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sexta-feira, 22 de março de 2013

O incêndio na Santa Casa e a Operação Abafa

O incêndio ocorrido na UTI neonatal da Santa Casa de Misericórdia no último sábado, no qual supostamente teria morrido pelo menos uma criança e deixado funcionários feridos, mostra a desproporcionalidade na forma como a imprensa trata das questões relacionadas ao hospital.

O hospital tem sido palco de diversos problemas ao longo da gestão atual. Desde equipamentos montados apenas para a fotografia nesta mesma UTI, morte de pacientes, bombeiros e policiais registrando boletins de ocorrência quando pacientes são rejeitados na urgência do hospital, superlotação e até mortes de crianças recém nascidas.

Em meu governo, uma situação nesta maternidade gerou um grande escândalo. De fato, a morte das crianças em 2008 foi um grande tragédia, mas era uma situação que repetia um padrão, e que fora muito maior em anos anteriores, como fizemos questão de mostrar à época, abrindo as informações para a sociedade. Ao contrário do que faz o governo de agora, que iniciou uma operação abafa e escondeu a verdadeira dimensão do fato, que só veio a público através das redes sociais.

Àquela época, além de proceder uma investigação transparaente, tomamos medidas para combater a causa da situação. Investimos em infra-estrutura, equipamentos e qualificação dos profissionais do hospital. Demos início à construção de um novo prédio para o hospital, com mais 180 leitos, UTI Obstétrica e Pediátrica. Um investimento de mais de 110 milhões de reais.

O esforço para dar às mulheres condições para um parto digno não se resumiu à área fim. Criamos Unidades de Cuidados Intermediários em Marituba, Castanhal, Ananindeua, Bragança, Parauapebas, Abaetetuba e no Hospital Abelardo Santos, em Icoaraci. Investimos na atenção básica - responsável também pelo Pré Natal -   em todos os 143 municípios e ajudamos a quase dobrar a cobertura do Programa Saúde da Família.

Além da operação abafa, não estamos vendo o governo anunciar medidas efetiva para sanar o problema. Acidentes acontecem, é claro, mas podem ser evitados. O investimento em prevenção e qualificação dos profissionais ajuda a sua anulação. O que se denuncia é que este tipo de investimento foi esquecido. As obras do novo prédio andam a passo da jabuti, no ritmo do calendário eleitoral e não no ritmo das necessidades da população.

A desporporcionalidade no tratamento da imprensa fica evidente. Ao invés de se cobrar por soluções, o que vemos é a verdade ser abafada. E depois, os áulicos do tucanato vem às redes sociais atacar os que tem coragem de denunciar.

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