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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Pará: terra sem lei

Dados do “Mapa da Violência 2013 – Homicídios e Juventude no Brasil”, divulgado na última quinta-feira (18) pelo professor Julio Jacobo Waiselfisz, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, mostram que 13 municípios paraense se encontram entre os 100 municípios brasileiros com mais homicídios.

Os dados foram colhidos nos anos de 2009, 2010 e 2011. Ananindeua aparece em 3º no ranking nacional de homicídios, com a incrível taxa de 119 mortes por cada 100 mil habitantes. Além da cidade da região metropolitana, Marituba, Marabá, Goianésia do Pará, Novo Progresso, Tailândia, Altamira, Castanhal, Santa Maria do Pará, Parauapebas, Eldorado dos Carajás, Rondon do Pará e Moju aparecem entre as 100 mais violentas. As nove primeiras apresentam índices de homicídios superiores aos observados no Iraque durante o período mais sangrento da guerra. Das 13 cidades mais violentas do Pará, em 7 tipo de crime cresceu, com destaque para Castanhal, com um crescimento de 25% entre 2010 e 2011.

Segundo o estudo, as cidades que concentram a violência no Brasil são, em geral, novos polos de desenvolvimento, zonas de fronteira e do desmatamento amazônico, além de municípios com turismo predatório e currais políticos onde ainda impera a lógica clientelista. A grande maioria delas está concentrada nos estados do norte e nordeste.

A grande presença de cidades paraenses no estudo é reflexo da falta de investimento em políticas de inclusão social, em policiamento preventivo e inteligência policial. Aqui no blog já comentamos como o estado teve de devolver recursos em formação de policiais, denunciamos contratos de aluguel de viaturas danosos ao poder público, corrupção na cúpula de segurança e etc.

Enquanto isso, as autoridades do estado fingem que não é com eles. Afirmam que a violência está caindo, apresentando dados de segurança pública maquiados pelo sub-registro imposto pelo fechamento de unidade policiais. Quando forçados a se defrontar com a realidade dos fatos, fogem para abstrações como "necessidade de consumo", "sensação de insegurança".

Como o estudo vai só até o ano de 2011, podemos concluir que a situação ainda é mais crítica.Naquele ano, foram 1305 homicídios na Região Metropolitana de Belém. A se considerar os dados dos cadernos policiais dos jornais locais, os números de 2013 devem ser bem mais assustadores.
 


 

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