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sábado, 30 de novembro de 2013

Datafolha: Dilma cresce e oposição murcha

Do Brasil 247

A presidente Dilma Rousseff subiu cinco pontos percentuais na pesquisa Datafolha que acaba de ser divulgada pelo instituto, na comparação com o levantamento anterior, feito em outubro. Antes com 42% de intenções de voto no cenário que envolve o senador Aécio Neves (PSDB) e o governador Eduardo Campos (PSB), agora a presidente marca 47%, contra 19% para Aécio e 11% para o presidenciável do PSB.

Na pesquisa anterior, o senador mineiro tinha 21% e o governador pernambucano, 15% – que significa que a presidente cresceu tomando espaço dos adversários.

Num dos cenários testados pelo Datafolha, Dilma teve 41%, contra 24% de Marina Silva e 19% de José Serra – o que levaria a disputa para o segundo turno.

Num outro quadro, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, foi testado e apareceu com 15% das intenções de voto.

Foram feitas também simulações com o ex-presidente Lula como candidato do PT – em todos os cenários ele venceria em primeiro turno.

Abaixo, notícia anterior de 247, que adiantou o resultado da pesquisa:

Datafolha trará boas notícias a Dilma neste sábado

Pesquisa será divulgada na edição de amanhã da Folha de S. Paulo e no fim da tarde de hoje no Uol; no entanto, 247 já apurou que a presidente abriu mais cinco pontos de vantagem, tomando espaço de Aécio Neves e Eduardo Campos; pesquisa anterior, apontava 42% para ela, 21% para o tucano e 15% para o socialista; resultado sai num momento importante, de definição dos palanques e das alianças regionais; Dilma também leva no primeiro turno nas simulações com Marina Silva e José Serra

247 - A presidente Dilma Rousseff está prestes a receber uma ótima notícia, neste sábado. Pesquisa Datafolha, que estará amanhã na edição da Folha de S. Paulo e hoje ainda no portal Uol, revelará que ela abriu mais cinco pontos de vantagem em relação a seus principais adversários na corrida presidencial, o tucano Aécio Neves e o socialista Eduardo Campos.

Na pesquisa anterior, divulgada no dia 12 de outubro pelo Datafolha, Dilma tinha 42%, contra 21% de Aécio Neves e 15% de Eduardo Campos. Ela já vencia no primeiro turno, mas por uma margem não tão confortável.

O que se sabe, neste momento, em relação ao levantamento que será divulgado hoje, é que ela cresceu, tirando votos tanto de Aécio como de Campos.

Sabe-se ainda que, nas simulações do Datafolha com outros candidatos, como Marina Silva e José Serra, o quadro não se altera. Dilma também os venceria em primeiro turno.

Ainda hoje, os números oficiais serão divulgados aqui.

Para Dilma, essa nova vantagem chega num momento importante, em que ela amarra com o PMDB as alianças regionais e os palanques em todos os estados – neste sábado, ela se reuniu com o ex-presidente Lula, com o vice Michel Temer e com o presidente do PT, Rui Falcão, para definir esses acordos.

Círio de Augusto Correa

Neste domingo, o povo de Augusto Correa celebra o Círio de Nossa Senhora de Nazaré.

A festividade começa na manhã de sábado com o Círio Fluvial pelas águas do Rio Urumajó. No final da tarde uma carreata conduzindo a imagem peregrina deixa a Praça Santuário do Perpétuo Socorro, em Bragança, com destino a Augusto Corrêa. Na chegada as 19 horas haverá missa e logo depois a trasladação.

No domingo a procissão sai da do Centro Nazaré percorrendo aproximadamente 5 Km pelas ruas da cidade até a Igreja de São Miguel Arcanjo.

O primeiro círio de Augusto Corrêa data de 1958. A festividade encerra-se dia 11 de dezembro com o Círio das Crianças e o Recírio.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Estudantes enfrentam Jatene em Santarém

As notícias não tem sido muito boas para Jatene na educação. Após uma greve de quase dois meses, em que ele ao final teve que ceder ao movimento e pagar o piso retroativamente a 2011 e os péssimos resultados dos alunos da rede estadual no Enem, eis que o desgovernador decide "inaugurar" a pintura de uma escola em Santarém. O resultado não poderia ser pior: foi desmentido por alunas do último ano do ensino médio.

Clique no link a seguir e veja o vídeo da reportagem.

http://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/jornal-tapajos-2edicao/videos/t/edicoes/v/jatene-bate-boca-com-estudantes-na-entrega-de-escola-reformada-em-santarem/2985287/

De dedo em riste, Jatene disse que a escola havia sido depredada pelos estudantes e que os professores não estavam cumprindo seu papel. As alunas reagiram a altura e denunciaram que foram gastos mais de 700 mil reais apenas na pintura das salas.

Depois do constrangimento, Jatene deu às costas aos presentes e saiu sem dar mais nenhuma declaração. Segundo informações que circulam nas redes sociais, as carteiras que aparecem na reportagem ficaram danificadas devido terem sido deixadas ao relento durante a reforma.
 

Ministros anunciam medidas de apoio ao extrativismo em Melgaço

A reserva extrativista Gurupá Melgaço, no arquipélago de Marajó (PA),  recebe hoje as ministras do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas. Eles anunciam medidas de apoio aos extrativistas durante o II Chamado dos Povos da Floresta. O evento reúne mais de mil trabalhadores de comunidades que vivem do extrativismo em toda Amazônia.

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) anunciará a inclusão de 3.880 famílias no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, como resultado de um mutirão de busca ativa do Plano Brasil Sem Miséria e do Bolsa Verde, realizado desde agosto no Pará. A ministra Tereza Campello fará a entrega simbólica do recurso do Bolsa Verde para duas famílias extrativistas.

Além disso, anunciará a entrega, em 2014, de mais 15 lanchas da assistência social, no valor de R$ 5 milhões. Até o momento, 30 embarcações já foram entregues. As lanchas facilitam o trabalho de busca ativa e acompanhamento de famílias nos locais mais remotos e estão sendo distribuídas a municípios da região Norte, Maranhão, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

A primeira edição do Chamado dos Povos da Floresta foi realizada em agosto de 2011. No encontro, foram firmados acordos como a criação de um grupo de trabalho interministerial que elaboraria o Plano Nacional de Fortalecimento do Extrativismo. O Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) entidade que representa, politicamente, o movimento social dos extrativistas do Brasil. O conselho foi criado em 1985, no I Encontro Nacional de Seringueiros, realizado em Brasília. A entidade é resultado da articulação política do líder seringueiro Chico Mendes.

(Com informações do MDS)

A imprensa e o suposto caso de tráfico

(Foto: Divulgação/Polícia Militar)


Do blog Jornalismo Wando

A imprensa está sendo acusada de minimizar um suposto caso de tráfico internacional que supostamente envolveria parlamentares oposicionistas supostamente ligados a Aécio Neves. Até o insuspeito Zé Simão entrou na onda acusatória:


"se o helicóptero fosse de alguém do PT, seria abertura do Jornal Nacional". Rarará!"

Pesquisei o assunto com cuidado e posso garantir aos meus leitores que trata-se do mais absolutotrololó. Vamos aos fatos: Gustavo Perrella, deputado estadual mineiro pelo Solidariedade e filho do senador Zezé Perrella, foi traído por um de seus melhores funcionários. Infelizmente, o empregado abusou da confiança - e vocês sabem como está complicada essa gente hoje em dia! - e foi flagrado usando o helicóptero particular de Perrella para transportar quase meia tonelada de pasta de cocaína.

A confiança que o deputado depositava no piloto era tanta que chegou a lhe empregar numa das empresas da família, além de indicá-lo para um cargo na Assembleia Legislativa de Minas. Lá ele ganhava um salário e uma ajuda de custo pra encher o tanque do possante voador de Perrelinha.

O deputado mineiro foi tão surpreendido com a barbaridade que estava sendo cometida em sua aeronave, que imediatamente acusou o piloto de outro crime: o roubo do helicóptero. Diante do desmentido do funcionário, Perrela subitamente lembrou que havia autorizado aquela viagem através de duas mensagens de celular, e então mudou sua versão. Admitiu que a aeronave não tinha sido roubada e confirmou a liberação do transporte de "insumos agrícolas".

Bom, por que a acusação dirigida a nós da grande imprensa é injusta? Ora, com Dirceu, Delúbio e Genoíno presos, estádios da Copa desabando, e todo o caos político, econômico e social que vivemos, um caso desses automaticamente ganha menor importância. Um simples piloto que trafica drogas escondido do patrão não é e não deve ser um assunto do interesse público.

Eu e outros colegas da imprensa, por exemplo, mal estávamos "acompanhando esse caso":



Entenderam por que não damos tanto destaque ao assunto? Isso é papo de piloto, uma pauta no máximo para o jornalismo especializado em aviação civil, não para quem cobre os acontecimentos políticos do dia a dia.

Perguntam também o que nos levou a abafar um suposto escândalo de 2011 envolvendo a família de Aécio Neves, apenas porque esta é intimamente ligada à família Perrella. Conto-lhes mais este trololó:Tancredo Aladin Rocha Tolentino, primo de Aécio, carinhosamente conhecido como "Quêdo", foi preso por chefiar uma quadrilha acusada de vender absolvições para traficantes de drogas, além de ter sido condenado em 97 por crime contra o patrimônio e contra a economia popular. Quase na mesma época, outro primo de Aécio, Rogério Lanza Tolentino, havia sido condenado a 7 anos e 4 meses de prisão por lavagem de dinheiro. Todos esses assuntos não tiveram destaque no Jornal Nacional, não tocaram na CBN e não foram analisadas na A2 da Folha. Claro! As provas contra eles são escassas. Isso fica claro quando constatamos que Quêdo conseguiu um habeas corpus e, logo em seguida, tentou sair candidato à prefeitura de Claudio (MG) pelo PV, quando foi barrado pelo Ficha Limpa.

Poucos sabem, mas Quêdo é uma pessoa muito família, um cara do bem. Organiza as cavalgadas com familiares seus (e dos Perrella) em sua fazenda, comanda a cachaçaria da família Neves em Cláudio (MG) e sempre foi muito querido por todos da região. Quando Aécio caiu do cavalo quebrando 5 costelas, quem estava lá oferecendo o ombro amigo? Ele, o dono da fazenda, o primão Quêdo.

Mas o que o helicóptero de Perrellinha fazendo tráfico internacional* tem a ver com Aécio Neves, que indicou Zezé Perrella para o Senado e cujo primo vendia absolvição para traficantes de drogas? Absolutamente nada. Mas, claro, os patrulhadores da pauta alheia insistem em enxergar nuvens nesse céu de brigadeiro. Tudo isso para tirar foco do que realmente interessa: a prisão dos mensaleiros e os escândalos que a envolve. A gente sabe muito bem como se comporta essa gente chicaneira. #AcordaBrazil

* (atualização via @rei_lux) "Faltou informar que o helipóptero fez uma parada em Divinópolis, onde o primo Tancredinho (Quêdo) liberava traficantes."

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O impeachment de Joaquim Barbosa

Por Renato Rovai, em seu blog:

A OAB aprovou documento assinado por todos os seus conselheiros federais cobrando do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) uma investigação sobre a conduta do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se de uma medida inédita da entidade. Algo que demonstra o quanto o atual presidente do Supremo esgarçou todos os limites do jogo democrático.

Há algum tempo, Barbosa não age mais como juiz. Fez do seu cargo um instrumento de justiciamento daqueles a quem investiga. E avançou, inclusive, contra os seus colegas de toga.

Do ponto de vista institucional, uma das mais absurdas de todas as medidas tomadas por Barbosa foi a da substituição, sem justificativa plausível, do juiz responsável pela execução das penas na Ação Penal 470, Ademar Silva Vasconcelos. E fez isso para colocar em seu lugar o juiz Bruno André da Silva Ribeiro, filho de um dirigente do PSDB no Distrito Federal.

Barbosa mandou às favas qualquer zelo mínimo pela democracia ao tomar essa decisão. Não desrespeitou apenas o juiz que afastou do cargo, como também o judiciário. Porque se essa sua decisão vier a prevalecer haverá uma clara sinalização de que ele está acima de todo o sistema.

O impeachment de Barbosa vem sendo pedido nos últimos dias por importantes juristas, como Dalmo Dallari e Celso Bandeira de Mello. E talvez seja exatamente isso o que o presidente do Supremo deseje. Todos os seus atos apontam mais para o desejo de ser compreendido como um justiceiro e não como um juiz. E para que se torne ainda mais forte esta marca, o justiceiro precisaria ser perseguido.

A “perseguição” perfeita seria um processo de impeachment contra ele. E se possível acompanhado de um movimento do executivo atacando-o por alguma de suas ações. Não à toa, Barbosa já provocou a presidenta Dilma de todas as formas para que ela o ataque.

Com uma investigação aberta contra ele, viria a renúncia ao STF. E a candidatura presidencial. Em que um ou dois partidos lhe garantiriam uns 3 a 4 minutos de tempo de TV, o que lhe permitiria somar forças à oposição.

No atual cenário político, a candidatura que falta para garantir um segundo turno talvez seja a de Barbosa. Ele seria a referência para uma direita babona e que está faltando na disputa. Nem Aécio e nem Eduardo Campos servem bem a este figurino. Um é muito mauricinho. Outro estava até ontem com o PT.

Um justiceiro sim. No seu figurino cabem o discurso da moral, da honra, da legalidade, do combate à corrupção e de tudo o mais que não precisa levar em conta um projeto para o país, mas atende ao senso comum. Se bem embalada do ponto de vista do marketing, uma candidatura com essa pode ter de 15% a 25% num primeiro turno.

De qualquer forma, mesmo sendo este o provável desejo de Barbosa, o de se fazer de vítima para poder pular a cerca do judiciário para uma candidatura presidencial, cabe enfrentar a questão. Barbosa não pode mais ser encarado como um problema localizado. Sua atuação autocrática no STF está contaminando a democracia brasileira. Sua sanha pelo “que seja feita a minha vontade” resgata o espírito de um tempo que parecia ter ficado para trás.

A OAB faz bem em solicitar ao CNJ investigação do procedimento de Barbosa. Juristas sérios fazem muito bem em pedir impeachment dele. Outras entidades fazem bem em cobrar responsabilidade de Barbosa. Enfrentar sua sanha ditatorial é democrático. E esse enfrentamento não pode ser feito apenas a partir de cálculo eleitoral. Tem de ser feito a partir de cálculo democrático.

Mais Médicos: profissionais se concentram onde há mais recursos, diz Ipea

Do Ipea

Os médicos brasileiros concentram-se nas regiões em que há mais recursos, e não naquelas que mais necessitam do seu trabalho. Foi o que demonstrou o ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência (SAE/PR) e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, durante audiência pública sobre o Programa Mais Médicos realizada nesta terça-feira, 26 de novembro, no Supremo Tribunal Federal (STF). Coordenada pelo ministro do STF Marco Aurélio Mello, a audiência pública discutiu a problemática em torno da decisão do governo federal de trazer para o país médicos estrangeiros no Programa Mais Médicos, diante da concentração de profissionais de saúde nas regiões mais ricas do país.

“Os dados mostram com clareza que os médicos estão onde estão os recursos, e não onde estão as pessoas, principalmente as mais pobres. Há uma concentração geográfica desses profissionais em determinadas áreas de maior poder aquisitivo”, disse o ministro ao apresentar um panorama sobre a oferta e a demanda de médicos no Brasil sob a perspectiva econômica do programa, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Fundação Getúlio Vargas e do Ipea.

A maior presença de médicos, segundo o levantamento, está concentrada nas regiões Sul e Sudeste e no Distrito Federal. A pesquisa mostrou que Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e o Espírito Santo, juntamente com o Distrito Federal, são os estados que possuem maior quantidade de médicos por habitantes. Na outra ponta, Piauí, Rondônia, Pará, Amapá e Maranhão são as localidades que menos possuem a oferta desses profissionais. “Há uma desigualdade regional bastante forte, e os médicos precisam estar onde as pessoas estão”.

Ao aprofundar a pesquisa, os dados também apontaram para uma maior concentração de graduados em medicina nos municípios das regiões Sul e Sudeste, entre eles Niterói, Vitória, Porto Alegre, Florianópolis e Santos. “Se pegarmos os seis municípios mais ricos do Brasil, esses cinco estarão presentes. Se olharmos os municípios com maior presença de internet e maior quantidade de carros por habitantes, que são indicadores de riqueza, são esses mesmos municípios que aparecem. Ou seja, os médicos estão concentrados nas áreas mais ricas do país”, destacou o ministro.

Em relação à percepção da sociedade sobre o tema, o ministro da SAE disse que a saúde é a principal preocupação dos brasileiros, seguida da educação. Porém, ao abordar a população em relação à qualidade dos serviços prestados, a saúde recebe uma avaliação inferior à educação. 58% da população colocou a falta de médicos no Brasil como o principal problema.

“Quando a população é questionada sobre a sua principal prioridade, a saúde aparece em todas as pesquisas como a principal prioridade da população brasileira”, disse Marcelo Neri. De acordo com as pesquisas, 47% dos brasileiros apontam a necessidade de aumentar o número de médicos no país. Da mesma forma, a população não parece preocupada com o fato de tais profissionais serem ou não brasileiros. 74% dos brasileiros se dizem favoráveis à vinda de imigrantes qualificados de um modo geral, não apenas médicos.

As informações colhidas na audiência pública vão subsidiar o julgamento das Ações Diretas de Inconstitucionalidade ajuizadas pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Universitários Regulamentados (CNTU), que questionam o Programa Mais Médicos. Os principais questionamentos destas ADIs dizem respeito à dispensa da exigência de revalidação dos diplomas dos médicos formados em instituições estrangeiras e às condições trabalhistas da contratação dos profissionais por meio de bolsas.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Greve: policiais civis cruzam os braços

Do Diário Online

Após paralisarem as atividades no primeiro minuto da madrugada desta terça-feira (26), os policias civis do Pará, realizam uma assembleia geral na manhã de hoje, na Praça do Operário, em Belém, para discutir os próximos rumos do movimento.

Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos da Polícia Civil do Pará (Sindpol), 70% dostrabalhadores aderiram à greve, totalizando cerca de 2 mil policiais parados em todo o Estado. Alguns deles estão reunidos na assembleia, onde discutem próximas manifestações e datas de reuniões.

“A indignação é de todos os policiais. Seccionais deterioradas, sem condições de trabalho, carga horária excessiva, principalmente no interior, inquéritos que não conseguem ser concluídos por falta de pessoal e estrutura. São inúmeros os problemas encontrados na polícia, por isso nossa indignação”, afirma Rubens Teixeira, presidente do Sindpol.

Após a assembleia, os policiais deverão realizar visitas às seccionais e delegacias da Região Metropolitana de Belém, para verificar a adesão à greve nos locais e verificar as condições de trabalho dos servidores.

Entre as reivindicações da categoria, estão o cumprimento da carga horária de 44 horas semanais, melhores condições de trabalho, pagamento antecipado das diárias, isonomia entre nível médio e superior, gratificação de escolaridade, progressões funcionais, incorporação do abono salarial, entre outras.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Círio de Icoaraci, Abaetetuba e Santarém: fé e esperança de nosso povo!

Fim de semana abençoado este que passou. No domingo, o povo paraense saudou Nossa Senhora em Icoaraci e Abatetetuba! Mais duas grandes demonstrações de fé do nosso povo!


Homenagem a Nossa Senhora das Graças,
Círio de Icoaraci (Foto: Tássia Barros/Comus - PMB) 

Círio de Nossa Senhora da Conceição, em Abaetetuba (Arquivo do Blog)
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Com atraso registramos também a realização do Círio de Nossa Senhora da Conceição em Santarém. Cerca de 150 mil pessoas participaram de mais essa demonstração de fé. Parabéns aos santarenos e ao povo de todo o Oeste Paraense.

Círio de N. Sra. da Conceição em Santarém (Foto: Andressa Azevedo/G1)



Milton Zimmer é o novo presidente do PT Pará

O deputado estadual Milton Zimmer, com 50.4% dos votos é novo presidente do PT Pará. Zé Geraldo obteve 49.6%. Parabéns aos companheiros Milton e Zé Geraldo pelo belo exemplo de democracia. Sucesso ao novo presidente.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

É hoje: Dia Nacional da Consciência Negra

Para homenagear Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, herói da resistência negra para o fim da escravidão no Brasil morto em 20 de novembro de 1695, e ampliar os espaços de debates sobre questões raciais no Brasil, a Lei 12.519/2011 instituiu a data como o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

A data é celebrada com atividades durante todo mês de novembro. Entidades da sociedade civil, principalmente o movimento negro, instituições públicas e privadas se mobilizam, em todo o País, para discutir as violações aos direitos da população negra, o enfrentamento do racismo, mais oportunidades para ascensão socioeconômica dos afro-brasileiros, entre outros temas. Conheça atividades comemorativas em todo o Brasil.

Fruto de uma intensa articulação do Movimento Negro Brasileiro, o 20 de Novembro é uma referência à reflexão sobre o papel dos negros e negras para construção do País.

Celebração

A grande celebração do Dia Nacional da Consciência Negra será realizada nesta quarta-feira (20), no Parque Memorial Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, em Alagoas. O Parque, que é uma referência ao Quilombo dos Palmares – o maior, mais duradouro e mais organizado refúgio de escravos das Américas – será palco de atrações que têm como objetivo conscientizar, promover e valorizar as diversas artes e culturas afro-brasileiras.

O banho de cheiro realizado por religiosos de matriz africana inicia as atividades do dia, que contará ainda com cortejo sagrado e a cerimônia de depósito de flores na Lagoa Encantada dos Negros. O rito vivencia as religiosidades afro-brasileiras, ainda vítimas da intolerância religiosa, alimentada pelo ranço do racismo estrutural no País.

“As celebrações reverenciam a memória do líder negro Zumbi dos Palmares, morto pelo escravismo e pelo racismo que continua na vida da população brasileira”, afirma Hilton Cobra, presidente da Fundação Cultural Palmares.

Apresentações de tradições culturais, rodas de capoeira e oficinas fazem parte da agenda do dia, que será encerrada às 20 horas com o show de um dos principais nomes do samba, o cantor e compositor Martinho da Vila.

A data não é um feriado nacional. A adesão ao feriado, ou instituição de ponto facultativo, é uma decisão de cada estado ou cidade. Atualmente, mais de 1.000 municípios já decretaram feriado no Dia Nacional da Consciência Negra. Conheça as cidades onde é decretado feriado no dia 20 de novembro em 2013.

Zumbi dos Palmares

Zumbi foi o grande líder do quilombo dos Palmares, herói da resistência anti-escravagista. Pesquisas e estudos indicam que nasceu em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Em um dos povoados do quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e entregue ao padre Antonio Melo, de Porto Calvo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de Palmares.

Zumbi significa: a força do espírito presente. Baluarte da luta negra contra a escravidão, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares. No Quilombo de Palmares plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes, batatas. Em meados do século 17, calculavam-se cerca de onze povoados. A capital era Macaco, na Serra da Barriga. Palmares constituiu-se como abrigo não só de negros, mas também de brancos pobres, índios e mestiços extorquidos pelo colonizador.

Os quilombos, que na língua banto significam “povoação”, funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas. O Quilombo dos Palmares foi defendido no século 17 durante anos por Zumbi contra as expedições militares que pretendiam trazer os negros fugidos novamente para a escravidão.

O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.

Manifestantes denunciam corrupção de Jatene

Do Diário On Line

Um grupo de manifestantes esteve na tarde desta terça-feira (19) no Hangar, Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, durante o Encontro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para denunciar as irregularidades do governo Simão Jatene, no Pará.

Através de uma imensa faixa com a foto do governador, o protesto expôs aos magistrados que participaram do evento os oito anos do Caso Cerpasa em que Jatene é acusado de ter recebido indevidamente R$ 50 milhões.

Com as frases: "Ministro há oito anos o STJ não julga este ladrão!" e "Jatene. Ladrão de 50 milhões em propina da Cerpasa" a faixa chamou a atenção dos membros do judiciário brasileiro.

ENTENDA O CASO

Desde dezembro de 2004, tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) o inquérito 465/PA que envolve o governador do Estado. Jatene é acusado e investigado pelo crime de corrupção passiva devido a descobertas, em 2003, de transferências irregulares de recursos da Cervejaria Paraense S.A – Cerpasa para a sua campanha política. O caso ainda envolve Sérgio Leão, conhecido pela aproximação com Jatene.

O inquérito, que apura o envolvimento de Sérgio Leão e do governador por prática de crime de corrupção ativa, foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça pelo Ministério Público Federal. O MP afastou a hipótese de suposto crime de corrupção eleitoral, mas entendeu existirem indícios de “... prática dos crimes de corrupção ativa e passiva previstos no Código Penal, uma vez que a vantagem indevida teria sido prometida e recebida pela prática de atos de ofício...” conforme consta na folha de número 9 de um longo inquérito.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Dilma venceria no 1º turno em todos os cenários com três candidatos, diz Ibope

SÃO PAULO, 18 Nov (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff venceria a eleição presidencial no primeiro turno em todos os cenários com três candidatos, mostrou uma pesquisa do Ibope divulgada nesta segunda-feira.

O levantamento mostrou ainda queda dos socialistas, tanto do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, quanto da ex-senadora Marina Silva, em todos os cenários pesquisados pelo Ibope.

Na simulação apontada como a mais provável, que tem Dilma, Aécio Neves (PSDB) e Campos, a presidente lidera com 43 por cento, ante 41 por cento no levantamento de outubro. Aécio manteve os 14 por cento do levantamento anterior, enquanto Campos perdeu três pontos, ficando agora com 7 por cento.

Neste cenário, 21 por cento declararam voto branco ou nulo e 15 por cento não souberam ou não quiseram responder.

Se Marina substitui Campos como candidata do PSB, Dilma lidera com 42 por cento, contra 39 por cento em outubro. Marina soma 16 por cento, queda de cinco pontos ante outubro, e Aécio se mantém estável em 13 por cento. O percentual de brancos e nulos é de 17 por cento e o de indecisos, de 12 por cento.

Um terceiro cenário em que Serra é o candidato do PSDB e Campos o do PSB, Dilma tem 41 por cento, contra 40 por cento em outubro, enquanto o tucano aparece em segundo depois de oscilar um ponto para cima, com 19 por cento, e Campos tem queda de três pontos, para 7 por cento. Os indecisos são 14 por cento e os que declaram voto branco ou nulo somam 19 por cento.

O quarto cenário, quando Serra e Marina enfrentam Dilma, a presidente tem 40 por cento, ante 39 por cento no levantamento anterior. Nesta simulação, Serra tomou a segunda posição de Marina, com 17 por cento, ante 16 por cento em outubro. A ex-senadora caiu 6 pontos e agora soma 15 por cento. Neste caso, 16 por cento declararam voto branco ou nulo e 11 por cento não souberam responder.

Apesar de a intenção de voto de Dilma superar a soma de seus adversários nestas quatro simulações, o que indica possibilidade de vitória no primeiro turno, ainda é elevado o percentual de eleitores indecisos ou que declararam voto branco ou nulo em todos os cenários, o que poderia mudar este resultado.

Dilma só não ganharia no primeiro turno no cenário em que aparecem cinco candidatos: além da presidente, os tucanos Serra e Aécio e os socialistas Campos e Marina.

No entanto, esse cenário não pode se concretizar na eleição, já que as legendas teriam de escolher apenas um desses candidatos para concorrer à Presidência e o prazo para filiação partidária do ano que vem já se encerrou.

INTERESSE POR ELEIÇÃO

O Ibope também pesquisou o interesse popular no pleito que ocorrerá em outubro do ano que vem. A pesquisa mostrou que 32 por cento dos entrevistados disseram ter pouco interesse agora nas eleições e 24 por cento declararam não ter interesse algum.

O percentual dos que declararam ter muito interesse é de 16 por cento, enquanto os que afirmaram ter interesse médio atingiram 27 por cento, e 1 por cento não souberam responder.

O instituto também perguntou em quem os eleitores votariam caso o candidato escolhido no cenário que tem Dilma, Aécio, Serra, Marina e Campos não disputasse o pleito.

De acordo com o Ibope, dos eleitores de Marina, 28 por cento disseram que anulariam o voto se a ex-senadora não disputar a eleição. Outros 22 por cento migrariam para Dilma, 20 por cento iriam para Serra e apenas 10 por cento votariam em Campos.

Aécio ficaria com 8 por cento do eleitorado da ex-senadora e 12 por cento disseram não saber como votariam caso ela não seja candidata.

A pesquisa mostrou ainda que, se Campos não sair candidato, 30 por cento de seus eleitores iriam para Dilma e 25 por cento para Marina. Aécio ficaria com 13 por cento desse eleitorado e Serra, com 8 por cento.

Do eleitorado do governador pernambucano, 17 por cento anulariam o voto caso ele não dispute a Presidência e 7 por cento não souberam responder.

SEGUNDO TURNO

O levantamento do Ibope também apontou reeleição de Dilma em todos os cenários de um eventual segundo turno. Contra Aécio, a presidente venceria com 47 por cento, contra 18 por cento do tucano. Os brancos e nulos somariam 22 por cento e os indecisos, 13 por cento.

Contra Marina, a presidente teria 44 por cento, e sua rival ficaria com 24 por cento. Brancos e nulos somariam 19 por cento e indecisos, 13 por cento.

Se enfrentasse Campos em uma segunda rodada, Dilma seria reeleita com 48 por cento dos votos, contra 12 por cento do governador pernambucano. Brancos e nulos somariam 24 por cento e indecisos seriam 16 por cento.

Em uma eventual reedição do segundo turno de 2010 entre Dilma e Serra, a presidente venceria novamente, desta vez com 45 por cento dos votos, contra 21 por cento do tucano. Brancos e nulos seriam 21 por cento e indecisos, 13 por cento.

O Ibope ouviu 2.002 eleitores entre 7 e 11 de novembro em 142 municípios. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais.
 

Supremo Tapetão Federal

Por Ricardo Melo, na Folha de São Paulo

Derrotada nas eleições, a classe dominante brasileira usou o estratagema habitual: foi remexer nos compêndios do "Direito" até encontrar casuísmos capazes de preencher as ideias que lhe faltam nos palanques. Como se diz no esporte, recorreu ao tapetão.

O casuísmo da moda, o domínio do fato, caiu como uma luva. A critério de juízes, por intermédio dele é possível provar tudo, ou provar nada. O recurso é também o abrigo dos covardes. No caso do mensalão, serviu para condenar José Dirceu, embora não houvesse uma única evidência material quanto à sua participação cabal em delitos. A base da acusação: como um chefe da Casa Civil desconhecia o que estava acontecendo?

A pergunta seguinte atesta a covardia do processo: por que então não incluir Lula no rol dos acusados? Qualquer pessoa letrada percebe ser impossível um presidente da República ignorar um esquema como teria sido o mensalão.

Mas mexer com Lula, pera aí! Vai que o presidente decide mobilizar o povo. Pior ainda quando todos sabem que um outro presidente, o tucano Fernando Henrique Cardoso, assistiu à compra de votos a céu aberto para garantir a reeleição e nada lhe aconteceu. Por mais não fosse, que se mantivessem as aparências. Estabeleceu-se então que o domínio do fato vale para todos, à exceção, por exemplo, de chefes de governo e tucanos encrencados com licitações trapaceadas.

A saída foi tentar abater os petistas pelas bordas. E aí foi o espetáculo que se viu. Políticos são acusados de comprar votos que já estavam garantidos. Ora o processo tinha que ser fatiado, ora tinha que ser examinado em conjunto; situações iguais resultaram em punições diferentes, e vice-versa.

Os debates? Quantos momentos edificantes. Joaquim Barbosa, estrela da companhia, exibiu desenvoltura midiática inversamente proporcional à capacidade de lembrar datas, fixar penas coerentes e respeitar o contraditório. Paladino da Justiça, não pensou duas vezes para mandar um jornalista chafurdar no lixo e tentar desempregar a mulher do mesmo desafeto. Belo exemplo.

O que virá pela frente é uma incógnita. Para o PT, ficam algumas lições. Faça o que quiser, apareça em foto com quem quer que seja, elogie algozes do passado, do presente ou do futuro --o fato é que o partido nunca será assimilado pelo status quo enquanto tiver suas raízes identificadas com o povo. Perto dos valores dos escândalos que pululam por aí, o mensalão não passa de gorjeta e mal daria para comprar um vagão superfaturado de metrô. Mas, como foi obra do PT, cadeia neles.

É a velha história: se uma empregada pega escondida uma peça de lingerie da patroa para ir a uma festa pobre, certamente será demitida, quando não encarcerada --mesmo que a tenha devolvido. Agora, se a amiga da mesma madame levar "por engano" um colar milionário após um regabofe nos Jardins, certamente será perdoada pelo esquecimento e presenteada com o mimo.

Nunca morri de admiração por militantes como José Dirceu, José Genoino e outros tantos. Ao contrário: invariavelmente tivemos posições diferentes em debates sobre os rumos da luta por transformações sociais. Penso até que muitas das dificuldades do PT resultam de decisões equivocadas por eles defendidas. Mas, num país onde Paulo Maluf e Brilhante Ustra estão soltos, enquanto Dirceu e Genoino dormem na cadeia, até um cego percebe que as coisas estão fora de lugar.

Greenhalgh chama de 'lambanças' os delitos de Joaquim Barbosa

Brasília 247 - Advogado de vítimas da ditadura militar, Luiz Eduardo Greenhalgh, que já foi deputado federal pelo PT, desembarcou em Brasília no fim de semana para acompanhar de perto o tratamento que seria dado aos réus José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, que foram condenados à prisão em regime semiaberto, mas que, na prática, estão submetidos a um regime fechado, em razão de decisões – segundo ele, ilegais – tomadas justamente por quem deveria zelar pelo cumprimento das leis: o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. "Estou estarrecido", disse Greenhalgh ao 247. "Hoje, em plena democracia, direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros estão sendo estraçalhados".

Segundo Greenhalgh, Barbosa a transferência dos presos para Brasília foi a primeira ilegalidade, uma vez que a lei determina que o regime semiaberto seja cumprido onde os réus trabalham e têm residência, ou seja, São Paulo, no caso dos três ex-dirigentes do PT. "Colocá-los naquele avião foi um gesto desnecessário, midiático, oneroso para os cofres públicos e que será revertido, uma vez que eles não poderão permanecer em Brasília".

Em seguida, segundo Greenhalgh, Barbosa encaminhou as ordens de prisão não ao juiz titular da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Ademar Silva Vasconcelos, mas ao juiz Bruno Silva Ribeiro, que estava de férias. "Tudo isso foi deliberado e milimetricamente calculado para que os presos ficassem mais tempo submetidos a um regime de prisão ilegal", diz Greenhalgh. Ele afirma ainda que, enquanto Dirceu, Genoino e Delúbio estavam submetidos a um constrangimento irregular, Barbosa foi ao Rio de Janeiro, a um clube, e depois embarcou para um congresso.

Por que razão as cartas de sentença não caíram nas mãos do juiz titular? Na visão de Greenhalgh, isso impediu que a defesa tivesse acesso aos documentos e a qualquer possibilidade de defesa. Durante quatro horas, relata Greenhalgh, os presos ficaram em frente à Papuda porque as autoridades de Brasília não poderiam acolhê-los. O impasse só foi resolvido quando se decidiu que eles seriam transferidos para uma área, dentro do presídio, que fica sob responsabilidade do Ministério da Justiça e da Polícia Federal.

Greenhalgh afirma ainda que Ademar Silva Vasconcelos decidiu não abrigar os presos na Papuda porque não tinha acesso às cartas de sentença. Por isso mesmo, eles dormiram nessa ala do presídio que ainda fica sob a custódia da Polícia Federal – uma espécie de área de transição.

Greenhalgh não poupa as palavras ao se referir a Joaquim Barbosa. "Ele fez uma suprema lambança", afirma. "Agiu de modo ilegal, arbitrário e movido por desejo de vingança, o que será ainda mais grave se ficar confirmado seu projeto de se tornar candidato". O advogado ecoa as palavras de Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e diz que os demais ministros do STF devem agir rapidamente para restaurar a dignidade da casa.

O que Greenhalgh define como "suprema lambança" ainda criou uma situação inusitada. Ele lembra que a Constituição brasileira determina que nenhuma violação de direitos fundamentais deixará de ser apreciada pelo Poder Judiciário. No entanto, os ministros do STF já decidiram que decisões da corte não são passíveis de revisão. "Estamos diante de uma situação surreal e esdrúxula, onde quem viola a lei é quem deveria zelar por ela, o presidente do STF, Joaquim Barbosa".

Após visitar os três, Greenhalgh afirmou que todos mantêm bom estado de espírito, mas se disse muito preocupado com José Genoino. "Eu o vi muito doente". Ele afirmou que ouviu de todos que nenhum deles quer qualquer privilégio. "Mas todos exigem que sejam respeitados integralmente os seus direitos", afirma. "Dirceu e Delúbio devem cumprir o semiaberto em São Paulo e o Genoino, diante do seu estado de saúde, tem direito à prisão domiciliar".

Por fim, o advogado cobra uma posição do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. "Ele não pode se calar diante do arbítrio", afirma. "É ministro da Justiça de um país onde estão sendo cometidas sérias arbitrariedades contra os direitos dos seus cidadãos". Ou seja: segundo Greenhalgh, não se trata de uma questão partidária, mas de defesa da própria cidadania. "O ministro tem que vir a público urgentemente".

sábado, 16 de novembro de 2013

Carta aberta ao povo brasileiro



O julgamento da AP 470 caminha para o fim como começou: inovando – e violando – garantias individuais asseguradas pela Constituição e pela Convenção Americana dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário.

A Suprema Corte do meu país mandou fatiar o cumprimento das penas. O julgamento começou sob o signo da exceção e assim permanece. No início, não desmembraram o processo para a primeira instância, violando o direito ao duplo grau de jurisdição, garantia expressa no artigo 8 do Pacto de San Jose. Ficamos nós, os réus, com um suposto foro privilegiado, direito que eu não tinha, o que fez do caso um julgamento de exceção e político.

Como sempre, vou cumprir o que manda a Constituição e a lei, mas não sem protestar e denunciar o caráter injusto da condenação que recebi. A pior das injustiças é aquela cometida pela própria Justiça.

É público e consta dos autos que fui condenado sem provas. Sou inocente e fui apenado a 10 anos e 10 meses por corrupção ativa e formação de quadrilha – contra a qual ainda cabe recurso – com base na teoria do domínio do fato, aplicada erroneamente pelo STF.

Fui condenado sem ato de oficio ou provas, num julgamento transmitido dia e noite pela TV, sob pressão da grande imprensa, que durante esses oito anos me submeteu a um pré-julgamento e linchamento.

Ignoraram-se provas categóricas de que não houve qualquer desvio de dinheiro público. Provas que ratificavam que os pagamentos realizados pela Visanet, via Banco do Brasil, tiveram a devida contrapartida em serviços prestados por agência de publicidade contratada.

Chancelou-se a acusação de que votos foram comprados em votações parlamentares sem quaisquer evidências concretas, estabelecendo essa interpretação para atos que guardam relação apenas com o pagamento de despesas ou acordos eleitorais.

Durante o julgamento inédito que paralisou a Suprema Corte por mais de um ano, a cobertura da imprensa foi estimulada e estimulou votos e condenações, acobertou violações dos direitos e garantais individuais, do direito de defesa e das prerrogativas dos advogados – violadas mais uma vez na sessão de quarta-feira, quando lhes foi negado o contraditório ao pedido da Procuradoria-Geral da República.

Não me condenaram pelos meus atos nos quase 50 anos de vida política dedicada integralmente ao Brasil, à democracia e ao povo brasileiro. Nunca fui sequer investigado em minha vida pública, como deputado, como militante social e dirigente político, como profissional e cidadão, como ministro de Estado do governo Lula. Minha condenação foi e é uma tentativa de julgar nossa luta e nossa história, da esquerda e do PT, nossos governos e nosso projeto político.

Esta é a segunda vez em minha vida que pagarei com a prisão por cumprir meu papel no combate por uma sociedade mais justa e fraterna. Fui preso político durante a ditadura militar. Serei preso político de uma democracia sob pressão das elites.

Mesmo nas piores circunstâncias, minha geração sempre demonstrou que não se verga e não se quebra. Peço aos amigos e companheiros que mantenham a serenidade e a firmeza. O povo brasileiro segue apoiando as mudanças iniciadas pelo presidente Lula e incrementadas pela presidente Dilma.

Ainda que preso, permanecerei lutando para provar minha inocência e anular esta sentença espúria, através da revisão criminal e do apelo às cortes internacionais. Não importa que me tenham roubado a liberdade: continuarei a defender por todos os meios ao meu alcance as grandes causas da nossa gente, ao lado do povo brasileiro, combatendo por sua emancipação e soberania.

(Zé Dirceu- Preso político por determinação ilegal do STF, um tribunal de exceção)

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Brasil é vice campeão mundial em sonegação fiscal

Do blog Cafezinho, com informações da Folha de São Paulo

A organização Tax Justice Network está começando a virar um pé-no-saco dos sonegadores brasileiros.

Primeiro, causou um frisson no mundo ao revelar um ranking internacional com os países que detêm as maiores fortunas em paraísos fiscais. O Brasil estaria em quarto lugar, com seus super-ricos guardando no exterior, ilegalmente, cerca de R$ 1 trilhão.

Agora, ela volta a incomodar, dizendo que ocupamos o segundo lugar no planeta em evasão de tributos, apenas depois da Rússia. Só a Folha deu a notícia, no pé de página do Caderno Mercado.

Segundo a Tax Justice Network, o Brasil perde 13,4% de seu PIB por causa do envio clandestino de recursos para o exterior, fugindo à taxação doméstica. Nos EUA, apenas 2,3% dos tributos fogem do país. Na China, apenas 2,2%.

Esse descalabro mereceria uma campanha nas grandes mídias, até porque a sonegação dos ricos e poderosos acaba obrigando o governo a aumentar os impostos sobre a classe média.

Entretanto, seria injusto apenas culpar o empresariado. O governo tem de oferecer sistemas mais simples e justos na cobrança de tributos.

De qualquer forma, não tem como deixar de pensar na sonegação da Globo, revelada por este blog. A sonegação, agora está provado, é o maior ralo de recursos públicos do país, muito mais inclusive do que a corrupção. Segundo o sindicato nacional dos auditores fiscais, mais de R$ 400 bilhões são sonegados todos os anos.

Pérolas do Twitter


terça-feira, 12 de novembro de 2013

Educação: A greve continua, Jatene e culpa é tua!

E a greve de educação continua por pura teimosia do governo, que reconhece que tem que pagar o retroativo, mas condiciona o pagamento ao aumento da arrecadação. Como os educadores não caíram na lorota, a greve segue firme e forte.

Enquanto isso, o desgoverno vai convocar "professores temporários". 271 deles foram convocados para substituir os mais de 30 mil grevistas. No blog da Franssinete Florenzano, comentarista mostra indignação por sua mãe ter sido "convocada" para cumprir função tão inglória: "pessoas como a minha mãe são, além dos Srs., merecedoras de um pouco mais de respeito pela ansiedade a que se lhe impõem pelo tempo de trabalho árduo e com amor que dedicaram ao ensino de crianças e jovens no país, não devem ser tratados como fantoches de um governo aproveitador, que para "intimidar" professores em greve decide utilizá-los como bonecos, aproveitando-se de seus anseios por trabalho para iludi-los em pleno domingo em uma espera de 8h da manhã aguardando senha que a permitiu ser atendida às 14h para saber que seria "contratada" para lecionar por 15 dias. Isso é baixo, vergonhoso, sem escrúpulos e uma lástima para um Estado onde precisam iludir uns educadores e intimidar outros para se chegar a determinados objetivos."

Desgoverno: após dias de silêncio, Jatene vem a público e critica "sensação de insegurança"

Após dias em silencio sobre a crise que se abate sobre o setor de segurança pública no estado desde a morte do sargento Antônio Hélio e sua esposa, Feliciana Mota, o governador Simão Jatene veio à público através do seu programa semanal de rádio. Ao invés de anunciar medidas duras de combate à criminalidade, que já ceifou mais de 3 mil vidas este ano, dentre estas 31 policiais, Jatene culpou as expectativas da população e um sentimento difuso de medo pela situação.

Segundo Jatene,  a “nossa sociedade é muito complacente em determinadas circunstâncias, e em alguns casos extremamente exigente quando se trata de avaliar o policial e os trabalhadores da segurança pública". Jatene disse ainda que “vivemos numa sociedade fraturada e com medo, aflita diante da possibilidade cotidiana de ser vítima e refém do crime, da violência”.

Jatene negou ainda que o Pará esteja entre os mais violentos do país, apesar dos dados indicarem claramente o aumento da violência. O estudo mostra que o Pará registrou 39 mortes por 100 mil habitantes em 2012, contra 37,9 em 2011, uma das maiores taxas de homicídio doloso do país. O Pará aplica apenas R$ 181,41 em segurança por habitante ao ano, valor acima apenas dos estados do Amapá (R$ 55,32), Piauí (78,14), Maranhão (127,08) e Ceará (171,56).

O Pará detém ainda o dobro da média nacional de policiais cedidos a Órgãos Públicos e menos da metade do recomendado pela ONU de policiais por habitante, que é de um policial para cada 250 habitantes, enquanto que aqui a média é de apenas um policial para cada 600 habitantes.

Esses argumentos do governador mostram que não há na cúpula do estado o reconhecimento da gravidade da situação. Segundo ele, tudo não passa de uma "sensação de insegurança", expressa com outras palavras. Ainda de acordo com Jatene, aqueles que criticam o estado calamitoso da segurança pública são "oportunistas", que usam "o drama alheio com sensacionalismo".

Ao tentar criticar os opositores de seu DESGOVERNO, porém, num ato falho, Jatene pode ter feito uma mea culpa. Ao dizer que “a violência é filha da desigualdade. E não dá para admitir que os mesmos que ajudaram a criar essa desigualdade queiram por puro interesse eleitoreiro usar este momento para tirar proveito e aterrorizar a população”, o governador esqueceu que foram nos anos do tucanato que a desigualdade mais cresceu, a proporção de policiais caiu e a violência recrudesceu.

sábado, 9 de novembro de 2013

É amanhã: Candidatura Própria Já!!!


OAB vai denunciar Jatene por morte de advogados

Do Portal da OAB

Com o brutal assassinato do advogado Dácio Cunha, ocorrido ontem (05) à noite, a OAB deixará de apenas cobrar providências do Estado e passará a tomar medidas. Uma delas será denunciar a ineficiência do Estado a órgãos internacionais de defesa dos direitos humanos. Outra é viabilizar o incidente de deslocamento de competência do processo do assassinato do advogado Jorge Pimentel para a Justiça Federal.

A OAB também irá denunciar o crime de responsabilidade do governador de Estado em relação ao caso ocorrido em Tomé-açu. Para isso, todo o Conselho Seccional da OAB está mobilizado e já elabora um levantamento junto às corregedorias da Região Metropolitana e do Interior do Tribunal de Justiça do Pará de quantos mandados judiciais criminais restam sem cumprimento no Pará e quantas sentenças de prescrição criminal foram proferidas no último ano.

Paralelamente, a OAB checará junto ao Sistema Penal do Pará quantos presos fugiram e encontram-se foragidos nos últimos três anos. Além disso, diretores e conselheiros das subseções de Marabá e Parauapebas estão acompanhando os desdobramentos das investigações do assassinato de Dácio Cunha, bem como as diligências das policias Civil e Militar e a coleta de depoimentos.

“O clima de medo e terror se espalhou no Pará por conta dos crimes de ‘pistolagem’. Eles aumentaram sensivelmente na classe dos advogados. A OAB tem cobrado que o estado priorize a segurança, para que seja considerada como ponto fundamental na estratégia de estado e não de governo. Enquanto o governo continuar se recusando a pedir ajuda do governo federal, novos crimes acontecerão. A OAB não vai se eximir se tiver que denunciar os estados aos órgãos internacionais de defesa dos direitos humanos”, afirmou o presidente da OAB, Jarbas Vasconcelos.

Protesto

Agora pela manhã, advogados que militam em Parauapebas iniciaram uma caminhada pelas principais ruas e avenidas do município em protesto aos assassinato do colega advogado, culminando com o fechamento da rodovia PA-275, que liga Parauapebas a Curionópolis. O vice-presidente da OAB, Alberto Campos, chegou hoje pela manhã em Parauapebas para acompanhar o caso de perto. O Secretário Geral de Segurança Pública, Luiz Fernandes, já designou equipe da Polícia Civil, coordenada pelo Delegado Geral, Rilmar Firmino, para se deslocar ao local.

Crime

Dácio Antônio Gonçalves Cunha tinha 42 anos e atuava nas áreas cível e criminal. O advogado foi vice-presidente da OAB em Parauapebas. Ele foi assassinado em frente de sua residência enquanto aguardava a entrega de uma pizza que havia encomendado. Dois homens sem capacete chegaram em uma motocicleta, dispararam alguns tiros contra ele e fugiram.

A alternativa ao imobilismo do PSDB é o PT

A manchete de O Liberal de domingo, 03 de novembro, assinala o declínio vertiginoso e alarmante da arrecadação no Pará. Em dois anos, repasses do Fundo de Participação dos Estados já caíram R$ 500 milhões em nosso Estado. O repasse vem caindo ano a ano desde 2011, quando o Pará recebeu R$ 4,2 bilhões de Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Para 2013, não deve chegar nem a R$ 3,9 bilhões, de acordo com dados da própria Secretaria de Estado da Fazenda (SEFA).

Se for verdade que o movimento decrescente dos repasses federais tem razão muito mais nas decisões de desonerações feitas pelo Governo Federal, o impacto disso no Pará tem a ver com a incompetência do atual Governo em prover a industrialização do Estado e a mudança em seu modelo de desenvolvimento. 

Desonerações de Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto de Renda (IR) diminuem o bolo de recursos a serem repartidos entre os Estados. Aqueles que têm uma economia menos industrializada, como o Pará, sentem mais esta queda, assim como os municípios menores e mais pobres sentem mais a queda do FPM, que tem a mesma origem.

Tentar culpar o Governo Federal pela redução do Fundo de Participação dos Estados (FPE) é criar uma cortina de fumaça para não assumir a responsabilidade de ter simplesmente deixado de lado a luta pela implantação da ALPA - Aços Laminados do Pará –, usina de aço a ser erguida em Marabá e que mudaria, junto com outras ações, o modelo de exploração mineral em nosso Estado.

A ALPA nasceu de uma exigência feita por mim junto ao então presidente Lula para que a Vale investisse na verticalização da produção mineral. O empreendimento, estimado em US$ 5 bilhões, daria a oportunidade de termos um Polo Industrial no Pará, gerando trabalho e renda a atraindo novas industrias. A cobrança do presidente Lula gerou inclusive atrito entre Lula e Roger Agnelli, então CEO da mineradora.

Para tal, todo esforço foi feito no nosso governo. Desapropriamos a área para expansão do Distrito Industrial, investimos em infra-estrutura, garantimos a conclusão das Eclusas de Tucuruí e a viabilização da Hidrovia do Tocantins com a derrocagem do Pedral do Lourenço, cuja licitação está prevista para este mês. 

O abandono da ALPA está diretamente associado à falta de iniciativas do Governo do Estado em apresentar projetos competentes e argumentos técnicos que justifiquem os investimentos locais. Uma vez à frente da máquina estadual, Jatene perdeu-se como no seu primeiro mandato, ao ponto de sequer concorrer à reeleição, preterido por Almir Gabriel, que veio a ser derrotado em 2006.

A isso se soma a incapacidade do atual Governo em produzir um ajuste na própria máquina – redução de custeio, choque de gestão e combate à corrupção - para gerar superávits que compensem o desequilíbrio entre receita e despesa. Esta é a principal desculpa pública pela ausência de obras próprias que não sejam a continuidade daquelas deixadas pelo nosso mandato, como a Nova Santa Casa e o Ação Metrópole – através das obras de prolongamento da Av. João Paulo II e Independência.

A ausência de diálogo do Governo do Pará com o Governo Federal, à revelia dos esforços do Planalto, vem gerando atrasos em todas as áreas, com destaque para Saúde, Segurança e Infraestrutura, que padecem de competência para suscitar no Pará resultados similares aos que são gerados em Estados tão complexos quanto o nosso, como Amazonas e Acre, por exemplo, que mantém o canal de diálogo com Brasília permanentemente aberto.

É esse cenário que produz o que chamo de Paradoxo Pará: enquanto o país inteiro melhora, o Pará piora. Um levantamento feito pelo Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS) aponta que, pela primeira vez em duas décadas, o número de brasileiros na camada mais alta de renda superou o da faixa mais pobre. Mas os números do Instituto de Pesquisa Econômica e Social Aplicada (Ipea) indicam que, ao contrário, o Pará declinou, retrocedendo a padrões de baixa qualidade de vida segundo os critérios do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

É como se o Brasil caminhasse em uma direção – a do desenvolvimento e da distribuição de renda - e o Pará rumasse na direção oposta - do aprofundamento dos abismos sociais e das diferenças entre ricos e pobres. Sem nenhuma capacidade de autocrítica, o Governo do Pará segue em frente, surdo ao clamor das ruas, vivendo no mundo virtual da sua auto-propaganda.

Some-se isso a ausência de um projeto de desenvolvimento claro que integre as diferentes regiões – vide o resultado do Plebiscito de 2011 -, e a falta de iniciativa política conciliadora e temos a realidade de que não há mais nada a fazer às forças políticas do Pará, senão se movimentarem para tirar do poder o núcleo que o ocupa.

A disputa de 2014 foi antecipada. As polêmicas que tomaram corpo no Processo de Eleição Direta (PED) do PT no Pará refletem diferentes pontos de vista sobre como se comportar diante de uma eleição em aberto, onde evidentemente não há favoritos e a configuração da disputa local ainda não está totalmente clara.

Nacionalmente, o destaque político de maior interesse no último domingo (03.11.13) foi publicado pelo jornal Valor Econômico. Trata-se de uma reportagem que mostra que o PT desenha uma estratégia mais ofensiva para 2014, com candidatos competitivos nos sete maiores Estados da Federação – contra três em 2010. Segundo o jornal, isso significa que o PT disputará a cabeça de chapa em Estados que somam 72,6% do eleitorado, contra 47,2% em 2010. Esse movimento do partido decorre principalmente em razão da saída do PSB da base e pode, de acordo com o Valor, abalar a hegemonia do PSDB no plano regional – leia-se, São Paulo, Pará e Minas Gerais, Estados onde o partido mantém hegemonia. 

O Partido dos Trabalhadores é um ator político de grande envergadura no Pará, onde o centro da ação política é se somar ao projeto de reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Diante de uma tarefa consensual, muitos caminhos se abrem. 

Muitos acham que é preciso replicar aqui a chapa nacional PT-PMDB só que reconfigurada, onde caberia ao partido do vice-presidente Michel Temer a cabeça da chapa e ao PT a vaga do senado. O nome do ex-prefeito de Ananindeua Helder Barbalho emerge como a indicação óbvia do PMDB.

Nós estamos convictos de que o Pará precisa mudar de rumo e que precisamos agregar as forças políticas que nacionalmente sustentam o governo Dilma, mas cremos que isso possa se dar sem que necessariamente tenhamos que abrir mão de apresentar um nome próprio no primeiro turno. O PT dispõe de vários bons nomes entre suas lideranças, como o ex-deputado Paulo Rocha e dos deputados Zé Geraldo, Beto Faro ou Cláudio Puty.

Eu mesma coloquei meu nome à disposição do partido, por considerar que o projeto que iniciei precisa ser continuado e seu legado carece de ser defendido, quantificado e resgatado, para remover de uma vez por todas as nodoas que foram adensadas sobre nossa imagem a partir de uma campanha vil e sem escrúpulos.

Em minha opinião sair em uma chapa única desde o primeiro turno fragiliza a oposição, colocando todos os adversários “em um único cesto” onde podemos ser cercados pelo poder do dinheiro que a máquina saberá mover no momento adequado. Portanto, considero que a tática da chapa única limitará nosso poder de ataque e fará crescer o argumento situacionista, antecipando desde o começo todos os argumentos. Além disso, esvaziará a base militante do PT, gerando uma emboscada para nós mesmo, que pode levar a uma vitória tucana no primeiro turno.

As responsabilidades do PT são gigantescas. O partido que mudou o Brasil e iniciou um processo de reconfiguração do modelo de desenvolvimento no Pará, que inaugurou a participação popular na Amazônia durante os anos em que administrou Belém, não pode deixar passar a oportunidade de apresentar um balanço rigoroso e verdadeiro da gestão 2007-2010. Este deve ser o eixo de disputa com as forças que hoje se encastelam no governo. Temos confiança de que, número por número, fizemos mais em 4 anos que o atual governador em dois mandatos.

Cabe ao PT dizer à sociedade as razões pelas quais quer voltar a governar e porque é merecedor dessa chance, fazendo o inventário de seus acertos e erros, firmando os argumentos para se apresentar como oposição ao modo tucano de governar. Cabe ao PMDB, por sua vez, fazer o seu próprio balanço, já que os tucanos hoje governam graças ao apoio que receberam em 2010. Sozinhos não teriam sido vitoriosos.

Em política, onde há duas pessoas haverá divergência. É da natureza da política. E onde há partidos distintos, há divergências institucionalizadas. Por isso não abrimos este debate a partir das diferenças que temos com o PMDB, mas no que temos em comum com ele: a defesa do projeto nacional e a oposição ao governo Jatene.

Acredito que a formação de um bloco de oposição em torno do projeto nacional de reeleição da presidenta Dilma e da necessidade de derrotar o PSDB local, mas configurado em chapas separadas, pois mesmo unificados em torno desse objetivo temos visões distintas em muitos aspectos. 

Creio que essa é a única forma de dar liberdade aos partidos para que fortaleçam suas musculaturas no primeiro turno para então, no segundo turno, analisarem a partir dos resultados eleitorais reais, o peso que cada força política terá numa possível aliança para enfrentar a reta final eleitoral.

Ana Júlia Carepa é ex-governadora do Pará e diretora da BrasilCap.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Desgoverno: PM e esposa são baleados e policiais ameaçam entrar em greve

Belém ficou chocado com mais um crime praticado contra policiais. Desta vez, o sargento Antônio Hélio Borges e sua esposa, Feliciana Mota foram baleados quando ele tentou evitar a fuga de criminosos em pleno centro comercial da capital. Feliciana morreu na hora com um tiro na cabeça. O sargento Antônio Hélio ainda luta pela vida no Hospital Metropolitano.

Até a data de hoje, já são 31 os policiais mortos, em ação ou de folga, no estado do Pará. A ação de ontem mostrou que os criminosos não temem a polícia. O trio de assaltantes fugia após atacar uma grande loja de departamentos no bairro do comércio. Ao se deparar com os assaltantes em uma moto, o sargento, que estava de folga com a esposa, avançou com seu veículo sobre o veículo da fuga. Os criminosos reagiram efetuando os disparos que atingiram o casal.

Na manhã de hoje, durante o velório de Feliciana, policiais civis e militares preparam uma manifestação nas ruas da capital. Eles não descartam a possibilidade de uma greve geral na segurança pública.

Gostaria de deixar expressas as minhas condolências à família de Feliciana e meus desejos de melhoras para Antônio Hélio. O sargento foi presidente da Associação dos Cabos e Soldados da PM. Feliciana era membro da atuante da Associação dos Familiares da Polícia Militar. Ela deixa duas filhas.

Assista a inserção do PT

Assista a inserção nacional do PT que foi ao ar ontem à noite em cadeia.


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Salame é cassado e denuncia corrupção no TRE

O prefeito de Marabá, João Salame, cassado ontem pelo Tribunal Regional Eleitoral,está denunciando um esquema de compra de votos de juízes do tribunal. Segundo a denúncia, ele foi procurado pelo ex-prefeito de Marituba, Antônio Armando, que ofereceu as "facilidades". Confira na matéria do Diário do Pará abaixo. Salame já entrou com recurso no TSE contra a decisão, que, segundo ele, entre em confronto com a lei e os fatos.

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O Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE) enviou, no último dia 31 de outubro, informações ao Ministério Público Federal (MPF) e à Advocacia-Geral da União (AGU) sobre uma gravação em que o ex-prefeito de Marituba, Antônio Armando Castro, e o prefeito de Marabá, João Salame Neto, conversam sobre a possibilidade de pagar membros do Tribunal para obter resultados favoráveis em processos de cassação.

Salame foi julgado nesta terça-feira (5), pelo TRE, acusado de compra de votos na eleição de 2010. Ele teve o mandato cassado por três votos a dois.

A gravação da conversa entre Antonio Armando e João Salame foi enviada ao presidente do TRE, desembargador Leonardo de Noronha Tavares, pelo advogado Inocêncio Coelho. Inocêncio é advogado de João Salame no processo que tratava de sua cassação. Durante a conversa, Antônio Armando afirma diversas vezes ter intermediado o pagamento de propinas a membros do Tribunal, conseguindo, segundo ele, evitar cassações de outros políticos.

Atendendo ao pedido do TRE, o MPF requisitou à Polícia Federal que investigasse os fatos, em inquérito policial que, neste momento, corre em segredo de justiça.

A Advocacia-Geral da União, que tem a função de defender a corte eleitoral, irá, ainda nesta semana, interpelar judicialmente o ex-prefeito Antônio Armando para que confirme as afirmações que faz na gravação.

Por que a extrema esquerda fracassou

Por Emir Sader, em Carta Maior

Quando foram sendo eleitos governos na onda do fracasso e rejeição aos governos neoliberais, predominantes nos anos 1990 na América Latina, ao mesmo tempo foram se reconstituindo as forças de extrema esquerda, na critica desses governos.

Nenhum deles foi poupado, mas inicialmente o governo Lula foi objeto mais concentrado dessas críticas. Motivos não pareciam faltar. Desde a “Carta aos brasileiros”, Lula parecia encaminhar-se para o abandono das teses históricas da esquerda, repetindo a experiência histórica que os trotskistas sempre anunciaram: a social democracia se comporta como força de esquerda, quando está na oposição, mas basta chegar ao governo, para romper com as teses históricas da esquerda, “traindo” a esquerda e os trabalhadores, para se revelar como uma manobra de engano do povo e de continuidade, sob outra forma dos governos da direita.

Uma equipe econômica conservadora, uma reforma regressiva da previdência, discurso tímido – tudo parecia confirmar a tese da “traição”. Cabia, perfeitamente, uma crítica pela esquerda, sobre a questão central do período: a superação do modelo neoliberal, que era feita pela esquerda do PT.

Discutia-se se o governo seguia estando sob disputa entre tendências conservadoras e de esquerda, até que um grupo considerou que era um governo “perdido”, saiu do PT e a fundou um novo partido. O grupo foi rapidamente hegemonizado por trotskistas (da tendência morenista, de origem na Argentina), que enquadravam a evolução do PT no governo no modelo clássico da “traição”.

Porém, ao invés de elaborar uma critica de esquerda e formular alternativas, rapidamente esse grupo pegou carona nas denúncias do “mensalão”, que a mídia lançou contra o PT. Fazendo com que a “traição” tivesse uma conotação de “corrupção”, como sintoma de uma degradação moral do governo.

A líder do grupo, Heloisa Helena, com seu destempero verbal, tratava o governo como “gangue” e com outros epítetos afins, tão ao gosto da classe média. Esse grupo, que supostamente saia pela esquerda para fundar o Psol, rapidamente somava-se, de maneira subordinada à ofensiva da direita contra o governo.

A campanha eleitoral de 2006 foi a consagração dessa aliança tácita: todos contra o governo Lula, inimigo fundamental de uns e dos outros. Nela, o Psol consolidou sua opção pela critica moralista, da “traição” do Lula. Quem trai, se torna cada vez pior, reprime, reproduz exatamente o governo da direita. Dai as armadilhas em que caiu o Psol.

Se concentrou em tentar demonstrar, primeiro, que não teria havido “herança maldita”, desconhecendo totalmente a profunda e prolongada recessão produzida pelo governo FHC e a situação herdada do Estado, do mercado interno, da exclusão social, da precarização das relações de trabalho, entre outras. Pior ainda do que isso, passou a desconhecer – da mesma forma que a direita – as diferenças do governo Lula com o governo FHC, em particular a prioridade das políticas sociais.

Além de que desconhece que a polarização neoliberalismo/antineoliberalismo é o enfrentamento central do período histórico atual e, por isso, desconhece que o governo Lula faz parte do movimento histórico da região de construção de governos posneoliberais. Desconhece o papel dos novos governos latinoameicanos, como único polo mundial de resistencia ao neoliberalismo.

A aliança oportunista com a direita contra o governo Lula se deve à consciência de que só teriam espaço, se o PT fracassasse. Então se somam a essa frente, que toma o governo Lula como seu inimigo fundamental.

A essa aliança se soma a atitude ultra esquerdista de, no segundo turno, entre Lula e Alckmin, ficar equidistante, como se fosse o mesmo que ganhasse um ou outro. Imaginem o Alckmin presidente do Brasil diante da crise de 2008! Bastaria isso para nos darmos conta da posição absurda no segundo turno, mas coerente com a opção feita pelo Psol.

Depois do brilhareco momentâneo das eleições de 2006, em que o desempenho da Heloisa Helena, presidente o partido, chegou a ser vergonhoso, promovida pela Globo para permitir a chegada ao segundo turno, o perfil do partido claramente baixou. Se deram conta que seu projeto de construir uma alternativa nacional tinha fracassado. A candidatura de Marina, que herdou boa parte dos votos de Heloisa Helena, confirmou isso. As posições posteriores da ex-candidata complementaram a imagem de uma pessoa individualista, reacionária em relação a temas como o aborto e a democratização dos meios de comunicação, descontrolada, sem condições de liderar um partido de esquerda.

Enquanto isso, ao invés de ser derrotado, o governo Lula, pelos efeitos das politicas sociais, foi ampliando seu apoio popular, de forma constante, até o fim do governo Lula, permitindo a eleição da Dilma.

O desempenho do candidato do Psol nas eleições seguintes, Plínio de Arruda Sampaio, que contou com muitos espaços na mídia, na mesma busca de votos para chegar ao segundo turno contra o PT, confirmou o fracasso politico do partido, quando teve 1% dos votos, menos até que outros grupos pequenos, com muito menos espaços na mídia. Desde então o partido tem uma postura de marcar posição, sem nunca ter formulado projeto estratégico alternativo para o Brasil, ficando reduzido a uma força do campo de denuncias do “mensalão”.

Enquanto que uma força de esquerda radical deveria, antes de tudo, ter uma analise especifica da sociedade brasileira, do grau de penetração do neoliberalismo, para propor um projeto de superação desse modelo, que articule antineoliberalismo com anticapitalismo. Deveria analisar o governo do PT reconhecendo os avanços realizados e apoia-los, ao mesmo tempo que criticar suas debilidades. Se propor a ser aliado do governo à sua esquerda, nos aspectos comuns e critico nos outros.

Teria que apoiar a política externa do governo, suas politicas sociais, seu resgate do papel ativo do Estado nos planos econômico e social. Que apoiar o conjunto de governos progressistas na região, que protagonizar os processos de integração regional.

Caracterizar o governo como força progressista, força moderada no campo da esquerda, enquanto esse partido seria uma força mais radical do mesmo. Para isso precisaria ter clareza dos inimigos fundamentais, que compõem o campo da direita – EUA, PSDB e seus aliados, a mídia oligárquica, o sistema bancário. Para impedir qualquer risco de se confundir com a direita contra o governo.

Essa via foi inviabilizada pela opção que o Psol assumiu e reafirmou ao longo do governo do PT, isolando-se, sem apoio popular, valendo-se dos espaços que a mídia direitista lhe concede, quando entende que podem prejudicar o governo.
Virou um partido denuncista, de causas corretas e outras duvidosas. Nem sequer valoriza o imenso processo de democratização social que tem transformado positivamente o Brasil na ultima década.

Esse fracasso da extrema esquerda hoje na é generalizado nos países de governos progressistas – Venezuela, Argentina, Uruguai, Bolívia, Equador -, com desempenhos mais ou menos similares, mas a mesma incapacidade de compreender a natureza do period histórico neoliberal e o papel progressista que tem esses governos. A extrema esquerda terminou tomando como seus inimigos fundamentais esses governos, aliando-se, tácita ou explicitamente à direita contra eles, abandonando a possibilidade de compor um quadro da esquerda, onde seriam a alternativa mais radical. Ficam isoladas, em posturas denuncistas, sem propostas alternativas. Enquanto que os governos progressistas, a esquerda na era neoliberal, se constituem, em escala mundial, na referência central na luta antineoliberal.

(Emir Sader)

PED 2013: está chegando a hora! Candidatura Própria Já!!!


Obrigada Pará: Página do Facebook atinge 13 mil curtidas

Esta semana minha página no Facebook chegou ao simbólico número de 13 mil curtidas. Agradeço o carinho de todos e reitero meu compromisso com a criação de um Pará justo e integrado, com emprego e renda para todos. #CurtaAnaJulia

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Candidato do PMDB vence eleições em Palestina do Pará

Parabéns ao prefeito eleito de Palestina do Pará. Valciney trabalhou em meu governo, na Secretaria de Integração Regional. Boa sorte e que faça uma gestão plena de resultados para o povo tão sofrido daquela cidade.
 
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O candidato Valciney Ferreira Gomes (PMDB) venceu a eleição realizada em Palestina do Pará, localizada no sudeste do Estado, neste domingo (3). Valciney teve 53,96% dos votos válidos. O candidato do PSDB, Adeuvaldo Pereira de Souza, ficou em segundo lugar com 45,55%.
 
Mais de 6 mil eleitores escolheram o novo representante do poder executivo na cidade. Na eleição de 2012 do município, a prefeita Maria Ribeiro (PSDB) foi reeleita, pois recebeu mais de 50% dos votos. No entanto, ela teve o registro de candidatura indeferido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) por conduta vedada a agentes públicos durante a campanha eleitoral, além de compra de votos.

Brasil terá desigualdade menor que os Estados Unidos

Do Brasil Econômico

Coordenadora do grupo que criou o Bolsa Família no primeiro governo Lula, a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, fez questão de coordenar pessoalmente os mínimos detalhes da organização da solenidade que comemorou os 10 anos do programa, semana passada, em Brasília.

Defensora intransigente do benefício de R$ 24 bilhões por ano que tirou da miséria 13,8 milhões de famílias, ela rejeita com veemência a visão de que a assistência serve de desestímulo ao trabalho. "Dos adultos, 75% trabalham. Acha-se que a pessoa é pobre porque não trabalha. Ao contrário, as pessoas são pobres no Brasil mesmo trabalhando muito", afirmou, ementrevista exclusiva ao Brasil Econômico. Após citar um estudo do IPEA segundo o qual em 20 anos o Brasil estar melhor do que os EUA do ponto de vista da desigualdade, a ministra garantiu: "Vamos chegar muito antes".

Qual o maior legado dos dez anos do Bolsa Família?

Na cerimônia de aniversário do programa, tentamos mostrar o que foi possível fazer com o Bolsa Família. Tem uma coisa que para nós, gestores, é muito cara e aparece pouco: integramos as três principais redes de políticas públicas do Brasil, que são a assistência social, a saúde e a educação. Nenhum programa conseguiu fazer isso. Primeiro, porque é muito difícil construir uma rede - nós trabalhamos no Brasil com sistemas universais, algo que hoje está na contramão do desmonte das redes de proteção da Europa.

Temos saúde pública universal, educação universal, uma rede de assistência disponível para a população. E no caso do Bolsa Família, eles estão integrados nacionalmente em todos os municípios. É a rede de assistência que faz o cadastro único (que identifica e detalha as condições das famílias beneficiárias) e o refaz a cada dois anos. E a partir dele há o acompanhamento na área de saúde - se houver criança ou gestante na família, elas têm que ser acompanhadas pela saúde. E no caso da educação, há o acompanhamento de frequência escolar. O Bolsa Família unificou essas três grandes redes públicas. Hoje, o programa atinge 13,8 milhões de famílias, o correspondente a 50 milhões de pessoas - um quarto da população brasileira - e faz desembolsos de R$ 24 bilhões por ano.

Ainda tem muita gente necessitada fora do Bolsa Família?

Sim, ainda tem. Mas nós acreditamos que o patamar do programa é em torno desse a que chegamos. Tivemos um crescimento grande - saímos de cerca de 3 milhões de famílias atendidas no início do governo do presidente Lula (2003) e agora estamos em quase 14 milhões.

Qual o tamanho do contingente que ainda estaria fora?

Nós estimamos que hoje tenhamos em torno de 600 mil famílias para localizar. É uma estimativa, porque objetivamente não é possível saber quem está fora. Se soubéssemos, colocaríamos essas pessoas dentro do programa. A linha agora é universalizar o Bolsa Família, ou seja, queremos alcançar todos que estão na faixa de renda do programa. O processo em que o beneficiário procurava o Estado brasileiro, de certa forma, se esgotou. Agora, é o Estado que assume a obrigação de ir atrás dessas pessoas. É o movimento inverso, chamamos de "busca ativa". Estamos indo atrás dessas famílias de várias formas diferentes, porque são famílias muito diferentes. Um exemplo: estamos com vários mutirões interdisciplinares de servidores públicos no Pará. As equipes passam uma semana dentro de um barco, dormindo em rede, indo nas reservas extrativistas para tentar localizar a população pobre. É um trabalho de formiguinha. Você encontra 10 pessoas aqui, 15 ali, não é mais um trabalho de inclusão de milhares.

Essas famílias seriam equivalentes então a 2,28 milhões de pessoas, utilizando-se o multiplicador de 3,8 (número de pessoas por família utilizado como referência pelo Ministério do Desenvolvimento Social).

Sim, uma parcela dessa população está em territórios ermos - reservas extrativistas, florestas, no meio rural.

Mais na região Norte, ou ainda no Nordeste?

No Nordeste ainda tem, mas é menos. Temos uma população pobre muito grande no Nordeste, mas é onde o cadastro único está mais bem implantado e melhor focalizado. O cadastro é bem focalizado quando não tem erro de exclusão ou inclusão, ou seja, ele está chegando aos mais pobres e não inclui gente que não é pobre. Um estudo do Banco Mundial, realizado há dois anos, apontou que o Piauí, na ocasião, tinha o melhor cadastro do Brasil.

E os piores, onde eram?

Por incrível que pareça, estavam no Sudeste e no Sul. Digo estavam, porque isso vem melhorando bastante. A partir de junho de 2011, quando foi lançado o Brasil Sem Miséria, os municípios que tinham uma baixa cobertura começaram a se preocupar mais com isso, porque tudo começou a ser monitorado publicamente. Tinha município com cobertura abaixo de 45% - menos da metade da população extremamente pobre estava no cadastro. Hoje, não deve haver mais nenhum município com percentual tão baixo.

A pobreza urbana em regiões metropolitanas foi resolvida?

Isso depende da cidade. São Paulo, por exemplo, tinha uma cobertura baixíssima. E nós, inclusive, fizemos um trabalho diferenciado, porque a cobertura era tão baixa que nós não conseguiríamos atingir a nossa meta sem contar com a inclusão das famílias da capital paulista. Chegamos a fazer um acordo com a Eletropaulo (isso foi feito em outros estados também) para que eles nos ajudassem a localizar as pessoas em regiões adensadas, com baixa cobertura. Mas é um trabalho difícil, porque, de qualquer forma, o cadastro único tem que ser feito pela rede de assistência social e não havia rede suficiente em São Paulo. Melhorou bastante no ano passado, e, neste ano, virou uma prioridade da prefeitura, que determinou uma reorganização dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras).

Qual o valor médio do benefício?

É de R$ 153, valor que subiu ao longo do tempo. Logo que a gente montou o programa, tinha um benefício de R$ 70 para a família e mais R$ 32 para crianças até 15 anos. Criamos depois um segundo benefício para jovens de 15 a 17 anos. Mas eram no máximo três crianças e dois jovens. Logo que a presidenta Dilma assumiu, nós subimos o número para sete. Agora, nosso critério é: todo mundo da família tem que ganhar no mínimo R$ 70 e deixou de ter limite. Nossos números estão crescendo em uma velocidade muito grande. No Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), havia 506 mil cadastrados em maio e hoje temos 802 mil. Um caso típico de busca ativa é o de um senhor cego, em Campinas, que foi abandonado pela família, morava em uma favela, e só sobrevivia porque os vizinhos levavam comida para ele. Ele tinha direito não só ao Bolsa Família, mas ao BPC (Benefício de Prestação Continuada), porque uma pessoa com deficiência tem direito a ganhar um salário mínimo por mês. Ele não apenas entrou no BPC como também fez cirurgia de catarata. Como esse caso, há dezenas, porque as pessoas estão sendo localizadas e acabam tendo acesso a outros serviços.

Então, multiplicando por 3,8, seriam 2,5 a 3 milhões de pessoas em nível de pobreza extrema?

Sim, e com direito ao Bolsa Família.

Quando se vê crianças e moradores de rua numa cidade pedindo esmola, é razoável supor que esse município não está fazendo direito a sua busca ativa?

Primeiro, é muito difícil ver criança na rua hoje. Há 20 anos, as ruas eram cheias de crianças. Você não vê mais isso. Criança em situação de rua é raro. Criança morando na rua também é muito raro. Há alguns bolsões de crack, mas, ainda assim, já são meninos mais a partir dos 14 anos. Mesmo assim, é o que mais choca. Você vê uma criança, a impressão que você tem é que viu 200. Diminuiu por uma série de razões - inclusive porque o conselho tutelar vai lá e tira a criança da rua, ela vai para o abrigo. As famílias têm muito medo de botar a criança hoje na rua para pedir esmola, porque o conselho tutelar vai lá e tira. Isso acontece, não tem discussão. O que às vezes se tem, e ainda assim é temporário, é o seguinte: a criança tem casa, mora na casa, acontece algo, e aí a criança vai para rua. Mas mesmo assim, criança vendendo bala, chiclete, você vê menos; se vê mais adultos. Isso é, talvez, uma das vitórias que essa construção de políticas que o Estatuto da Criança e do Adolescente trouxe. Não tem a ver só com o Bolsa Família, que contribuiu muito. Mesmo mesmo nesse caso específico de crianças em situação de rua, é preciso atribuir a melhoria a um conjunto de outros elementos.

Agora, se vê gente adulta, não é? No centro do Rio de Janeiro, por exemplo, isso é comum. Há como acabar com isso?

Este é um tema com muito apelo e visibilidade: população de rua. Hoje, são 50 milhões de pessoas recebendo o Bolsa Família. Uma parte é pobre e outra extremamente pobre. Desses, se o Bolsa Família acabasse, 36 milhões voltariam a ser extremamente pobres. Quantos devem ser os moradores de rua? 300 mil. Estão debaixo da ponte, onde você passa todos os dias. A nossa tarefa é muito maior. Seria fácil resolver o problema dessa população se fosse só dinheiro.

Tem drogas, alcoolismo...

Nós estamos resolvendo o problema de 36 milhões, o que nos custaria incluir mais 300 mil? Não é essa a questão. É de natureza bem maior e múltipla. Então, entramos nessa discussão e não adianta só o Bolsa Família. Agora mesmo, essas pessoas podem receber o Bolsa Família. Antes, para receber tinha que ter endereço. Hoje, isso é uma novidade, temos como dar Bolsa Família para ciganos, acampados da reforma agrária, para a população sem endereço fixo. A pessoa precisa ter uma referência: ou é o CRAS - porque a gente tem que poder localizar essa família se for necessário - ou é uma igreja, ou um asilo que ela frequenta. O problema para acabar com essa população de rua não seria apenas renda. Há populações que estão na rua por questões de saúde mental - uma parcela não desprezível; por outros problemas de saúde; ou por dependência de drogas - e o grande problema de drogadição no Brasil é o álcool, continua sendo o álcool, não é o crack. Saiu uma pesquisa recente da Fiocruz, a primeira que se tem no Brasil realmente ampla sobre drogas e álcool - quem são essas pessoas, onde moram, de onde vêm, para onde vão - e, surpreendentemente, a imensa maioria da população em situação de crack não está nas ruas, está em suas próprias casas.

A srª falou em 2 a 3 milhões fora do Bolsa Família, mas há dados que falam de 6 milhões...

Nosso objetivo é que todos estejam no Bolsa Família. No começo do governo, achávamos que precisávamos localizar 800 mil famílias. Já localizamos 913 mil. Agora estimamos que faltam 600 mil, que estão fora de tudo. Quando fizemos um mutirão na Amazônia, antes do Brasil Sem Miséria, achamos um menino - na época tinha uns 12 anos - que se chamava Tatu. Ele não tinha nome. Não é que tivesse nome, mas não tivesse certidão de nascimento; ele não tinha nome mesmo, nem sobrenome. Morava com parentes e tinha apenas esse apelido com nome de bicho. Tiramos a certidão de nascimento e ele mesmo se deu um nome - Benedito. Por que Benedito? "Porque eu acho bonito", disse. Imagine a falta de cidadania que significa uma pessoa não ter nome. Houve também um senhor que foi lá para tirar carteira de identidade, mas não tinha certidão de nascimento. Ele saiu de lá com todos os documentos, conta bancária e aposentado. Saiu da extrema pobreza para uma aposentadoria com um salário mínimo.

Esses 50 milhões de brasileiros permanecerão sempre no programa, ou algum dia poderão ter uma sobrevivência própria?

Sempre falo isso, mas vou continuar falando pelo resto da minha vida: temos como provar que 42% das pessoas atendidas pelo Bolsa Família não trabalham de jeito nenhum, porque têm menos de 15 anos de idade; e 39% têm menos de 14 anos.

Nem deveriam trabalhar...

Ainda há quem pense: "Se é filho de pobre, vai estar na escola para quê? É melhor trabalhar". Mas se estão no Bolsa Família, não trabalham. E se tem menor trabalhando, queremos que pare de trabalhar imediatamente. É condição do Bolsa Família. Dos adultos, 75% trabalham. Acha-se que a pessoa é pobre porque não trabalha. Ao contrário, as pessoas são pobres no Brasil mesmo trabalhando muito. O que deixou de acontecer no Brasil - e o Bolsa Família é um dos responsáveis por isso - é que antes as pessoas achavam que podiam oferecer R$ 30 por mês para uma pessoa trabalhar. Tinha empregada doméstica no interior do Maranhão que ganhava R$ 100 no mês, e que, muitas vezes, levantava antes da família para fazer tapioca, às 4h da manhã, e só ia dormir depois de lavar a louça na última ceia, às 23h. É difícil imaginar uma pessoa que trabalhe mais do que essa empregada doméstica. "Não precisa ganhar mais de R$ 100 porque ela come aqui; roupa, a gente doa para ela". Essa pessoa deixou de trabalhar e o Brasil não precisa mais disso. Os que não trabalham são mães que ficam em casa com as crianças. Uma mãe que não tem onde deixar os filhos, se ela resolver trabalhar, o risco para essas crianças é altíssimo. Se nós não tivermos creche ou algum tipo de estabelecimento que possa acolher essa criança, o que pode acontecer é ela ficar sozinha em casa, o irmãozinho maior cuidando do menor, ela ser fruto de acidente doméstico, de isolamento, abandono, de um conjunto de problemas. E aí perdemos mais uma geração.

Então, não é verdade que os beneficiários estão sem trabalhar?

Temos um pesquisador que foi a campo e chegou a essa conclusão: não é verdade que as pessoas não trabalham. Mas trabalham nos piores empregos, porque estamos lidando com uma sociedade que herdou um passivo de pessoas analfabetas. O Brasil não vai mais ter pessoas analfabetas daqui a 15 anos. Estamos dando qualificação profissional para essas pessoas, o que vai melhorar a inserção no mercado de trabalho. Mas essas são as pessoas mais frágeis do ponto de vista de emprego e empreendedorismo. As pessoas trabalham - 62% da renda delas pessoas vêm do trabalho, o Bolsa Família complementa essa renda.

Mas esse contingente de pessoas vai deixar o programa um dia?

Olha, as pessoas acham que tem 50 milhões de pessoas no Brasil que não trabalham porque dependem do Bolsa Família. Não é verdade. Mas eu vou dar quatro exemplos do que estamos fazendo para apoiar essas pessoas.

Primeiro: qualificação profissional. Só no Brasil sem Miséria, 800 mil adultos foram qualificados. Queremos chegar a 1 milhão até dezembro de 2014.Estamos fazendo qualificação profissional no Brasil como nunca foi feito, são mais de 800 tipos de cursos diferentes. Tem toda a área de construção civil, soldador, galvanizador, costureiro industrial, auxiliar de cozinha, sushiman, cuidador de idoso e de criança. São pessoas pobres que trabalham e que quiseram se qualificar.

Segundo exemplo: o programa Crescer, de microcrédito produtivo orientado (ao receber o empréstimo, o beneficiário também recebe orientações sobre como usar o dinheiro). Foi criado dentro do Brasil sem Miséria, são empréstimos com taxas de juros de 6% ao ano e garantias diferenciadas. O desenho é inspirado no que o BNB (Banco do Nordeste do Brasil) já fazia, mas ampliamos para a Caixa Econômica e o Banco do Brasil. Somente com beneficiários do Bolsa Família, já temos 2,3 milhões de operações realizadas. É para aquele microempreendedor bem pequeno, orientado para a produção. Pode ser usado também para capital de giro: a pessoa só conseguia fazer 20 pastéis por dia porque só tinha dinheiro para comprar ingredientes para fazer 20. Mas com o capital de giro - por exemplo, R$ 300, é disso que estamos falando - consegue comprar mais farinha e triplica a produção. A pessoa faz o pastel na casa dela e vende na construção civil da esquina.

Terceiro: microempreendedor individual. Temos uma parceria enorme com o Sebrae para apoiar nossos microempreendedores e formalizá-los. São três milhões de empreendedores no Brasil e, desses, 10% estão no Bolsa Família. A pessoa já trabalha - por exemplo, tem um carrinho de cachorro quente - mas é informal. Se ele tiver êxito, poderá deixar o Bolsa Familia. A cada dois anos, a pessoa tem que atualizar seu cadastro.

E o quarto ponto?

É a estratégia para o meio rural, muito focada no Nordeste, onde temos a maior concentração de população pobre rural. Nós usamos o mapa do Bolsa Família para identificar territórios no Semiárido nordestino que têm grande concentração de agricultores familiares. Como em Irecê, na Bahia. Fizemos chamadas públicas e contratamos equipes de técnicos para dar assistência a esses territórios. O Nordeste tem um número grande de universidades nas áreas de Ciências Agrárias, Zootecnia, Agronomia, e tem muito curso técnico de escolas agrícolas. Então, há muita gente disponível no mercado. Essas equipes acompanham os agricultores por dois anos, é uma assistência técnica continuada.

Não é o médico de família, é o técnico de família...

(Risos) Já me falaram exatamente isso, bem bacana essa expressão. Se a pessoa quiser melhorar seu negócio, precisa de uma injeção de recursos - às vezes precisa comprar galinha, ou, se tiver cabra, cercar a área. Estamos entrando com R$ 2.400 a fundo perdido para essa família, partindo do princípio de que o Bolsa Família é para comer e vestir. Entramos também com semente, água. A ideia é cercar esse agricultor de um conjunto de políticas, bens e serviços, de forma que ele possa melhorar a produção para seu próprio consumo e ter um excedente. Nós vamos comprar esse excedente, garantindo que ele tenha uma entrada no mercado e consiga se estabelecer. Já são 253 mil agricultores. Infelizmente, por causa da seca, ainda não conseguimos mostrar as pessoas saindo da miséria. As sementes que distribuímos em 2011 foram perdidas. Os agricultores não evadiram, estão sendo treinados, adiamos um pouco os treinamentos. A nossa expectativa é que, chovendo agora, conseguiremos pegar essa safrinha do final do ano.

Há possibilidade de o Brasil chegar a um padrão de vida, por exemplo, de países europeus?

Temos muita gente no Brasil que vive num padrão muito superior ao europeu. O nosso problema é de outra natureza: é a quantidade que está fora de um padrão minimamente digno. O Sergei Soares, pesquisador do IPEA, diz que em 20 anos vamos estar melhor do que os Estados Unidos do ponto de vista da desigualdade. Eu acho que nós vamos chegar lá antes.

Mais pelo avanço da desigualdade lá, ou pela redução da nossa?

Se for pelas duas coisas, vamos chegar muito antes. São muitos os determinantes diferenciados para o sucesso da redução da desigualdade no Brasil. Em 2000, tínhamos 26% da população brasileira sem documentação. Hoje, praticamente erradicamos a ausência de registro civil. Os dados do Sistema de Vigilância Sanitária mostram que o percentual de crianças até dois anos com baixo peso caiu de um patamar de 16% para 1% em dez anos. O que viabilizou isso? Não pode ser só o Bolsa Família. Temos a ampliação da cobertura na área de saúde, a educação das mães, o acesso às informações. A mortalidade infantil caiu, no Nordeste em 50%; no Brasil, 40%. O professor Maurício Barreto (médico epidemiologista da Universidade Federal da Bahia) diz que 20% dessa redução se devem ao Bolsa Família.

Isso tudo dá voto?

Tem cientista hoje que diz que não dá voto nenhum, que o efeito do Bolsa Família no resultado eleitoral já foi eliminado. Se isso for verdade, pelo menos acaba esse ônus de que nós estamos fazendo política social e construímos essa megarrede de proteção por questões eleitorais. O presidente Lula construiu o Bolsa Família no primeiro ano do seu governo, e não em 2005, às vésperas da eleição. Todos falam agora do Bolsa Família - lembrando que estamos próximos de uma eleição. Mas todo mês o Bolsa Família pinga na conta das famílias, não é só em véspera de eleição. Os outros programas de transferência de renda - todos - foram construídos por candidatos à véspera da eleição.