação delituosa entre a Veja e o bicheiro goiano, estaria colocando sob suspeita não os repórteres da semanal da Abril, mas o trabalho de todos os chamados “jornalistas investigativos” do país.


A tese é primária, mas há muita gente no topo da pirâmide social brasileira disposta a acreditar em absurdos, de modo a poder continuar a acreditar nas próprias convicções políticas conservadoras. Caso emblemático é o do atentado da bolinha de papel sofrido pelo tucano José Serra, na campanha eleitoral de 2010. Na época, coube ao Jornal Nacional da TV Globo montar um inesquecível teatro com um perito particular, Ricardo Molina, a fim de dar ao eleitor de Serra um motivo para entrar na fila da urna eleitoral sem a certeza de estar cometendo um ato de desonestidade política. Para tal, fartou-se com a fantasia do rolo-fantasma de fita crepe, gravíssimo pedregulho de plástico e cola a entorpecer as idéias do candidato do PSDB.


Todos nós, jornalistas, já nos deparamos, em menor ou maior escala, com fontes do submundo. Esta é a verdade que a Veja usa para tentar se safar da CPI. Há, contudo, uma diferença importante entre buscar informação e fazer uso de um crime (no caso, o esquema de espionagem da quadrilha de Cachoeira) como elemento de pauta – até porque, do ponto de vista da ética jornalística, o crime em si, este sim, é que deve ser a pauta. A confissão do bicheiro, captada por um grampo da PF, de que “todos os furos” recentes da Veja se originaram dos afazeres de uma confraria de criminosos, nos deixa diante da complexidade desse terrível zeitgeist, o espírito de um tempo determinado pelos espetáculos de vale tudo nas redações brasileiras.


Foi Cachoeira que deu à Veja, a Policarpo Jr., a fita na qual um ex-diretor dos Correios recebe propina. O material foi produzido pela quadrilha de Cachoeira e serviu para criar o escândalo do mensalão. Sob o comando de Policarpo, um jovem repórter de apenas 24 anos, Gustavo Ribeiro, foi instado a invadir o apartamento do ex-ministro José Dirceu, em um hotel de Brasília. Flagrado por uma camareira, o jornalista acabou investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal, mas escapou ileso. Não se sabe, até hoje, o que ele pretendia fazer: plantar ou roubar coisas. A matéria de Ribeiro, capa da Veja, era em cima de imagens roubadas do sistema interno de segurança do hotel, onde apareciam políticos e autoridades que freqüentavam o apartamento de Dirceu. A PF desconfia que o roubo (atenção: entre jornalistas de verdade, o roubo seria a pauta) foi levado a cabo pela turma de Cachoeira. A Veja, seria, portanto, receptadora do produto de um crime. Isso se não tiver, ela mesmo, o encomendado.


Por isso, além da podridão política que naturalmente irá vir à tona com a CPI do Cachoeira, o Brasil terá a ótima e rara oportunidade de discutir a ética e os limites do jornalismo a partir de casos concretos. Veremos como irão se comportar, desta feita, os arautos da moralidade da velha mídia, os mesmos que tinham no senador Demóstenes Torres o espelho de suas vontades.

Datafolha: não é Lula ou Dilma; é Lula e Dilma

Datafolha: não é Lula ou Dilma; é Lula e Dilma
A matéria da Folha sobre a pesquisa que aponta recorde de popularidade da presidenta Dilma Rousseff aposta no delírio que anda tomando conta da nossa mídia...
Leia mais, clicando.

Posse Dr Jarbas Vasconcelos na OAB/PA - O Retorno, Hoje, 23/04/2012

    Após uma absurda e autoritária intervenção feita na OAB/PA, por motivações políticas, o legítimo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Pará, Dr. Jarbas Vasconcelos, retorna hoje à entidade, às 17h.
    Parabéns Dr. Jarbas Vasconcelos, e parabéns a todos os advogados paraenses que resistiram a esta intervenção nefasta!!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Mais uma estrela brilha no céu. Valmir Bispo presente!


Hoje o céu ganhou mais uma estrela.

Nela brilha o companheiro Valmir Bispo dos Santos, que nos deixou no dia de hoje. Superintendente da Fundação Curro Velho no meu governo, Valmir foi militante histórico do PT e iniciou a luta no movimento estudantil, sendo presidente da UNE na gestão 1987/88.

O companheiro Valmir será lembrado como atuante no movimento cultural em Belém. Foi atuante na FUMBEL durante a gestão petista da capital e sempre se preocupou com o debate sobre a inclusão social de povos indígenas, quilombolas, formas de expressão cultural tradicionais da cidade e do interior em agendas positivas para a construção de um movimento cultural no Pará. Valmir estava Diretor do Núcleo de Arte e Cultura da Universidade do Estado do Pará (Uepa) e militava no Setorial de Cultura do PT. 

É com pesar que abraço a família de Valmir e seus amigos e na certeza que sua alma agora se encontra ao lado dos valentes que lutaram para dar uma condição melhor de vida ao nosso povo.

sábado, 14 de abril de 2012

Constrangedora performance do senador Flexa Ribeiro na audiência com Ministro dos Transportes

Deu no Blog do Hiroshi Bogéa:

A performance do senador Flexa Ribeiro não foi das melhores durante a audiência concedida pelo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, à comitiva de empresários e políticos paraenses.

Para alguns integrantes da caravana, a reação de Flexa foi “constrangedora”.

Tudo começou quando o ministro disse que estava esperando a conclusão do projeto Executivo encomendado pela Vale para depois decidir quem faria a obra, se o governo ou a própria Vale. Ou os dois, juntos.

Flexa tentou chutar o pau da barraca, radicalizando -, num momento em que se chegava a uma saída mais rápida para a questão da derrocagem do rio – declarando que o governo estava indeciso, ainda esperando uma decisão da Vale, etecétera e tal.

Disse que a obrigação era do governo federal em construir a hidrovia, sem envolver a Vale no processo

Nervoso, chegou, também, a pedir a suspensão da audiência por considerar que o ministro dos Transportes estava revelando uma posição dúbia do governo já que alguns dias atrás a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmara, diante do senador e do líder do governo no Senado, Eduardo Braga, que o Dnit era quem tocaria, sozinho, a hidrovia sem a participação da mineradora.

Reação do senador causou mal estar entre os participantes da audiência, que rechaçaram, à unanimidade, a proposta de retirada do grupo da reunião.

Deputado federal Zé Geraldo (PT), dirigiu-se a Flexa Ribeiro:

- Senador, quando o Serra (José) for presidente do Brasil, o senhor faz isso que está propondo, mas é bom lembrar que a presidente atual é Dilma Roussef, do PT, e a Vale vai ter que ser enquadrada no que o governo quer.

Deputado estadual João Salame (PPS) também se manifestou, usando uma frase imortalizada pelo ex-presidente chinês Deng Xiaoping. “Senador, não importa se o gato é preto ou branco, importa é que ele pegue o rato”, disse, ao ratificar o objetivo final da luta: a derrocagem do rio, não havendo importância saber quem o faria.

Trocando em miúdos, o que o ministro dos Transportes afirmou é o que já foi detectado em trechos do rio Tocantins que vai de Marabá ao Lago de Tucuruí: a presença de técnicos do Instituto de Pesquisa Tecnológicos de São Paulo (IPT) iniciando estudos para confeccionar o projeto Executivo da derrocagem. A empresa foi contratada pela Vale ao valor de R$ 19 milhões.

A posição quase unânime dos integrantes da comitiva paraense contra a radicalização do senador Flexa Ribeiro foca uma questão lógica: reduzir as etapas de dificuldades que um projeto executivo do porte da derrocagem e dragagem do rio, exigiria do governo até sua contratação final.

A começar pela necessidade de cumprimento de prazos para a publicação do edital de licitação até seu julgamento definitivo de escolha da empresa vencedora da disputa.

Com a entrada da Vale financiando o projeto, reduz-se em quase oito meses a contratação final da obra.

O projeto executivo será concluído em quatro meses, havendo, em seguida, a contratação da empresa que executará as obras.

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Comentário:

Como todos sabem e foi citado inclusive pelo jornal Valor Econômico, foi uma exigência minha que a Vale construísse uma fábrica de aço no Pará como forma de verticalizar a produção mineral no estado. Com apoio do ex-presidente Lula, cobramos da empresa a iniciativa e ela agora irá contribuir com a viabilização da hidrovia. Não tenho dúvida que, em breve, ela estará operando a todo vapor ajudando a transportar a nossa produção através do porto de Vila do Conde.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

É hoje: Plenária Vermelha na APPD

Hoje, sexta-feira 13, a partir das 18:30h na APPD vai ser um momento importante de emulação e mobilização da militância do PT Belém. Nesta Plenária Geral estará presente nossos parlamentares e o nosso Pré-Candidato Professor Alfredo Costa, Deputado Estadual da Bancada do PT.

É hoje companheirada.... Vamos lá... Presença confirmada dos Vereadores: Otávio Pinheiro, Marquinho Do Pt, Milene Lauande, Amaury, Adalberto Aguiar e Iran Moraes. Também estarão presentes os Deputados Carlos Bordalo e Zé Maria, dos nosso Deputado Federal Claudio Puty, além do companheiro Paulo Rocha, do Presidente Municipal do PT Apolônio Brasileiro e do Presidente Estadual do PT João Batista.

É hoje: Palestra de Goran Therborn


É hoje, às 17 horas, no auditório do Instituto de Ciências Jurídicas da UFPA. 

Göran Therborn, um dos maiores pensadores contemporâneos, vai lançar seu livro "Do marxismo ao pós-marxismo?", em Belém, hoje à tarde. 

Therbon é professor emérito de sociologia na Universidade de Cambridge, do Reino Unido; pesquisador e ex-diretor do Colégio Sueco para Estudos Avançados em Ciências Sociais, em Uppsala, Suécia; professor aposentado de Sociologia na Universidade de Gottemburg, Suécia e professor de Ciências Políticas na Universidade Católica de Nijmegen, Holanda. 

É considerado um dos mais influentes teóricos no campo analítico do marxismo contemporâneo e um autor fundamental, mundialmente reconhecido como tal, no debate sobre o pós-marxismo. Sua contribuição regular com a revista New Left Review tem ajudado a pautar o debate político contemporâneo e a formar novas perspectivas críticas para a teoria e a pesquisa social.


Artigo: CPI na falsa vestal, por Rui Falcão


O episódio que revelou a escandalosa participação do senador Demóstenes Torres (ex-DEM) em uma organização criminosa merece algumas reflexões e, olhando para o futuro, uma ação imediata.

Desde que foi constatada a cumplicidade do senador com uma gama infindável de crimes, assistimos a uma tentativa (às vezes ridícula)de explicação para o logro em que alguns caíram.

Como justificar que o arauto da moralidade, crítico feroz dos governos Lula e Dilma, trabalhava e traficava informações, obtidas pelo uso indevido do mandato, para um conhecido contraventor?

Até a psicanálise foi fonte de argumentos na tentativa vã de entender as ligações do senador com o contrabando, o jogo ilegal, a escuta clandestina e a espionagem. todas práticas tipificadas no Código Penal.

O certo, porém, é que a veneração que setores da mídia nutriam por Demóstenes refletia uma espécie de gratidão pela incansável luta, essa sim verdadeira, do parlamentar contra todos os avanços sociais obtidos pelos governos petistas.

Ressalte-se, aliás, que mesmo depois de flagrado na participação ativa em organização criminosa, o ainda senador, fingindo ignorar o mundo real, arvora-se a analisar, sob o crivo crítico dos tempos de falsa vestal, ações do governo Dilma.

Mais do que uma “vendetta” contra o fanfarrão, porém, o Congresso está diante de uma oportunidade única de desvendar um esquema que, pelo que foi divulgado até agora, não se resume à ligação de empregado e patrão entre Demóstenes e o contraventor Carlinhos Cachoeira.

A morosidade do inquérito em algumas de suas fases e as ligações pessoais do promotor de carreira Demóstenes Torres com membros do Judiciário precisam ser investigadas. O mesmo se exige na apuração de vínculos obscuros do senador com altos mandatários de seu Estado, Goiás, bem como de sua quadrilha com veículos de comunicação. Que não se permita a operação abafa em andamento. Que se apure tudo, até para dissipar suspeitas.

O único caminho para o esclarecimento passa por uma CPI no Congresso, onde alguns parlamentares também foram ludibriados pelo falso paladino das causas morais.

Cabe à Câmara e ao ao Senado, sem nenhum espírito de corpo, aproveitar a oportunidade única de desmascarar a farsa até o fim.

Talvez, no caminho da investigação, descubramos outros pregadores da moralidade que também se beneficiem do esquema que se abastecia das informações colhidas e transmitidas ao chefe pelo senador Demóstenes Torres.

A história brasileira registra outros episódios em que a pregação das vestais serviu para embalar a defesa de interesses sempre contrários aos da maioria da população. O falso moralismo udenista não está tão distante.

Se a forma do engodo não é nova, cabe ao Congresso provar, com a CPI, que o país está disposto a dar um basta a esquemas de banditismo. O Partido dos Trabalhadores defende a instalação de CPI no Congresso e conclama a sociedade organizada a se mobilizar em defesa da mais ampla apuração do esquema corrupto desvendado pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo.

Rui Falcão é deputado estadual (SP) e presidente nacional do PT

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Jornal Valor Econômico revela: "A ALPA nasceu de uma "exigência" da ex-Governadora Ana Júlia Carepa...

BLOG DO VICENTE CIDADE: Jornal Valor Econômico revela: "A ALPA nasceu de u...: Não tem como negar, deu lá no blog do Hiroshi, o que o Brasil inteiro já sabe: Quem conquistou a ALPA para o Pará foi a ex governadora Ana ...


Não tem como negar, deu lá no blog do Hiroshi, o que o Brasil inteiro já sabe: Quem conquistou a ALPA para o Pará foi a ex governadora Ana Júlia. Não sou eu quem está dizendo, é o jornal Valor Econômico, vejam:




"... Dos três projetos, o da Aços Laminados do Pará – Alpa, usina de aço a ser erguida em Marabá (PA), é o mais polêmico, dado seu viés político. Ele nasceu de uma exigência feita pela ex-governadora Júlia Carepa (PT), do Pará, com apoio do presidente Lula, aos acionistas da Vale, gerando atrito entre o ex-presidente e Roger Agnelli, então CEO da mineradora. O empreendimento por enquanto é 100% Vale e está estimado em US$ 5 bilhões."





Notem o teor das palavras escritas na matéria, "Ele nasceu de uma exigência feita pela ex-governadora Júlia Carepa (PT), do Pará, com apoio do presidente Lula". O que para o jornal para ser um absurdo, para nós vem só confirmar o quanto a companheira Ana Júlia fez pelo Pará e qual o real tamanho do seu grande legado.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Parabéns ao Município de Marabá pelos 99 anos

MARABÁ - 99 ANOS!!

Parabenizo o povo de Marabá pelos 99 anos do município. Marabá que chega a quase um século, como uma referência no fortalecimento de um Pólo Industrial a partir da Siderúrgica ALPA, da Vale, da empresa Aline, e muitas outras empresas que se instalaram como a Sinobrás e as que se instalarão no seu Distrito Industrial, que foi revitalizado e ampliado.

Com muitas obras de Infra-Estrutura, como a duplicação da Transamazônica, a Hidrovia do Tocantins, o Porto público, entre outras obras, Marabá é hoje um pólo de desenvolvimento no nosso Pará. Na indústria mineral, na agropecuária, por exemplo.

E Marabá também encanta a todos com sua beleza, banhada pelos rios Tocantins e Itacaiúnas, que no verão nos proporcionam belas praias!

Parabéns Marabá. Parabéns povo guerreiro e trabalhador desta, que é a cidade pólo da região de Carajás!!


Ana Júlia Carepa

Funcionária do Banco do Brasil e ex-governadora do Pará

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Governo anuncia medidas para injetar R$ 57,8 bi na economia

Brasília - O governo anunciou nesta terça (3) um pacote de medidas que irá injetar R$ 57,8 bilhões na economia, ainda neste ano. O objetivo é aumentar a competitividade da indústria, em retração acelerada desde o início da crise internacional. “O governo não vai abandonar a indústria brasileira”, afirmou a presidenta Dilma Rousseff, durante cerimônia no Palácio do Planalto.

A maior parte dos recursos virá do aporte de R$ 45 bilhões que o Tesouro destinará ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES). E o restante, de uma série de desonerações anunciadas. O pacote reforça o Programa Brasil Maior, lançado em agosto do ano passado, com o objetivo de aumentar a competitividade da indústria nacional.

A medida mais comemorada foi a desoneração da folha de pagamento para 15 setores, a partir da eliminação da contribuição previdenciária de 20%. A perda será compensada, em parte, pela cobrança de uma nova alíquota sobre o faturamento das empresas. Para os exportadores, a desoneração é total. Já para 11 setores da indústria destinada ao mercado interno, a nova alíquota sobre o faturamento será de 1% e, para quatro setores de serviços, de 2%.

“O ônus dos ajustes não recai sobre os trabalhadores. Não retira direitos ou reduz salários. Nós definimos uma forma de tributação mais adequada ao fluxo de receita das empresas. E o Tesouro vai compensar sempre eventuais perdas de arrecadação decorrentes das contribuições previdenciárias e ao mesmo tempo tomará todas as medidas para que não se crie a distorção de transformar em déficit uma política de governo de desoneração da folha de pagamento”, explicou a presidenta.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, acrescentou que a medida beneficiará também os trabalhadores. Segundo ele, com a redução do custo da mão de obra, novos empregos serão gerados. O ministro reforçou, ainda, que a desoneração não acarretará prejuízos à Previdência. “O Tesouro Nacional compensará as perdas, estimada em R$ 7,2 bilhões por ano”. Como as medidas passarão a valer em junho, as perdas estimadas para este ano são de R$ 4,9 bilhões.

Dentre as medidas tributárias previstas no pacote, o ministro destacou a desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para vários setores, já anunciada anteriormente. E acrescentou a postergação do pagamento do PIS/Confins, de março para novembro, para os setores mais atingidos pela crise. “Este recurso poderá ser usado como um capital de giro barato”, esclareceu.

Mantega incluiu no pacote, também, a desoneração do Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas e jurídicas que façam doações para entidades que trabalham com pesquisa para o tratamento de câncer. O impacto fiscal da medida estimado para o próximo ano é de R$ 305,8 milhões.

O ministro reforçou a iniciativa do governo de investir na preferência de compra de produtos nacionais. “O produto importado pode custar até 25% mais barato que nós compraremos o nacional”, explicou. Anunciou, também, dentre várias outras iniciativas, o aumento dos recursos para o Programa de Financiamento à Exportação (Proex), que passarão de R$ 1,24 bilhão para R$ 3,1 bilhões.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, informou que o aporte de R$ 45 bilhões do Tesouro Nacional pra as operações da instituição financeira permitirão maiores investimentos em inovação, além do barateamento dos jurados praticados. “Nós queremos mais investimentos e investimentos com mais qualidade”, disse ele.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, anunciou a implementação de um novo regime automotivo, que irá vigorar de 2013 a 2017. Segundo ele, o regime estabelece metas para as montadoras que, caso sejam cumpridas à risca, podem proporcionar uma redução de até 30% do IPI. Essas metas incluem investimentos em pesquisa, inovação, conteúdo nacional e eficiência energética.

Conjuntura econômica
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o decréscimo da participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) dos países é um fenômeno mundial observado desde 1991, mas que foi agravado com a crise econômica mundial. “Mesmo os países emergentes, como China e Índia, terão redução do Produto Interno Bruto (PIB). O Brasil é um dos poucos países que continuará crescendo, com a perspectiva de passar de 2,7% para 4,5% ”, explicou.

Segundo o ministro, o Brasil tem condições para responder à recaída da crise internacional porque possui um mercado interno dinâmico, depende menos dos mercados externos, possui grandes programas de investimento, demonstra forte solidez fiscal e acumulação de reservas, além de manter a inflação sob controle.

Mantega destacou a importância das ações de monitoramento e controle do câmbio, que já vem sendo tomadas em caráter permanente, para evitar que o chamado “tsunami monetário” atinja o país. “O câmbio se transformou em um dos principais instrumentos de competitividade entre os países. Hoje, todo mundo quer desvalorizar suas moedas para que seus produtos tenham maior competitividade”, justificou.

A presidenta Dilma Rousseff reforçou que o governo está atento à desvalorização das moedas, prática que ela classificou como “competição predatória”. “Vamos agir com firmeza nos organismos internacionais e adotar todas as salvaguardas possíveis para defender nossas empresas, nossos empregos e a renda de nossos trabalhadores. Nós sabemos que uma forma de competição predatória é a que usa medidas de desvalorização das moedas. Nós estamos atentos a essas práticas e vamos agir sempre dentro dos limites das normas internacionais”, afirmou.