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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Reforma Política: 85% da população quer mudanças já !

Do O Globo

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) divulgou nesta terça-feira pesquisa feita pelo Instituto Ibope que aponta o apoio de 85% da população brasileira à realização da reforma política, com validade já para as eleições de 2014. Contratada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que integra o MCCE, a pesquisa dá aval à coleta de assinaturas para um projeto de reforma política de iniciativa popular defendido pelo movimento. Segundo o levantamento, além do apoio majoritário à realização da reforma, 92% defendem que ela seja feita a partir de projeto popular, e 84% querem que tenha efeitos imediatos.

— Os dados da pesquisa são expressivos e mostram que a população brasileira quer a reforma política e para já, ou seja, com efeitos na eleição de 2014. Muitos diziam que a sociedade que foi às ruas não pedia a reforma política, e a pesquisa mostra que isso não é verdade. Com esse sentimento, vamos embalar a coleta de assinaturas e buscar o apoio, em prazo recorde — afirmou um dos coordenadores do MCCE, juiz eleitoral Márlon Reis.

O Ibope ouviu 1,5 mil brasileiros, acima de 16 anos, em todo o país, entre os dias 27 e 30 de julho. Dos entrevistados, apenas 7% foi contra a reforma, 4% são indiferentes e 4% não responderam. Sobre a validade das novas regras, apenas 13% disseram que só devem valer a partir das eleições de 2016.

A pesquisa incluiu perguntas mais específicas sobre os pontos do projeto defendido pelo MCCE: 78% são contra a doação de empresas privadas para as campanhas eleitorais, enquanto 17% são a favor; 80% apoiam o limite máximo (um teto) para uso de dinheiro público nas campanhas; e 90% querem punição mais rigorosa para a prática do Caixa 2, dinheiro de campanha que não é declarado à Justiça eleitoral.

A mudança proposta pelo MCCE no sistema eleitoral — eleições de deputados e vereadores passariam a ser em dois turnos, com o primeiro voto dado à legenda e ao programa e, só no segundo turno, o eleitor escolhendo o nome de seu candidato em lista apresentada pelo partido — foi aprovada por 56% dos entrevistados. E 38% responderam que o sistema atual deve ser mantido.

Para tentar dar celeridade à tramitação no Congresso e aprovar a proposta antes de outubro, junto com a coleta das assinaturas populares que já está sendo feita desde julho, os integrantes do MCCE deflagrarão na próxima semana uma ofensiva nos gabinetes dos deputados.

— É uma estratégia para ganhar tempo. Mas o apoio popular é fundamental para que haja a aprovação. Se a Ficha Limpa, que afetava um grupo de parlamentares, já foi um sufoco para aprovar, imagine a reforma das reformas, que mexe com todos os parlamentares. Temos que ter o instrumento de incidência cívica — afirmou Márlon Reis.

A coleta está sendo feita nas ruas e também, por meio de assinaturas eletrônicas, no site www.eleicoeslimpas.org.br. Além do fim do financiamento de empresas privadas nas campanhas, o projeto do MCCE defende limite de R$ 700 para doação de pessoa física. O movimento quer obter 1,6 milhão de assinaturas (1% do eleitorado) para entregar o projeto ao Congresso.

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