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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Guerra aos juros amplia popularidade de Dilma

Deu no Brasil 247

Acaba de ser divulgada uma nova pesquisa CNI/Ibope, sobre os índices de aprovação do governo federal e da presidente Dilma Rousseff. E, mais uma vez, a popularidade presidencial avançou.

O índice de pessoas que consideram o governo Dilma como “bom” ou “ótimo” aumentou de 56% para 59%, do primeiro para o segundo trimestre de 2012. A aprovação pessoal da presidente manteve-se estável em 72%. O jeito Dilma de governar, por sua vez, é também aprovado por 77% dos brasileiros.

O principal fator a responder pela alta na aprovação do governo foi a guerra deflagrada pela presidente Dilma contra os juros e spreads cobrados pelas instituições financeiras. Um movimento que vem sendo liderado por bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa, e seguido também por instituições privadas, como é o caso do Bradesco.

A pesquisa também constatou um aumento da confiança dos brasileiros em relação ao futuro. Hoje, 61% dos brasileiros acreditam que os próximos dois anos do governo Dilma serão melhores do que os primeiros. No primeiro trimestre, eram 58%.

Baixe aqui a íntegra da pesquisa CNI/Ibope

É hoje: Convenção do PT Belém

Acontece hoje na sede do Paysandu Sport Club, na avenida Nazaré, a convenção que vai definir Alfredo Costa como candidato do Partido dos Trabalhadores a Prefeito de Belém. Vamos lá!

terça-feira, 26 de junho de 2012

Pará perde Roberto Santos

O Pará perdeu um dos seus filhos mais brilhantes. Roberto Araújo de Oliveira Santos, eminente jurista e economista, foi enterrado na manhã de hoje no cemitério Santa Isabel.

Desembargador aposentado do Tribunal Regional doTrabalho da 8ª Região, Roberto Santos se dedicou ao estudo das relações detrabalho, especialmente na Amazônia. Agraciado pelo TRT da 8ª Região, em 2002,com a Ordem do Mérito “Jus et Labor”, no Grau Grã-Cruz.

Professor da Universidade Federal do Pará, escreveu diversos livros, entre eles “História Econômica da Amazônia (1800 – 1920)” e“Amazônia perante o direito: problemas ambientais e trabalhistas”. Roberto Santos era umafigura notável que transitava tanto no mundo jurídico quanto no acadêmico e científico.

Tenho a alegria de compartilhar da amizade da família do Dr. Roberto Santos. Posso dizer que num período da minha vida, convivi muito próximo com estas pessoas maravilhosas. Tenho profundo respeito e admiração por eles, em especial pela Dra. Beth Santos, Diretora do Instituto Evandro Chagas, uma mulher brilhante, que ao lado do Dr Roberto formava um casal de intelectuais e profissionais defensores deste nosso país que se chama Pará e da Amazônia em especial.

Deixo meu abraço carinhoso a toda família do Dr. Roberto Santos, à sua viúva Beth Santos e aos filhos, Roberto, Mônica, Cláudia e Paulo Santos. Aos filhos, que sei sentirem-se honrados do grande homem que foi Roberto Santos, desejo que esta honra sirva de bálsamo no coração saudoso e dolorido, pois sabem que seu pai já se eternizou na obra e no exemplo que deixou para as gerações futuras.

Roberto Santos Vive entre nós. Sem dúvida sua alma se junta à dos justos. Com ele, o céu fica mais iluminado!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Confronto entre segurança privada e sem-terra no Pará deixa 16 feridos

Com informações da Via Campesina.

Durante ato realizado por sem-terra na fazenda Cedro, em Marabá (PA), do banqueiro Daniel Dantas, a segurança privada da propriedade abriu fogo contra os manifestantes e feriu 16 pessoas – quatro delas estão em estado grave, inclusive uma criança.

A manifestação, organizada desde ontem (20) pela Via Campesina como parte do Dia de Ação Global da Cúpula dos Povos, concentrou cerca de mil pessoas contra desmatamento ilegal, grilagem de terras públicas, violência contra trabalhadores e uso de agrotóxicos. A fazenda Cedro é propriedade da Agropecuária Santa Bárbara, um dos braços do grupo Opportunity de Dantas, e já era ocupada pelos sem-terra há cerca de três anos.

Em protesto à violência que sofreram, os sem-terra realizam agora ato permanente na rodovia federal BR 155, a 50 km de Marabá e de Eldorado dos Carajás. A ouvidoria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foi acionada e se reunirá esta noite para discutir a situação. 

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Atualização - Com informações do Blog do Hiroshi Bogèa

Informações ainda não confirmadas indicam que o número de feridos chega a 25.Feridos estão internados em hospitais de Eldorado de Carajás e de Marabá, encaminhados às pressas pela coordenação do movimento e pela direção da fazenda.

Em nota, a Agropecuária Santa Bárbara afirma que a violência partiu dos manifestantes: “A Agro Santa Bárbara responsabiliza o MST pelo início do confronto e pelos danos pessoais e materiais provocados. Os fatos ocorrem devido à iniciativa única e exclusiva de um grupo do MST já acampado na Fazenda Cedro. A empresa acionou as autoridades competentes e vê, mais uma vez, o seu patrimônio ser destruído e seus funcionários e familiares serem expulsos de suas moradias numa afronta ao direito à propriedade”, registra a nota.

Detalhe: não se constata, no comunicado do grupo Santa Bárbara, nenhum parágrafo alusivo aos sem-terra feridos.

PPP's: Alepa aprova privataria tucana


Com informações de Arte Bancária Pará e Blog do Puty

Em uma sessão que durou menos de duas horas, a base aliada do governo Jatene aprovou por 23 votos favoráveis a 8 contrários o PL210/2011, que institui as Parcerias Público Privadas - PPP's. O projeto permite que o governo estadual se associe a empresas privadas para executar obras e serviços públicos em 14 setores. Na prática, trata-se da privatização de serviços públicos em sociedade com a iniciativa privada.

Apesar de já tramitar na Casa desde final de 2010, o projeto foi colocado na pauta na hora da sessão, surpreendendo a oposição, que tentou, mas não conseguiu fazer nenhuma emenda à matéria. As três emendas da oposição - garantia de assento a parlamentares no conselho gestor das PPP's; limite de 40% de capital público na parceria sem consulta prévia à Assembléia; prioridade para empresas públicas na execução do serviço - foram derrotadas no plenário.

Há semanas as bancadas de PT e PSOL vinham reclamando da falta de transparência na definição da pauta. O Regimento Interno estabelece a publicação da lista de projetos pautados com 48 horas de antecedências, mas isso não ocorre. Como a votação aconteceu de surpresa, os movimentos sociais não conseguiram se fazer presentes e pressionar os parlamentares para impedir a aprovação. Em outras ocasiões, houve protestos em frente à sede da Alepa e ocupação das galerias. 

Para o deputado Edilson Moura, o modelo de PPP´s "será maléfico ao povo do estado do Pará, pois vai permitir que a iniciativa privada passe a executar serviços essenciais que seriam responsabilidade do poder público". Segundo ele, o modelo de privatização posto em prática pelo PSDB tem como seu maior exemplo a Celpa. "A Celpa é um exemplo da falência desse modelo que prejudica ao povo do Pará. Já que não foi possível evitar a aprovação desse projeto no Governador Simão Jatene na ALEPA, então que a sociedade se mobilize e a bancada do PT deverá apoiar as ações que os movimentos da sociedade civil façam, para se contrapor a esse modelo de privataria” afirmou.

Saiba quem  votou contra o povo do Pará e a favor das PPP's 

PSDB
Alexandre Von, Ana Cunha, Cilene Couto, José Megale e Manoel Pioneiro
PMDB
Chicão, Josefina Carmo, Martinho Carmona e Parsifal Pontes
DEM
Haroldo Martins e Márcio Miranda
PSB
Cássio Andrade e Raimundo Belo
PTB
Eduardo Costa e Tião Miranda
PSD
Fernando Coimbra e Júnior Ferrari
PR
Eliel Faustino e Raimundo Santos
PSC
Hilton Aguiar
PRB
Pastor Divino
PMN
Nélio Aguiar
PV
Gabriel Guerreiro 

Quem votou com o povo e contra as PPP's

PT
Alfredo Costa, Bernadete Ten Caten, Carlos Bordalo, Edilson Moura, Milton Zimmer e Valdir Ganzer. 

PSOL
Edmilson Rodrigues.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Aos 68, Chico Buarque conta os minutos feito avarento - Portal Vermelho

 Aos 68, Chico Buarque conta os minutos feito avarento - Portal Vermelho

O autor, cantor, compositor, andava pelos domingos solitários no Rio cruzando com conhecidos desejando boa sorte, e ela chegou, na figura de uma talentosa cantora e compositora, Thais Gulin. A moça o fez navegar nos mares desconhecidos da internet e lhe apresentou o rap, ele lhe ensinou o baião. Os dois ensaiaram e confessaram em dueto: “se eu soubesse não saía à rua, nem cantaria que te amo demais se fosse capaz”.

Por Christiane Marcondes


Thais e Gulin e Chico Buarque Thais e Gulin e Chico Buarque
Tudo mentira! Verdade que a jovem de pele branca e cabelo cor de abóbora é de outro planeta, mas o “mané” de cabelo cinza sabe percorrer rios e mundos para chegar a qualquer mulher, que dirá à amada.

Eu me arrisco a pensar que se conheceram em uma festa junina, onde ele viu tremeluzir seu vestido através da fogueira. Se assim foi, neste mês, quem sabe neste dia 19, a dupla completa um ano da descoberta do amor e ele, 68 de vida, número histórico como o histórico ano de rebeldes e hippies que jamais terminará.

O homem teme, sente que vai penar com a pequena, mas já valeu a pena, jura e sorri na turnê mais apaixonada que já se viu. Quem duvida que o amor pode estar logo ali, virando a esquina, como canta Nina Simone, outra musa dos enamorados? Eu não!

Não sei por que esse amor nessa hora...reclamam, mas dão a receita: é algo “tipo um baião”


http://youtu.be/1gC2vXQxTRg

terça-feira, 19 de junho de 2012

Para uma teoria de governo - de esquerda


Por Lúcio da Costa e Luiz Marques

Com a proximidade das eleições municipais assistimos à febril busca por alianças políticas com motivos pragmáticos, para expandir a receptividade do eleitorado e o tempo de propaganda na TV. Em Porto Alegre, a gincana do PDT e do PC do B pelo apoio do PP tornou-se o principal assunto dos noticiários. A estranheza midiática em face das investidas publicizadas mira a centro-esquerda, como de praxe.
Quanto ao PT, se este não logra ampliar as siglas existentes em torno de suas proposições, atribui-se a dificuldade a um atávico “radicalismo”, sem aludir ao fato de que, sozinho, representa 60% das identidades partidárias, aferidas de um percentual de 48% dos que declaram uma preferência política nacionalmente, de acordo com o instituto Vox Populi (Marcos Coimbra, “A força da imagem do PT”, Carta Capital, 30/05/2012). A enfadonha lenga-lenga sobre o isolamento petista repete-se em São Paulo “como língua de formiga”. Não existe, porém, é como se existisse.
As composições sem nitidez ideológica caracterizam a política desde a “Carta ao Povo Brasileiro”, assinada por Luis Inácio Lula da Silva (22/06/2002), no início da caminhada vitoriosa do ex-metalúrgico à Presidência em que fazia a apologia de uma “vasta coalizão, em muitos aspectos suprapartidária” visando “abrir novos horizontes para o País”. Diante do que, cabe perguntar se permanece viável uma teoria de governo - de esquerda, tendo por assoalho o aprofundamento da soberania popular. O presente texto tenta responder à indagação com uma esperança militante no futuro.
Leia mais clicando aqui.

Leitura recomendada: Blog da Delegacia do MDA

Recomendo aos visitantes a leitura do Blog da Delegacia Federal  do Desenvolvimento Agrário. Tendo à sua frente o companheiro Paulo Cunha, à DFDA monitora, supervisiona e gerencia as atividades do Ministério do Desenvolvimento Agrário no estado. O público alvo de suas políticas são agricultores familiares, extrativistas, silvicultores, pescadores, remanescentes das comunidades quilombolas, povos indígenas, comunidades ribeirinhas, mulheres quebradeiras de coco babaçu e outros importantes atores da produção no campo.

Por um desenvolvimento sustentável inclusivo com democracia e soberania nacional

Publico a seguir resolução conjunta das direções nacionais do PT e do PCdoB sobre a Rio +20.

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A Rio+20 foi convocada para discutir e fixar objetivos para a construção de um novo caminho de desenvolvimento que assegure a melhoria das condições de vida do povo e preserve o meio ambiente.

A Conferência se realiza numa conjuntura de profunda crise econômica internacional. Uma nova configuração do poder mundial vai se esboçando com o declínio da hegemonia dos Estados Unidos e a tendência ao deslocamento do centro geopolítico mundial. O multilateralismo vai se consolidando com o crescente o papel dos BRICS no cenário internacional. Governos progressistas se firmam na América Latina. Fissuras surgem no bloco neoliberal em decorrência da rejeição dos povos à política de jogar o ônus da crise sobre os trabalhadores. O que se reflete nos recentes resultados de eleições europeias como as da França e da Grécia.

A ampliação e aprofundamento destas transformações dependem da união dos povos de todo o mundo em torno da luta anti-imperialista, antineoliberal e em defesa de um novo modelo de desenvolvimento inclusivo, democrático e soberano.

Dois projetos de desenvolvimento se confrontarão na Rio+20. De um lado o projeto neoliberal, defendido por países desenvolvidos que executam ajustes fiscais ortodoxos e políticas de austeridade, como as que vêm sendo implementadas por governos da Europa.

De outro o projeto de desenvolvimento sustentável com crescimento econômico, distribuição de renda, geração de empregos e fortalecimento da democracia, no qual o Estado e as políticas sociais possuem papel fundamental. A exemplo do que vem sendo implementado pelo Brasil e países da América Latina.

Os povos do mundo constataram que a política de mercado alardeada como o caminho para solucionar os problemas econômicos e sociais acarretou a atual crise com graves consequências: recessão econômica, desemprego, fome para milhões de pessoas e agravamento da crise ambiental com a mercantilização dos recursos naturais. Os países desenvolvidos não cumpriram os acordos de redução das emissões de gases de efeito estufa e nem asseguraram os recursos financeiros e tecnológicos necessários para que o os países em desenvolvimento pudessem ter melhores condições de cumprir seu papel em relação às mudanças climáticas. Pelo contrário, ao imporem o cumprimento da lei de patentes, em nível internacional, limitaram a capacidade dos países do mundo de desenvolver novas tecnologias ambientalmente sustentáveis.

Isto demonstra mais uma vez que um modelo de desenvolvimento apoiado no mercado, tendo o lucro como princípio fundamental, é incapaz de organizar a vida social em todas as suas dimensões.

O fato é que sustentabilidade não rima com capitalismo e, sobretudo, com o neoliberalismo. Somente com a superação deste modelo os povos do mundo poderão avançar no sentido de conquistas sociais, econômicas e ambientais, rumo à construção de uma sociedade justa e igualitária, uma sociedade socialista.

Todavia, aqueles que insistem na continuidade da política neoliberal, buscam combater as consequências do neoliberalismo com mais neoliberalismo sob nova aparência. Neste contexto a economia verde de mercado aparece como uma tentativa de reanimar suas economias com a exportação de capitais, tecnologia e produtos “ecologicamente corretos”.

Não podemos aceitar que esta política do neoliberalismo ambiental implique na criação de instrumentos de intervenção internacional, que atentem contra os projetos de desenvolvimento de cada país. Lutamos pela criação de instâncias nacionais que assegurem o multilateralismo e respeitem a soberania e particularidades dos povos e dos Estados nacionais.

Nossa crítica à economia verde de mercado não significa rejeição a políticas de estímulo à redução das emissões de gases poluentes e economia de recursos naturais. Tais medidas são altamente positivas se incorporadas ao modelo de desenvolvimento sustentável que atenda aos interesses do povo e do país.

É o que se está buscando na América Latina, onde governos de esquerda e progressistas trabalham para assegurar, guardadas as peculiaridades nacionais, o crescimento econômico, a retirada de milhões de pessoas da linha de miséria, o aprofundamento da democracia e a afirmação da soberania nacional. Neste modelo o Estado tem papel fundamental.

Sabemos, no entanto, que mesmo com estes importantes avanços é possível e necessário aprofundar as conquistas democráticas e populares.

O Brasil, a partir do governo do presidente Lula e da presidenta Dilma, recusou a política neoliberal que vinha sendo praticada no país. Política que estancou o desenvolvimento econômico e agravou as condições de vida do povo. O desenvolvimento, e não o combate à inflação, passou a ser o centro da política econômica do governo. A política de privatizações foi abandonada, as empresas públicas fortalecidas. Com o crescimento da economia o desemprego crônico do Brasil foi combatido. O salário dos trabalhadores foi elevado e milhões de brasileiro foram retirados da linha da miséria. Ampliou-se a democracia e a soberania nacional afirmada.

Manifestamos apoio às posições que o governo brasileiro expressou no “Documento de Contribuição Brasileira à Rio+20”. Ali estão colocadas linhas básicas de um desenvolvimento sustentável segundo os interesses do nosso povo. Mas é evidente que há muito a avançar.

Um outro mundo é possível com a união dos povos. Por isto conclamamos as diversas forças políticas presentes à Cúpula do Povos à luta contra o imperialismo, o neoliberalismo e em defesa de um projeto nacional de desenvolvimento sustentável inclusivo com democracia e soberania nacional.

Direção Nacional do PT
Direção Nacional do PCdoB
São Paulo, 4 de junho de 2012

domingo, 17 de junho de 2012

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Mais um obra de meu governo inaugurada

Tomei conhecimento da propaganda do governo estadual que foi ao ar recentemente sobre a entrega do conjunto residencial com cinquenta casas na comunidade de São José do Icatu, no município de Mocajuba. Fico feliz de que uma ação tão importante como essa tenha sido concluída pelo atual governador. Afinal nosso governo fez 98% (noventa e oito), da obra. O atual governo fez 2%.

O contrato foi assinado em 30/04/2008, O edital para licitação aconteceu em 15/09/2008 e o Contrato foi assinado em 09/12/2008.
Os recursos são do Governo Federal através do Fundo Nacional para Habitação de Interesse Social (FNHIS), representado pela Caixa Econômica Federal, que assinou com o Governo do Estado através da COHAB.

Como não houve participação da COSANPA nesta obra, foi a própria COHAB que construiu o Poço com caixa d'água, que dependia da energia da CELPA para funcionar.
Aliás vale registrar que várias obras habitacionais do nosso governo Estavam CONCLUÍDAS, mas a CELPA não instalava a energia elétrica, impedindo de entregá-las aos beneficiários. Como no Conjunto do Minha Casa Minha Vida em Castanhal/PA.

Esta  ação é importante pelo seu valor simbólico. Significa o reconhecimento por parte do estado do direito das comunidades quilombolas, criadas pelo escravos fugidos do cativeiro, sobre a terra que ocupam. Significa uma compensação para aqueles que tanto sofreram, primeiro com a escravidão, em seguida com a discriminação racial e social.

Mando meu abraço aos moradores de tão belo residencial.



quarta-feira, 13 de junho de 2012

"Agnelo diz que organização de Cachoeira tramou sua queda"

http://br.noticias.yahoo.com/agnelo-diz-organiza%C3%A7%C3%A3o-cachoeira-tramou-queda-150600369.html


O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), afirmou nesta quarta-feira na CPI do Cachoeira que a organização comandada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, "tramou" sua derrubada, valendo-se de "falsas acusações" feitas por veículos de comunicação. "A organização aqui investigada tramou a minha derrubada, um governo legitimamente eleito pelo povo do Distrito Federal".

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Perillo se explica, mas não deve sair da mira da CPI

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Agnelo disse que sua presença na CPI é "fruto de disputa política". Segundo ele, não há nenhuma indicação de que ele tenha tomado qualquer decisão em favor de Cachoeira e da Delta Construções. Ao apresentar documentos, ele disse que o contrato para a varrição de lixo, o único contrato da empreiteira no DF, foi firmado por força de decisão judicial no governo anterior ao dele, por Rogério Rosso em dezembro de 2010.

O governador afirmou que o contrato relacionado à limpeza e coleta de lixo não estava entre aqueles para os quais foi feito pedido para não haver prorrogação porque ele ia vencer na virada daquele ano. Esse contrato tinha 52 meses de validade, com vencimento em 2015. "O objetivo claro era desgastar a imagem do governador até o limite do impossível", afirmou. Agnelo disse que não houve nenhuma nomeação de pessoas de Cachoeira para cargos-chave do governo de Brasília.

Dizendo-se vítima de uma ação orquestrada e perseguido politicamente, Agnelo afirmou que hoje compreende o motivo pelo qual o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) apresentou um pedido de impeachment contra ele, em novembro de 2011, na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Demóstenes é acusado de ser sócio oculto de Cachoeira, que atuava também em favor da Delta.

O governador do DF disse que Cachoeira também contratou, citando a investigação da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, um intermediário para influenciar uma licitação para serviços de bilhetagem para transporte público. O governo local, porém, desistiu da concorrência pública. "Como então falar de Carlos Cachoeira operando licitação no GDF? Como falar em favorecimento a Carlos Cachoeira?", questionou. "Se ele tivesse alguma ligação com o governador, precisaria contratar intermediário, lobista para chegar até uma secretaria?", disse.

Quebra de sigilo

Agnelo também colocou à disposição da CPI do Cachoeira seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. Em um gesto que foi aplaudido por aliados, Agnelo disse que não tem nenhuma irregularidade em seu patrimônio pessoal. Ele considera ter um patrimônio "bem modesto".

O governador do DF fez o comentário para ressaltar que sua casa está declarada no imposto de renda "há mais de cinco anos". "Não há um único reparo no meu imposto de renda. Não tenho um centavo de patrimônio a descoberto", disse. O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) elogiou a decisão de Agnello. "O governador Agnelo, quando abriu os sigilos, mostrou que não tem nada a esconder", disse.

Na terça-feira, o governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, rejeitou pedido para abrir seus sigilos feito pelo relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG).
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PT SÃO PAULO: Chauí emociona público em ato pela Comissão da Verdade da USP

PT SÃO PAULO: Chauí emociona público em ato pela Comissão da Verdade da USP


Marilena Chauí

O ato pela criação da Comissão da Verdade na USP, realizado na noite de ontem no auditório da Faculdade de Economia e Administração (FEA), contou com a presença de mais de 500 pessoas e teve como um dos destaques o depoimento da filósofa e professora Marilena Chaui.


Chaui iniciou sua fala relatando o caso de dois grandes amigos, Heleny Guariba, uma das desaparecidas na ditadura militar, e de Luiz Roberto Salinas Fortes, morto por conta dos reflexos deixados pela tortura que sofreu também na época da ditadura.

Ela também relembrou como era entrar na USP em 1969, após a proclamação do Ato Institucional número 5, o AI 5, que foi assinado em dezembro de 1968. “A sensação que a gente tinha era de não saber se voltaria para casa, você não tinha nenhuma garantia de que não seria preso e torturado, portanto você não sabia se seus alunos estariam na classe, e quando você se dava conta de que alguns não estavam você não ousava a perguntar onde eles estavam, se eles tinham faltando na aula, se eles tinham partido para um exílio, se eles já estavam presos ou se já estavam mortos. E a mesma coisa com relação aos colegas.”
Ela disse que acha de “essencial importância que a Comissão da verdade resgate todos os decretos da USP, com as datas de implantação e por quem eles foram implementados”. E adiantou que se coloca desde já à disposição para depoimentos e para ajudar na Comissão. A filósofa também criticou o atual reitor João Grandino Rodas: “Este reitor foi formado e teve seu aprendizado como dirigente nesse caldo de cultura da ditadura. Essa forma de gestão explica essa coisa inacreditável. Isso nem a ditadura fez: pôr a polícia dentro do campus para espancar os alunos”.

Também participaram do ato o professor Paul Singer (FEA/USP), Edson Teles, doutor em filosofia pela USP, professor da UNIFESP, ex-preso político e membro da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, Vera Paiva, professora do Instituto de Psicologia da USP e filha do ex-deputado Rubens Paiva, desaparecido durante a ditadura militar, e Eduardo Gonzales Cueva, diretor do programa Verdade e Memória do Centro Internacional para a Justiça de Transição. Roberto Schwarz, professor da USP/Unicamp, também convidado não pôde estar presente, mas enviou sua solidariedade ao movimento. O encontro também contou com a participação de representantes do DCE, do Sintusp, da Adusp e de alguns Centros Acadêmicos da universidade.

A professora Vera Paiva ressaltou que o movimento de democratização da USP tem perdido tempo em discussões por divergências partidárias ao invés de ficar mais atento ao verdadeiro inimigo. Em resposta à pergunta sobre qual verdade queremos, a professora respondeu: “Verdade que permita dizer que isso nunca mais pode acontecer no Brasil.”.

Sua fala também foi marcada por uma preocupação em relação aos órgãos de imprensa que, segundo ela, continuam não apurando os fatos de maneira limpa e clara. Na sua opinião, precisa-se resgatar o que significa “o terrorismo de Estado com a cumplicidade dos órgãos de imprensa”. E acrescentou ao final que é inaceitável o fato de ter de viajar passando por um viaduto com o nome Costa e Silva e por uma estrada chamada Castelo Branco.

Edson Telles disse que não se deve aceitar mais do Estado respostas que tratam a violação dos direitos humanos como uma “reconciliação nacional”, pois não estamos nesse conflito. Eduardo Gonzales acrescentou que a Comissão da Verdade é importante para que se acabe com a história de que as violações aos direitos humanos no Brasil na ditadura foram inferiores a outras ditaduras onde houve mais mortos e desaparecidos: “Direitos humanos não são uma questão de aritmética, mas sim de princípios”. Além disso, destacou que a Comissão da Verdade vai ser importante também para apurar esses números.

Paul Singer destacou que se deve investigar o passado, “pois só assim podemos entender o presente”.
O Ato teve um encerramento emocionante, com uma integrante da Comissão que leu em voz alta do nome de desaparecidos na ditadura que possuíam vínculos com a USP. À leitura de cada nome, todos gritavam “presente”. E uma pessoa se levantava com a foto do citado e levava-a até a frente, deixando-a num painel com rosas ao redor.

domingo, 3 de junho de 2012

De volta ao passado | Carta Capital por Mino Carta

De volta ao passado | Carta Capital

“Mino Carta é um chato, se pudesse reescreveria os Evangelhos. Inimigo do regime, Geisel o detestava, mas não tinha rabo preso.” De um depoimento de João Baptista Figueiredo, gravado em 1988 durante um churrasco amigo e divulgado após a morte do último ditador da casta fardada.
No final de 1969, esta capa foi o maior desafio de Veja à ditadura, mas já a da primeira edição dera problemas
É do conhecimento até do mundo mineral que nunca escrevi uma única, escassa linha para louvar os torturadores da ditadura, estivessem eles a serviço da Operação Bandeirantes ou do DOI-Codi. Ou no Rio, na Barão de Mesquita. E nunca suspeitei que a esta altura da minha longa carreira jornalística me colheria a traçar as linhas acima. Meu desempenho é conhecido, meus comportamentos também. Mesmo assim, há quem se abale a inventar histórias a meu respeito. Alguém que, obviamente, fica abaixo do mundo mineral.
Não me faltaram detratores vida adentro, ninguém, contudo, conseguiu provar coisa alguma que me desabonasse. Os atuais superam-se. Um deles se diz jornalista, outro acadêmico. Pannunzio & Magnoli, binômio perfeito para uma dupla do picadeiro, na hipótese mais generosa de uma farsa cinematográfica. Esmeram-se para demonstrar exatamente o que soletro há tempo: a mídia nativa prima tanto por sua mediocridade técnica quanto por sua invejável capacidade de inventar, omitir e mentir.
Afirmam que no meu tempo de diretor de redação de Veja defendi a pena de morte contra “terrorristas”, além de enaltecer o excelente trabalho da Oban. Outro inquisidor se associa, colunista e blogueiro, de sobrenome Azevedo. E me aponta, além do já dito, como um singular profissional que não aceita interferência do patrão. Incrível: arrogo-me mandar mais do que o próprio. Normal que ele me escale para o seu auto de fé. O Brasil é o único país do meu conhecimento onde os profissionais chamam de colega o dono da casa.
Não há nas calúnias que me alvejam o mais pálido resquício de verdade factual. Os textos que me atribuem para baseá-las nascem de uma mistificação. Pinçados ao acaso e fora do contexto, um somente é de minha autoria e nada diz que me incrimine. E pouparei os leitores de disquisições sobre minha repulsa visceral, antes ainda que moral, à prisão sem mandado, à tortura e à pena de morte. Quando o Estadão foi pioneiro na publicação de um artigo assinado Magnoli, limitei-me a escrever um breve texto para o site de CartaCapital, destinado a contar a história de outra peça de humorismo, escrita em 1970 por um certo Lenildo Tabosa Pessoa, redator, vejam só, do Estadão, e intitulada O Senhor Demetrio. Ou seja, eu mesmo, marcado no batismo por nome tão pesado.
A bem de minha honra, Geisel me detestava. Foto: AE
Lenildo pretendia publicar seu texto no jornal, os patrões, Julio de Mesquita Neto e Ruy Mesquita, não deixaram. Surgiu em matéria paga o retrato de um hipócrita pretensamente refinado que, como Arlequim da política, servia ao mesmo tempo Máfia e Kremlin. O senhor Demetrio, de codinome Mino. Diga-se que Lenildo encontraria eco três anos depois no programa global de um facínora chamado Amaral Neto, também identificado como Amoral Nato, que repetia Lenildo no vídeo. Como se vê, tom e letra das calúnias estão sujeitos a mudanças ideológicas.
Ao negarem espaço nas páginas da sua responsabilidade à diatribe de Lenildo, os herdeiros do doutor Julinho quiseram respeitar a memória do meu pai, que trabalhou no Estadão por 16 anos, e meu honesto e leal desempenho na criação da Edição de Esporte e do Jornal da Tarde. O Estadão, evidentemente, não é mais o mesmo. Lenildo e Amaral Neto me tinham como perigoso subversivo de esquerda. Em compensação, hoje sou acusado de ter dirigido naquele mesmo 1970 uma Veja entregue “à bajulação, subserviência e propaganda da ditadura”. É espantoso, mas a semanal da Abril em 1970 era submetida à censura exercida na redação por militares. Eu gostaria de saber o que acham os senhores Pannunzio, Magnoli e Azevedo a respeito de quem na mídia brasileira se perfilava illo tempore ao lado da ditadura. Ou seja, quase todos.
E Arci, impávido, ofereceu a cabeça de Millôr Fernandes ao ministro Golbery. Fotos: Marcelo Carnaval e Manoel Amorim/Ag O Globo
Quem, de fato foi censurado? Os alternativos, então chamados nanicos, em peso, do Pasquim a Opinião, que depois se tornaria Movimento, sem exclusão de O São Paulo, o jornal da Cúria paulistana regida por dom Paulo Evaristo Arns. A Veja, primeiro por militares, depois por policiais civis no período Médici. Com Geisel, passou a ser censurada diariamente, de terça a sexta, nas dependências da Polícia Federal em São Paulo, e aos sábados, à época dia de fechamento, na própria residência de censores investidos do direito a um fim de semana aprazível. Enquanto isso, Geisel exigia que os alternativos submetessem seu material às tesouras censórias em Brasília, toda terça-feira.
Sim, o Estadão também foi censurado e com ele o Jornal da Tarde. A punição resultava de uma briga em família. O jornal apoiara o golpe, mas sonhava com a devolução do poder a um civil, desde que se chamasse Carlos Lacerda. Este não deixava por menos nas suas aventuras oníricas. O Estadão acabou sob censura, retirada contudo em janeiro de 1975, no quadro das celebrações do centenário do jornal. Carlos Lacerda foi cassado. Diga-se que ao Estadão permitia-se preencher os espaços vagos deixados pelos cortes com versos de Camões, em geral bem escolhidos, e ao Jornal da Tarde com receitas de bolo, às vezes discutíveis. O resto da mídia não sofreu censura. Não era preciso.
Julio Neto e Ruy Mesquita não dariam espaço às calúnias de um tal de Magnoli. Fotos: Alfredo Fiaschi/AE e AE
Quando me chamam para fazer palestras em cursos de jornalismo, sempre me surpreendo ao verificar que o enredo que acabo de alinhavar é ignorado pelos alunos e por muitos professores. Acham que a censura foi ampla, geral e irrestrita. Meus críticos botões observam que me surpreendo à toa. Pois não se trata de futuros Pannunzios, Magnolis e Azevedos? No caso deste senhor Reinaldo, vale acentuar uma nossa específica diferença. Não me refiro ao fato de que eu reputo Antonio Gramsci um grande pensador, enquanto ele o define como terrorista. A questão é outra.
Ocorre que, ao trabalhar e ao fazer estágios na Europa, entendi de vez que patrão é patrão e empregado é empregado, e que para dirigir redações o profissional é chamado por causa de sua exclusiva competência. Ao contrário do que se dá no Brasil, por lá não há diretores por direito divino. Por isso, ao deixar o Jornal da Tarde para tomar o comando dos preparativos do lançamento de Veja, me senti em condições de exigir certas garantias.
No Estadão tivera um excelente relacionamento com a família Mesquita, fortalecido pela lembrança que cultivavam de meu pai, iniciador da reforma do jornal que Claudio Abramo aprofundou e completou. Gozei na casa então ainda do doutor Julinho, filho do fundador, de grande autonomia, aquela que facilitou a criação de um diário de estilo muito próprio, arrojado na diagramação, em busca de qualidade literária no texto. Estava claro, porém, que a linha política seria a da família. Com os Mesquita me dei muito bem, foram de longe meus melhores patrões, talvez os remanescentes não percebam que por eles tenho afeto, embora, saído do Estadão, não me preocupasse em mostrar que minhas ideias não coincidiam com as deles.
E Golbery, gélido, disse: "Eu não pedi a cabeça de ninguém, senhor Civita". Foto: AE
Convidado finalmente pelos Civita para a empreitada de Veja, solicitei uma liberdade de ação diversa daquela de que gozara no Jornal da Tarde. Só aceitaria o convite se os donos da Abril, uma vez definida a fórmula da publicação, se portassem como leitores a cada edição, passível de discussão está claro, mas a posteriori, quer dizer, quando já nas bancas.
Pedido aceito. A primeira Veja, espécie de newsmagazine à brasileira, foi um fracasso. Além disso, já irritou os fardados por trazer na capa a foice e o martelo. A temperatura subiu com a segunda capa, a favor da Igreja politicamente engajada. A quinta, com a cobertura do congresso da UNE em Ibiúna, foi apreendida nas bancas. E também o foi aquela que celebrou a decretação do AI-5 no dia 13 de dezembro de 1968. Tempos difíceis. Mas a edição de mais nítido desafio aos algozes da ditadura é de mais ou menos um ano depois. A chamada de capa era simples e direta: “Torturas”, em letras de forma.
A história desta reportagem começou cerca de três meses antes, com uma investigação capilar conduzida por uma equipe de oito repórteres encabeçada por Raymundo Rodrigues Pereira. Foram levantados 150 casos, três deles nos detalhes mínimos. Emílio Garrastazu Médici acabava de ser escolhido para substituir a Junta Militar e pela pena do então coronel Octavio Costa acenava em discurso, pretensamente poético ao declinar a origem do novo ditador por dizê-lo vindo do Minuano, à necessidade do abrandamento da repressão. Raymundo e eu recorremos a um estratagema, e saímos com uma edição anódina para celebrar o vento gaúcho. Falávamos da posse, da composição do ministério, do discurso. Chamada de capa: “O Presidente Não Admite Torturas”.
Ofereço este número de Veja à aguda análise de Pannunzios, Magnolis, Azevedos e quejandos. (Nada a ver com queijo.) Bajulação e subserviência estão ali expostas da forma mais redonda. Naquele momento, a mídia foi atrás de Veja, e por três dias falou-se mais ou menos abertamente de tortura. Logo veio a proibição, que Veja ignorou. Na noite de sexta-feira a reportagem da equipe de Raymundo descia à gráfica para arrolar 150 irrefutáveis casos de tortura, dos quais três em detalhes. Ao mesmo tempo, eu mandava cortar os telefones da Abril para impedir ligações de quem pretendesse interferir, autoridades, patrões e intermediários. A edição foi apreendida nas bancas, e logo desembarcou na redação a censura dos militares.
Este sim, "nosso Trotski", a Arci pediu minha cabeça e conseguiu. Foto: AE
Quando ouvi falar em distensão pela primeira vez, meados de 1972, pela boca do general Golbery, à época presidente da Dow Chemical no Brasil, pareceu-me possível alguma mudança na sucessão de Médici. De fato, Golbery, que vinha de conhecer, articulava na sombra a candidatura de Ernesto Geisel, títere sob medida para as suas artes de titereiro. Meados de 1973, assenta-se a candidatura obrigatória de Geisel. Alguns meses após, ministério em gestação, Golbery, futuro chefe da Casa Civil à revelia de Médici, me sugere uma conversa com o recém-convocado para a pasta da Justiça, Armando Falcão. Assunto: fim da censura em clima de distensão.
Conversei duas vezes com Falcão enquanto Roberto Civita entre janeiro e fevereiro de 1974 apontava em Hugh Hefner um notável filósofo da modernidade. Mal assumiu a pasta, dia 19 de março de 1974, Falcão chamou-me a Brasília para comunicar que a censura se ia naquele instante. Sublinhei: “Sem compromisso algum de nossa parte”. “Claro, claro”, proclamou, e me deu de presente seu livro de recente publicação, intitulado A Revolução Permanente. Mais tarde Golbery comentaria: “Falcão é o nosso Trotski”.
Três semanas após, a censura voltou, mais feroz do que antes. Duas reportagens causaram a costumeira irritação, fatal foi uma charge de Millôr Fernandes. Em revide, decretava-se que a censura seria executada em Brasília às terças-feiras. Fui visitar Golbery no dia seguinte, eu estava de veneta rebelde, levei meus dois filhos meninotes, e andei pela capital federal de limusine. No meu livro de próxima publicação, O Brasil, a sair pela Editora Record como O Castelo de Âmbar, descrevo assim a visita ao chefe da Casa Civil.
“A secretária do ministro, dona Lurdinha, senhora de modos caseiros, redonda rola sobre o carpete sem perder o sorriso, chega-se ao meu ouvido, murmura: “Veio também o senhor Roberto Civita, quer ser recebido mas não tem hora marcada”. Não deixo que o tempo se estique inutilmente, tomo a visão panorâmica da antessala e vejo Arci, entalado em uma poltrona com expressão perdida na paisagem da savana descortinada além das vidraças. “Que faz aqui?” E ouço meu próprio latido.
“Vici me contou que você viria, e eu gostaria…”
“Você não pediu audiência, não tem hora”, proclamo.
Ele insiste, à beira da imploração. O meu tom chama a atenção de Manuela e Gianni, encaram a cena sem entender o assunto, percebem porém que o pai está muito irritado, enquanto o outro tem jeito de pedinte. Lurdinha traz uma laranjada para as crianças e avisa que o general está à espera. Admito: “Você entra comigo, mas se compromete a não abrir a boca”. Ele promete.
Na conversa que se segue no gabinete da Casa Civil, o meu argumento é óbvio, Veja é uma revista semanal que encerra o trabalho na noite de sábado e vai às bancas às segundas-feiras, obrigá-la a submeter textos e fotos aos censores na terça significa inviabilizá-la. Pergunto a Golbery: “Os senhores pretendem que Veja simplesmente acabe?” Não, nada disso. “Então é preciso pôr em prática outro sistema.”
O chefe da Casa Civil entende e concorda. Diz: “Vá até o Ministério da Justiça, fale com Falcão, a Lurdinha já vai avisá-lo, diga a ele que vamos procurar uma saída até amanhã no máximo, a próxima edição tem de sair regularmente”.
Golbery fica de pé, hora da despedida. O general não conhecia o patrãozinho que até aquele momento cumpriu a promessa feita na antessala. E de supetão abre a boca: “General, se o senhor acha que devemos tomar alguma providência em relação ao Millôr Fernandes…”
Golbery fulminou-o: “Senhor Civita, não pedi a cabeça de ninguém”.
Poucos entenderam que o Minuano poderia despertar ciclones. Foto: Reprodução
Vici e Arci, ou seja, Victor Civita e Roberto Civita, assim se chamavam no castelo envidraçado à beira do Tietê, esgoto paulistano ao ar livre. Esse entrecho já o desenrolei em O Castelo de Âmbar sem merecer desmentido e o próprio Millôr o colocou no ar do seu blog logo após a publicação no final de 2000. Ao sair do gabinete de Golbery, eu disse a Roberto Civita “você é mesmo cretino”, como depois o definiria na conversa de despedida com o pai Victor, mas poderia dizer coisa muito pior. Quanto à minha saída da direção de Veja e de conselheiro board abriliano, descrevi o evento em editorial de poucas semanas atrás. Faço questão de salientar, apenas e ainda, que não fui demitido, e sim me demiti para não receber um único centavo das mãos de um Civita, nem que fosse a comissão pelo empréstimo de 50 milhões de dólares recebidos pela Abril da Caixa Econômica Federal, juntamente com o fim da censura, em troca da minha cabeça. A revista prontamente caiu nos braços do regime.
A partir daí, tive de inventar meus empregos para viver. Ou por outra, para viver com um salário infinitamente menor (insisto, infinitamente) do que aquele dos importantes da imprensa, e nem se fale daqueles da televisão. Ganham mais que os europeus e de muitos americanos. Em outro país, um jornalista com o meu passado não sofreria as calúnias de Pannunzios, Magnolis e Azevedos, e de vários que os precederam. Muito representativos de uma mídia que manipula, inventa, omite e mente. Observem os fatos e as mentiras da atualidade imediata, o caso criado pelo protagonismo de Gilmar Mendes e pela ferocidade delirante dos chapa-branca da casa-grande. Além do mais, há em tudo isso um traço profundo de infantilidade, um rasgo abissal, a provar o estágio primitivo da sociedade do privilégio, certa de que a senzala aplaude Dilma e Lula e mesmo assim se conforma, resignada, dentro dos seus habituais limites.
Os caluniadores são, antes de mais nada, covardes. Sentem as costas protegidas pela falta generalizada de memória, ou pela pronta inclinação ao esquecimento. Pela impunidade tradicional garantida por uma Justiça que não pune o rico e poderoso. Pelo respaldo do patrão comprometido com a manutenção do atraso em um país onde somente 36% da população conta com saneamento básico, e 50 mil pessoas morrem assassinadas ano após outro. Confiam no naufrágio da verdade factual, pela enésima vez, e que tudo acabe em pizza, como outrora se dizia, a começar pela CPI do Cachoeira e pela pantomima encenada por Gilmar Mendes. E que o tempo, vertiginoso e fulminante como sempre, se feche sobre os fatos, sobre mais uma grande vergonha, como o mar sobre um barco furado.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Mais do mesmo: resposta às "novas denúncias" do MP

As denúncias apresentadas em ação civil pública pelo promotor de Justiça Firmino Araújo de Matos, dos Direitos Constitucionais Fundamentais, Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa, contra minha pessoa, o economista José Carlos dos Santos Damasceno, os ex-presidentes da Cosanpa Edilson Rodrigues de Sousa e Sérgio Roberto Rodrigues de La Roque, o ex-diretor financeiro Maurício Otávio de Almeida e a ex-chefe da unidade de gestão financeira, Maria Leonor Pereira Barros não são fato novo. Nos surpreende pois trata-se de assunto já esclarecido e devidamente comprovado que tudo foi feito dentro da legalidade, portando trata-se de mais um factóide para me atingir!


Sobre o empréstimo de 366 milhões de reais do BNDES, já houve esclarecimentos anteriores e comprovação de que o recurso foi integralmente aplicado e que NÃO SUMIU DINHEIRO ALGUM. E NÃO EXISTE NENHUMA NOTA FRAUDADA entregue ao BNDES.

Taís acusações são factóides criados em período pré-eleitoral, e já foram esclarecidas e comprovadas  aqui e aqui. Elas tem a função de desviar a atenção da sociedade para os graves problemas do Pará, consequência da ausência de governo no Estado. Exemplo é o divulgado na noite de 31/05 por rede de TV nacional sobre o Hospital Ofir Loyola.

Sobre os repasses para a COSANPA, todos foram respaldados por notas de gastos em investimentos. Aguardaremos as notificações para esclarecer mais uma vez que os recursos do financiamento, foram utilizados de forma correta.

Informo à sociedade que ainda existem R$ 91 milhões no BNDES a disposição do povo do Pará e que o atual governo não tem interesse em receber e utilizar em obras e ações importantes, como na recuperação de estradas, em Hospitais e Escolas, que o povo necessita.