Por Altamiro Borges
Nas comemorações dos dez anos no governo, o PT lança nesta semana um livrete de 15 páginas com um comparativo entre o reinado de FHC e as gestões de Lula e Dilma. O texto didático, que aponta o “desastre neoliberal” causado pelos tucanos, já causou urticária na oposição de direita e na sua mídia venal. A Folha serrista condenou o “forte tom ideológico da cartilha”; o presidente do PSDB, o jagunço Sérgio Guerra, atacou o “mensalão petista”; e Aécio Neves, o cambaleante presidencial tucano, anunciou que vai listar os “13 fracassos do PT”.
Editado pelo Instituto Lula e pela Fundação Perseu Abramo, o livrete apresenta fatos concretos, inquestionáveis. Mostra, por exemplo, que nos oito anos de FHC, “enquanto o salário médio dos trabalhadores caiu, aumentou a derrama contínua de recursos públicos para os segmentos mais ricos e enriquecidos por uma dívida em expansão e por taxas reais de juros incomparáveis internacionalmente”. Na gestão tucana, a taxa básica de juros, Selic, ultrapassou os 40% ao ano; hoje, ela está em 7,25%, a menor da história recente do país.
O documento critica o “Consenso de Washington” – o receituário neoliberal de desmonte do estado, da nação e do trabalho – seguido caninamente pelos tucanos. Ele cita dados objetivos sobre o desemprego, os salários, a pobreza e a distribuição de renda no reinado de FHC e conclui que “o desastre do neoliberalismo foi contundente”. Ela também condena “as privatizações sem critérios e [sem] decência administrativa”, que resultaram em cerca de meio milhão de trabalhadores demitidos das estatais.
Como contraponto, o livrete aponta que as gestões de Lula e Dilma iniciaram a construção de política alternativa, com mais soberania nacional, mais políticas sociais e mais democracia. “A armadilha na qual os governos neoliberais aprisionaram o país foi sendo desarmada graças a uma nova maioria política, capaz de estabelecer um novo ciclo de mudanças... Os dez últimos anos mudaram o Brasil, permitindo reverter a decadência induzida pela rota da neocolonização neoliberal. O povo voltou a protagonizar mudanças”.
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