Os números do IDHM divulgados no último dia 30 de julho pelo IPEA, Fundação João Pinheiro e PNUD – orgão das nações unidas para o desenvolvimento, mostram que a situação no Pará está crítica. O Pará caiu da 19ª posição para a 26ª, quase no fim da fila. Enquanto o IDHM brasileiro vem crescendo em ritmo acelerado, o do Pará segue patinando.
O gráfico a seguir mostra a relação entre o IDHM do Pará e o do Brasil. Podemos ver claramente que, entre 1991 e 2000, o IDHM nacional avançou em termos absolutos, 0,119 pontos. O IDHM paraense avançou no mesmo período 0,105, colocando o estado abaixo do crescimento nacional. Entre 2000 e 2010, o crescimento nacional foi de 0,115 pontos. O paraense, cresceu 0,128 pontos, acima da média nacional, mas abaixo dos estados mais pobres. Um crescimento tímido, que justifica o fato do Pará passar a ser o “anti-fona” no ranking nacional.
Mas, quais o motivos deste quadro tão dramático?
Um deles, e o mais evidente, é o modelo econômico implementado no estado – exportador de matérias primas brutas de baixo valor agregado –centrado em grandes projetos minerais e agropecuários. Somado ao baixo investimento em políticas sociais e de infra-estrutura urbana, onde o pouco investimento é centrado nas capital e na suas regiões agregadas, temos a fórmula da desigualdade.
Neste período de 19 anos, o Pará foi governado em 12 deles pela coalizão de centro direita comandada pelo PSDB. Como sabemos, o pensamento neoliberal dominante aponta para a redução do custeio da máquina estatal para garantia dos pagamentos da dívida pública. Isto significa que gastos com saúde, educação e segurança, por exemplo, precisam ser reduzidos. Todos sabemos que salários de professores e despesas com programas de educação de adultos, por exemplo, ou compra de medicamentos e pagamentos de exames médicos, ficam prejudicados.
Estes gastos impactam diretamente em dois dos nos componentes do IDH, que são três: a oportunidade de se levar uma vida longa e saudável – saúde – , ter acesso ao conhecimento – educação – e poder desfrutar de um padrão de vida digno – renda.
Para termos uma idéia, entre 2003 e 2006, o primeiro governo de Simão Jatene, o estado do Pará aplicou – somando-se custeio e investimento - 4.15 bilhões de reais em educação e cultura. No meu governo, entre 2007 e 2010, aplicamos 6.05 bilhões, quase 45% a mais do que o tucano. Em saúde e saneamento, a diferença também foi gritante: 4,4 bi do tucanos contra 6,18 nosso, vantagem de 40% em nosso governo. A aplicação destes recursos, aliados aos esforços de Lula para reduzir a pobreza naquela década, pode ter sido fundamental para que o Pará não estivesse em situação pior.
Um novo modelo de desenvolvimento mais humano
Para sairmos dessa situação, precisamos, nós paraenses, de um novo modelo de desenvolvimento, que privilegie o enriquecimento do nosso povo, com a verticalização da nossa economia. Todos sabemos que a criação da Lei Kandir, no governo tucano de FHC e com o aplauso dos tucanos Jatene e Almir Gabriel, trouxe graves prejuízos ao Pará, com a perda estimada de 21,5 bilhões de reais aos cofres públicos.
Precisamos mudar o modelo exportador de matérias primas para uma economia industrial. Verticalizar nossa economia é a palavra-chave, tanto na indústria como no campo. Precisamos desenvolver a agricultura familiar, atrair indústrias de transformação, fomentar o comércio e o turismo, preparar nosso povo para disputar o emprego nos novos empreendimento.
Demos o primeiro passo para isso em nosso governo, com a conquista da Alpa. Mas a guerra não estava ganha e o cochilo dos atuais governantes e líderes políticos está atrapalhando nossa caminhada. Mais do que falar em pactos entre uma pescaria e outra, precisamos trabalhar sério pelo desenvolvimento humano de todas as regiões. Assim, quem sabe na próxima década possamos comemorar resultados melhores e uma nova posição no ranking para o nosso amado Pará.
2 comentários:
Ressalta-se na Saude ainda o PAB Estadual de atencao basica. Repasse fundo a fundo para os municipios. aplicacao na arencao basica que reflete diretamente na reducao da mortalidade infantil. Tucanos nos 12 anos NADA de pabinho e nesse mandato nao cumpri decreto de 2008 e tem atraso ha meses. Vereador Del Viana
Exatamente, vereador. Sem contar a instalação de UCIs neonatais em hospitais do interior, onde ajudamos a reduzir a mortalidade infantil, item fundamental para a consolidação do idh saúde.
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