Por Altamiro Borges
A não ser que algum ministro do STF já tenha concedido habeas corpus, o ricaço Luis Octávio Índio da Costa continua preso do Cadeião de Pinheiros, em São Paulo. Ele e outros donos do Banco Cruzeiro do Sul são acusados de desviar R$ 1 bilhão para o exterior. A prisão do banqueiro deve ter consternado José Serra. Afinal, seu vice na sucessão presidencial de 2010 é primo do bandido. Talvez após a apuração das eleições o tucano tenha tempo para visitá-lo no Cadeião de Pinheiros num gesto de "solidariedade".
Segundo investigações da Polícia Federal, a quadrilha que controlava o Banco Cruzeiro do Sul promoveu vários crimes contra o sistema financeiro do país – como desvio de recursos dos clientes e remessa ilegal de dinheiro para paraísos fiscais. As fraudes causaram um rombo de R$ 3,1 bilhões e resultaram na liquidação da banco. Na terça-feira, o Ministério Público Federal pediu a prisão preventiva de seus ex-controladores – Luis Octávio Índio da Costa e do seu pai, Luiz Felippe, que está em liberdade por ter mais de 80 anos.
Os convidados do ricaço
A prisão de Luis Octávio também deve ter abalado muitos ricaços e “autoridades” nativas. Afinal, o banqueiro adorava promover festas de luxo. Na comemoração dos 15 anos do Banco Cruzeiro do Sul, em 2009, ele até contratou o astro internacional Tony Bennett para animar os 500 convidados em sua mansão na Granja Viana, em Cotia (SP) – uma área de 6 mil metros quadrados com heliponto. No mesmo ano, ele bancou um concerto privado do cantor britânico Elton John para mil convidados na Sala São Paulo.
Segundo relato da Folha, os eventos do ricaço “eram frequentados por políticos, como o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e a ex-ministra do STF, Ellen Grace”. Ex-namorado de Daniella Cicarelli, o banqueiro de 49 anos gostava de ostentar a sua fortuna. Para a distância de 40 quilômetros entre a sua mansão e a sede do banco, ele utiliza o seu helicóptero particular. Ele também passava parte do seu tempo em seu apartamento em Nova Iorque, na luxuosa Avenida Madison.
Agora, o parente do ex-vice de José Serra está no Centro de Detenção Provisória-3, também conhecido como Cadeião de Pinheiros. Ele divide a cela, segundo os jornais, com integrantes da facção criminosa batizada de CRBC (Comando Revolucionário Brasileiro do Crime), rival do PCC. Pelas normas do centro, o banqueiro deverá ficar isolado entre 10 e 15 dias e não poderá receber visitas neste período. Isto se o STF não se apressar em conceder habeas corpus para “presidiário de luxo”.
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