O presidente Lula conversou ontem com os chamados "blogueiros progressistas" (*) por mais de duas horas. Respondeu às perguntas de todos, inclusive de internautas tuiteiros. Veja um resumo, feito por Brasília Confidencial:
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Censura – Não existe maior censura do que a ideia de que a mídia não pode ser criticada (…). Quando você acusa uma pessoa, você tem de ter provas. Se der errado, peça desculpas. No Brasil, parece que é feio pedir desculpas. Eu lembro da Escola Base de São Paulo, que é um marco.
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Censura – Não existe maior censura do que a ideia de que a mídia não pode ser criticada (…). Quando você acusa uma pessoa, você tem de ter provas. Se der errado, peça desculpas. No Brasil, parece que é feio pedir desculpas. Eu lembro da Escola Base de São Paulo, que é um marco.
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Inverdades - Quando eu deixar a Presidência eu vou reler, porque eu parei de ler revista, parei de ler jornal. Pelo fato de não os ler, eu não fico nervoso. Eu vou reler muita coisa porque eu quero saber a quantidade de leviandades, de inverdades que foram ditas a meu respeito. Apenas para gravar na história. Porque não foi fácil.
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Eleições - Aquele dia da bolinha de papel eu não ia dar entrevista(…) Mas aí quando vi a cena patética que estavam montando, eu disse ‘Ah, vou falar’. Foi uma desfaçatez. Eu perdi três eleições. Jamais faria aquilo. Eu fiquei decepcionado porque tentaram inventar uma outra história. Tentaram inventar um objeto invisível que até agora não mostraram. Aquilo era para culpar o PT pela violência(…)
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Mídia antiga - Tenho problemas na relação com a mídia antiga. Sei que lutaram para me derrotar. Sou resultado da liberdade de imprensa nesse país. Temos telespectador, ouvinte, leitor. Eles acham que povo é massa de manobra. Eles se enganam. Tem que lidar com internet, algo que eles não sabem como lidar. Temos também que trabalhar para democratizar a mídia eletrônica. Sai pesquisa com 80% de aprovação e eles ficam assustados. O povo brasileiro conseguiu conquistar um espaço extraordinário. Não se deixa levar por um colunista que não tem interesse em divulgar os fatos. Antes eles (a mídia) não tinham que se explicar, agora, eles tem. (…) Quanto mais liberdade, melhor.
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Liberdade de imprensa - Com todos os defeitos, eu sou o resultado da liberdade de imprensa deste país. Quem tem que julgá-los não sou eu, que vou ficar xingando. Eles (a mídia) pensam que o povo é massa de manobra como era no passado, eles se enganam. O povo está mais inteligente, mais sabido.
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Direitos Humanos - Nós nos deixamos levar por setores que nos criticaram no relatório apresentado pela Comissão de Direitos Humanos, que não tinham lido o relatório (do Plano Nacional de Direitos Humanos) de 1996 e o de 2000. Os dois no governo Fernando Henrique Cardoso tratavam as coisas quase que do mesmo jeito. Um dia chamei o Paulinho Vanucchi (ministro da Secretaria de Direitos Humanos)e disse: os mesmos veículos que estão te triturando não falaram nada quando foi feito o primeiro e o segundo (relatórios).
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Balanço - Estamos fazendo um balanço de tudo o que foi feito em todas as áreas do governo. Vamos registrar em cartório para que nenhum ministro me conte nenhuma mentira, seja de que fez ou de que não fez (…) Quero registrar em cartório para deixar no Arquivo Nacional, nas biblioteca das universidades, aquilo que foi a nossa passagem pelo governo.
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Aborto - Enquanto cidadão, eu sou contra o aborto. Enquanto chefe de estado, eu tenho que tratar o aborto como questão de saúde pública. Tem milhões de pessoas fazendo aborto, meninas fazendo aborto pelo interior do País, colocando fuligem de fogão de lenha, furando o útero com agulha de crochê. O chefe de estado sabe que isso existe e não vai permitir que uma madame possa ir a Paris fazer um tratamento euma pobre tenha que morrer na rua.
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Reforma política - É inconcebível este país atravessar mais um período sem fazer a reforma política. Não é papel de quem está na Presidência. É papel dos partidos e do Congresso. (…) Eu prefiro o financiamento público, que a gente sabe quanto vaicustar uma campanha. A companheira Dilma pode contar comigo. Eu vou estar muito mais livre para dizer coisas que eu não posso dizer com o papel institucional de Presidente da República.
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Futuro - Pode ficar certo de que serei tuiteiro, blogueiro. Eu vou ser um monte de coisa que eu não fui até agora(…) Eu tenho vontade de trabalhar com as experiências bem sucedidas do Brasil. Tenho vontade de trabalhar na América Central. Ajudar Guatemala, El Salvador, Nicarágua. Quero ver se eu dedico um pouco do meu tempo a levar algumas experiências de políticas nossas para ver se a gente consegue implantar na África.
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(*) A lista de convidados para a entrevista foi elaborada durante o 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, que aconteceu em São Paulo, em agosto, com a participação de blogueiros de 19 Estados.
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