Após dias em silencio sobre a crise que se abate sobre o setor de segurança pública no estado desde a morte do sargento Antônio Hélio e sua esposa, Feliciana Mota, o governador Simão Jatene veio à público através do seu programa semanal de rádio. Ao invés de anunciar medidas duras de combate à criminalidade, que já ceifou mais de 3 mil vidas este ano, dentre estas 31 policiais, Jatene culpou as expectativas da população e um sentimento difuso de medo pela situação.
Segundo Jatene, a “nossa sociedade é muito complacente em determinadas circunstâncias, e em alguns casos extremamente exigente quando se trata de avaliar o policial e os trabalhadores da segurança pública". Jatene disse ainda que “vivemos numa sociedade fraturada e com medo, aflita diante da possibilidade cotidiana de ser vítima e refém do crime, da violência”.
Jatene negou ainda que o Pará esteja entre os mais violentos do país, apesar dos dados indicarem claramente o aumento da violência. O estudo mostra que o Pará registrou 39 mortes por 100 mil habitantes em 2012, contra 37,9 em 2011, uma das maiores taxas de homicídio doloso do país. O Pará aplica apenas R$ 181,41 em segurança por habitante ao ano, valor acima apenas dos estados do Amapá (R$ 55,32), Piauí (78,14), Maranhão (127,08) e Ceará (171,56).
O Pará detém ainda o dobro da média nacional de policiais cedidos a Órgãos Públicos e menos da metade do recomendado pela ONU de policiais por habitante, que é de um policial para cada 250 habitantes, enquanto que aqui a média é de apenas um policial para cada 600 habitantes.
Esses argumentos do governador mostram que não há na cúpula do estado o reconhecimento da gravidade da situação. Segundo ele, tudo não passa de uma "sensação de insegurança", expressa com outras palavras. Ainda de acordo com Jatene, aqueles que criticam o estado calamitoso da segurança pública são "oportunistas", que usam "o drama alheio com sensacionalismo".
Ao tentar criticar os opositores de seu DESGOVERNO, porém, num ato falho, Jatene pode ter feito uma mea culpa. Ao dizer que “a violência é filha da desigualdade. E não dá para admitir que os mesmos que ajudaram a criar essa desigualdade queiram por puro interesse eleitoreiro usar este momento para tirar proveito e aterrorizar a população”, o governador esqueceu que foram nos anos do tucanato que a desigualdade mais cresceu, a proporção de policiais caiu e a violência recrudesceu.
Um comentário:
A Morte do Sargento Hélio não enluta apenas a PM-PA., enluta sim todo aquele cidadão e cidadã que vive exposto as inoperâncias do sistema se segurança de nosso Estado. Por ocasião do jogo do Paysandu no estadio da Curuzu, um helicopetero da Policia dava razantes sobre aquela quadra, enquanto na periferia da capital e nos demais municípios a segurança é pífia. Com shows de pirotecnia, pensam o governador e seu secretario da segurança publica que estão dando segurança para a população. A Sensação de insegurança, que eles dizem ser apenas sensação de insegurança é verdade pra eles, pois andam com escolta armada, com militares à paisana fazendo suas seguranças e de seus familiares, quanto a nós pobres mortais temos que viver trancados em nossas casas/cadeias (de tantas grades), para nos sentirmos um pouco mais seguros. Não adianta colocar notas ameaçando que SEGUP irá investigar boatos espalhados na internet e que vai "prender" o autor do boato. Honduras é aqui Sr. Governador. Chega de gastar dinheiro enriquecendo a empresa oficial de comunicação de seu governo, pois o senhor Governador, é em ultima análise o responsável pela insegurança em nosso Estado. Sua posição de Governador lhe impõe maior responsabilidade nessa e em outras questões, inclusive no tocante a cobranças de metas de seus subordinados secretários, aí incluído o Secretário de Segurança Pública. Portanto, assim como o ex-governador Almir Gabriel é responsável por ter mandado seus subordinados desimpedirem a qualquer custo a Curva do “S”, da mesma forma o atual governador Simão Jatene tem responsabilidade no crescente número de mortes por conta da insegurança que nos é imposta, afinal, cabe a ele a palavra final.
A morte do Sargento Hélio e de sua esposa são apenas os 20 centavos a mais. É preciso agir Sr. Governador, é preciso parar de mentir nos orgãos de imprensa chapa branca, e preciso atitude que o senhor resiste em não tomar.
É preciso que minimamente o senhor cumpra aquilo que prometeu em campanha para aqueles que votaram no senhor.
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