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sábado, 29 de dezembro de 2012

Retrospectiva de 2012 do Governo Dilma

Programas para a erradicação da miséria no Brasil e a elevação do país como referência no investimento para educação e esportes marcaram o ano de 2012 da presidenta Dilma Rousseff à frente do Planalto. Confira uma breve retrospectiva com as principais ações e conquistas realizadas ao longo do ano
  •  Brasil sem Miséria

    Retirou 16,4 milhões de brasileiros da pobreza extrema
  •  Lançamento do Brasil Carinhoso

    Somente em outubro, foram repassados R$ 186,3 milhões a 2,16 milhões de famílias, beneficiando quase 3 milhões de crianças de 0 a 6 anos
  •  9 anos de Bolsa Família

    Foram transferidos R$ 17,3 bilhões aos beneficiários do Bolsa Família. Mais de 50 milhões de pessoas foram beneficiadas em 9 anos a um custo de 0,46% do PIB brasileiro. 

    Em 2012, 96,7% das 15,1 milhões de crianças e jovens beneficiários do Bolsa Família superaram a frequência escolar exigida pelo programa (agosto/setembro)
  •  Aumento dos empregos no país

    Até outubro, foram criados 1,7 milhões de postos de trabalho. Somente no governo da presidenta Dilma Rousseff (desde 2010) já foram criados 4 milhões de novos postos. O Brasil registra atualmente o menor nível de desemprego da história
  •  Saúde

    Foram realizados mais de 12,3 mil transplantes no SUS, aumento de 12,7% em relação a 2011. Também, aumentou 22% a quantidade de doadores de órgãos
  •  Minha Casa, Minha Vida

    Mais de 970 mil moradias entregues em 2012
  •  Crédito em expansão

    Nos últimos 12 meses, a taxa média de juros caiu 10,2%
  •  Redução da tarifa de energia

    Consumidores passam a pagar contas de luz 16,2% mais baratas. Para as indústrias, a tarifa vai variar de 12% a 28%, dependendo da tensão elétrica utilizada. A média deve ficar em 20% de redução
  •  Ampliação do Pronatec

    O Programa Nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego já ofereceu 2,5 milhões de vagas para jovens e trabalhadores em cursos profissionalizantes
  •  Cientistas para o mundo

    Mais de 20 mil estudantes foram beneficiados em 2012 com bolsas de estudos do programa Ciência sem Fronteiras
  •  Mais Educação

    Crescimento de 127% no número de escolas do ensino fundamental que aderiram ao programa Mais Educação, oferecendo atividades educacionais no contraturno
  •  Meio ambiente

    O desmatamento da Amazônia continua em queda: 27% menor em comparação com o ano anterior
  •  Modernizações dos aeroportos

    Estão em andamento 31 ações em 13 aeroportos: Brasília, Belo horizonte, Campinas, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Salvador, Guarulhos/SP, São Gonçalo do Amarante/RN e Galeão/Rj. Os investimentos já somam R$ 7,35 bilhões.
  •  Infraestrutura

    38,5% das obras e ações de grande complexidade do PAC2 foram concluídas, um investimento de R$ 272,7 bilhões executados em 2011 e 2012
  •  Copa do Mundo

    Dois novos estádios foram inaugurados em 2012 e outros quatro serão entregues em 2013
  •  Lançamento do Plano Brasil Medalhas 2016

    Apoio aos 200 atletas olímpicos e paraolímpicos brasileiros classificados entre os 20 melhores do mundo em suas modalidades, para preparação dos jogos olímpicos do Rio em 2016
  • segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

    Dilma diz que 2013 será melhor



    A presidenta Dilma Rousseff afirmou neste domingo (23), no pronunciamento de Natal, que 2013 será um ano ainda melhor para todos. Segundo ela, 2013 será o ano de ampliar o diálogo com todos os setores da sociedade, acelerar obras, melhorar a qualidade dos serviços públicos e continuar defendendo o emprego e o salário dos brasileiros.

    “Tenho certeza que 2013 será um ano ainda melhor para todos os brasileiros e brasileiras. Das janelas de nossas casas, fábricas e escritórios, das janelas dos ônibus e dos automóveis, nós vemos, lá fora, resplandecer as luzes do Natal. Que elas iluminem ainda mais o nosso caminho, pois estamos no rumo certo”, afirmou.

    No pronunciamento, a presidenta afirmou que, apesar da crise econômica internacional, está otimista com os rumos do Brasil. Ela pediu aos empresários que acreditem e invistam no país. Segundo a presidenta, o governo confia no povo, no empresariado, respeita contratos e está empenhado na construção de novas parcerias entre os setores público e privado.

    “Sou, como todos os brasileiros, uma otimista. Tenho consciência dos desafios que a crise internacional tem lançado ao nosso país. Sei também que momentos de crise podem ser transformados em grandes oportunidades. Esse é o nosso propósito em cada ação que implementamos em 2012. Nossa receita para um Brasil mais forte é investir na superação da pobreza, na garantia da casa própria, na expansão do emprego, no aumento das oportunidades de educação, no aprimoramento de nossa infraestrutura e na competitividade de nossas empresas”, afirmou.

    A presidenta fez um balanço das principais ações e medidas do governo em 2012, assegurou a redução nas contas de energia elétrica para consumidores residenciais e industriais em 2013 e concluiu o pronunciamento desejando Feliz Natal e próspero Ano Novo a todos.

    sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

    Desemprego é o menor desde 2002

    A taxa de desemprego recuou para 4,9% em novembro, de acordo com dados da PME (Pesquisa Mensal de Emprego), divulgada nesta sexta-feira (21) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É a menor taxa para o mês de novembro desde o início da série do IBGE, iniciada em março de 2002, e a segunda menor de toda a série (a menor foi de 4,7% em dezembro de 2011).

    A taxa registrou queda de -0,4 ponto percentual frente a outubro de 2012 (5,3%) e manteve-se estável em comparação com novembro do ano passado (5,2%).

    De acordo com o IBGE, a população desocupada somou 1,2 milhão de pessoas, queda de 8% no confronto com outubro. Frente a novembro do ano passado, houve estabilidade.

    Já a população ocupada ficou estável em comparação a outubro, contando 23,5 milhões de pessoas. No confronto com novembro de 2011, ocorreu aumento de 2,8% nessa estimativa (mais 634 mil ocupados).

    O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (11,4 milhões) não registrou variação na comparação com outubro. Na comparação anual, houve uma elevação de 2,5%, representando um adicional de 278 mil postos de trabalho com carteira assinada.

    O rendimento médio real habitual dos ocupados foi de R$ 1.809,60, segundo o IBGE, o valor mais alto da série iniciada em março de 2002. A alta foi de 0,8% na comparação mensal e de 5,3% frente a novembro do ano passado.



    Fonte: IBGE
     
    Análise por regiões

    A PME abrange as regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

    Na análise mensal, a taxa de desocupação caiu em Recife, passando de 6,7% para 5,7% e ficou estável nas demais regiões. No confronto com novembro de 2011, a taxa recuou em Salvador (1,9 ponto percentual) e no Rio de Janeiro (1,4 ponto percentual) e manteve a estabilidade nas demais regiões.

    Na análise mensal, o contingente de desocupados (pessoas sem trabalho que estão tentando se inserir no mercado) não mostrou variação em nenhuma das regiões pesquisadas. Em relação a novembro de 2011, houve queda nesse contingente nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro (25,4%) e de Salvador (22,1%).

    Segundo o IBGE, o nível da ocupação, que é a proporção de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade ativa, foi estimado em novembro de 2012 em 55,3% para o total das seis regiões, ficando estável frente a outubro e maior 1,0 ponto percentual na comparação com novembro de 2011.

    Nas comparações mensal e anual, esse indicador variou apenas na região metropolitana de Recife (aumentos de 1,3 ponto percentual frente ao mês anterior e de 3,1 pontos percentuais na comparação com novembro do ano passado), mantendo estabilidade nas demais regiões.

    O rendimento médio real habitual dos trabalhadores, em relação a outubro de 2012, aumentou nas regiões metropolitanas de Recife (2,2%), Belo Horizonte (1,5%) e Rio de Janeiro (2,6%). Caiu em Porto Alegre (-1,4%) e não apresentou variação em Salvador e São Paulo.

    Frente a novembro de 2011, o rendimento registrou alta em Recife (5,9%), Belo Horizonte (9,3%), Rio de Janeiro (4,8%), São Paulo (7,0%), Porto Alegre (4,4%) e recuou em Salvador (-5,9%).

    Mais escândalos no Desgoverno Jatene

    O ano termina com mais escãnadlos envolvendo do desgoverno Jatene.

    A coronel e diretora de apoio logístico da Polícia Militar, Ruth Léa, e o sargento Raimundo Nonato Sousa Lima, auxiliar do Centro de Suprimento e Manutenção da PM foram presos, acusados de integrar a quadrilha que desviava veículos doados para instituições sem fins lucrativos, entre elas a Fundação Pestalozzi do Pará.

    Enquanto isso, o juiz Elder Lisboa determinou o bloqueio dos bens de Rosa Maria Chaves da Cunha, Philadelpho Machado e Cunha Jr., João Farias Guerreiro, Samarina de Jesus Minas Marinho e da advogada Maria da Conceição Campos Cei, além da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), em ação por improbidade administrativa, ajuizada pelo MP, em que figuram como acusados de malversação de recursos públicos por suposto direcionamento em processo de dispensa de licitação pública.

    Rosa Cunha, cunhada de Jatene, foi secreária de educação do estado no primeiro mandato do Desgovernador. Os crimes pelos quais ela é acusado foram cometidos neste mesmo período.

    segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

    Paris se encanta

    Dilma e Lula passam pela Cidade Luz como líderes
    vitoriosos, recebem mesuras e aplausos
    Por Gianni Carta

    A presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula passaram por Paris com o desembaraço das lideranças vitoriosas, recebidos com entusiasmo e, no caso da presidenta, com as mesuras reservadas somente aos grandes chefes de Estado. Referências à campanha midiática movida no Brasil na tentativa de criar problemas na perspectiva das eleições de 2014 só houve por parte dos jornalistas brasileiros chamados a cobrir a visita.

    Lula foi visto como o primeiro presidente brasileiro empenhado na aplicação de uma política econômica e social capaz de resgatar muitos brasileiros de séculos de miséria e também como herói do sindicalismo em uma França onde os sindicatos já exerceram um papel bem mais significativo do que se dá hoje. E Dilma apareceu como sua digna sucessora, a superar inclusive as expectativas com seu comportamento composto e atilado. O nome de Marcos Valério nem sequer foi murmurado à margem de cerimônias e debates, tampouco o pedido de demissão do ministro Guido Mantega formulado pela The Economist pareceu comover autoridades e jornalistas franceses.

    Ao lado da presidenta Dilma Rousseff, o presidente francês, François Hollande, já no final de seu discurso para saudar os convidados ao jantar de gala no suntuoso Palácio do Élysée, anunciou na terça-feira 11: “Ampliaremos várias cooperações, como na área de defesa, embora não em relação aos aviões”. Hollande, simpático e acessível, estampou um sorriso de Mona Lisa. O presidente referia-se, não sem alguma ironia, à decisão brasileira de adiar a compra de 36 caças Rafale da francesa Dassault. Mas a plateia riu.

    Foi a primeira visita de Estado de Dilma à França. Com a presidenta vieram ministros, como o da Fazenda, Guido Mantega, cuja demissão foi solicitada candidamente pela The Economist. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também marcou presença no Fórum pelo Progresso Social – O Crescimento como Saída para a Crise, organizado pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean-Jaurès. Seu discurso final foi muito ovacionado.

    Além de ter acontecido uma importante, e esperada, aproximação entre chefes de Estado de esquerda de dois países importantes na geopolítica global, os franceses queriam aprender com a experiência brasileira. Ao contrário do Brasil, que ainda deveria crescer 4% em 2013, como sustenta Guido Mantega, a França entrou em uma recessão. E vale a seguinte observação: os franceses mostraram modéstia no seu interesse pelo modelo econômico brasileiro, enquanto houve empresários brasileiros presentes em Paris inclinados à esperança.

    Quando CartaCapital pediu a Abilio Diniz seu parecer sobre a crise francesa, ele retrucou: “Não estou aqui para falar mal da França. O que posso lhe dizer é o seguinte: o segredo, desde o primeiro mandato do Lula, é a geração de empregos e a distribuição da renda. O mercado interno está sustentando o Brasil”. Em miúdos, os franceses querem adotar medidas semelhantes.

    Hollande, vale recapitular, venceu as presidenciais seis meses atrás em grande parte ao prometer “crescimento”, palavra-chave de sua campanha. Não, ele não executaria somente medidas de austeridade impostas pela Europa nortista onde Hollande e os líderes de outros países do Sul são vistos amiúde como incompetentes. Tabloides sensacionalistas dizem que os europeus do Norte têm de pagar pela “preguiça” dos sulistas.

    Felizmente, há gente sensata no chamado Sul. Declarou no seu discurso na Fundação Jean-Jaurès o ministro francês da Economia e Finanças, Pierre Moscovici: “É preciso incentivar o crescimento, embora ajustes sejam necessários. O déficit de solidariedade (entre os 17 países da Zona do Euro) explica a crise. Nesses últimos anos falou-se somente em austeridade”. Para Moscovici, as políticas econômicas similares da França e do Brasil aproximam os dois países.

    Hollande é um parceiro importante para o Brasil. No discurso do jantar de gala no Élysée, o presidente repetiu que apoia a presença do Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). E acentuou ser importante a iniciativa dos institutos brasileiro e francês na realização do foro sobre crescimento. De fato, parece haver uma sintonia fina entre o convite a Dilma a Paris e a aproximação dos think tanks.

    Escassos meses atrás, um diplomata disse a este repórter que “o Partido Socialista Francês é muito velho, e não se reformou o suficiente”. O ex-presidente Nicolas Sarkozy, embora político capaz de adotar medidas ultraconservadoras era mais ativo do que o atual presidente em termos de relações com o Brasil. “Sarkozy, ao contrário de Hollande, não queria se limitar a amizades com europeus, como fez nesses seis primeiros meses de mandato o atual presidente socialista”, avaliou o diplomata. Além disso, o ex-presidente conservador via, desde o início de seu mandato, em 2007, o Brasil como um parceiro fundamental. Mais: “Sarkozy e Lula se entendiam muito bem”. Lula, por exemplo, foi quem iniciou a negociação para a compra dos Rafale.

    E aqui chegamos a uma encruzilhada. Os franceses, inclusive Hollande, não escondem seu descontentamento quando Dilma lhes diz que a crise a impossibilita de comprar os aviões. “Que avião vai escolher Dilma?”, lê-se na primeira página do diário econômico La Tribune. E, como escreveu um repórter do website do semanário L’Express, Dilma “deixou planar” a decisão sobre a compra de 36 caças Rafale para a Força Aérea Brasileira. “Nós tivemos de adiar essa escolha… e poderá levar algum tempo em razão do prazo em que a economia brasileira vai se recuperar”, afirmou a presidenta. Em última análise, falta ainda uma escolha clara por parte do governo brasileiro na disputa entre os Rafale e os F/A-18E/F Super Hornet, da norte-americana Boeing. E há também os Gripen NG, da sueca Saab.

    Barack Obama, em visita recente ao Rio de Janeiro, falou sobre os méritos do F-18. Ele pode ser menos moderno que o Rafale, mas é também menos caro. Houve uma divisão na cúpula do pessoal ligado à defesa, segundo o diplomata citado acima. Os 36 caças Rafale, é verdade, valem 4 bilhões de dólares, o que não é pouco, mesmo assim Lula os julgava mais convenientes para a FAB. Será que foi mesmo a crise que fez Dilma vacilar? Hollande não deixou de lembrar que a França é o quarto maior investidor no Brasil. Nada menos que 500 empresas francesas estão instaladas em solo brasileiro.

    De todo modo, maior pompa para a recepção de um chefe de Estado parece impossível. Nem Muammar Kaddafi, quando ainda era amigo de Nicolas Sarkozy, e trazia para a Capital das Luzes suas guarda-costas amazonas, cavalos e a costumeira tenda beduína, foi tratado de tal forma. Nessas 48 horas em que Dilma Rousseff esteve em Paris, entre os dias 11 e 12, vimos bandeiras brasileiras ao lado de francesas Paris afora, inclusive no desfile nos Champs-Élysées em homenagem à presidenta.

    É bom lembrar que o Brasil deslumbra a França desde sempre. Na capa da revista Challenges, Dilma surge dando um adeus com a mão direita, sorriso nos lábios. Abaixo lemos, em maiúsculas: “Brasil: O País Onde É Preciso Estar”. E qual o motivo? No início do especial de 17 páginas, os franceses aprendem que 500 helicópteros sobrevoam São Paulo, uma megalópole de 20 milhões de habitantes, para evitar o trânsito. Isso, entenda o leitor, é visto como sinal de progresso, são equívocos eivados de deslumbre. Paris, em lugar dos helicópteros, oferece a qualquer cidadão a possibilidade de, mediante um cartão, alugar pelas ruas um carro elétrico pelo mínimo de uma hora. Sem falar de bicicletas, e, provavelmente, do melhor sistema de transportes do mundo.

    A Challenges impressiona-se, ainda, com a Rua Oscar Freire, em São Paulo, e, em particular, com uma loja de 300 metros quadrados que vende sandálias Havaianas. A publicação diz que a Oscar Freire é a Avenue Montaigne. É preciso ver a esplêndida rua parisiense para compreender como a comparação é, no mínimo, grotesca. O motivo, segundo a Challenges, do sucesso de São Paulo? Seu tamanho, responde um banqueiro. Seu clima. Seus recursos naturais: ferro, petróleo, ouro, alumínio e, é óbvio, soja. E lá em Sampa tem sol. Impressiona a facilidade com que o mito Brasil faz sucesso, especialmente na França. A Challenges não fala do poder do crime organizado, de favelas, do trânsito caótico, da carência de transporte público.

    Em compensação, a revista traça um perfil correto da presidenta, a começar pela descrição de uma moça de 22 anos “bonita, magra e cansada”. A foto que ilustra o texto remonta a 1970 e mostra uma Dilma que acaba de sair da masmorra da ditadura. E a Challenges registra: passou três anos na cadeia e foi torturada “sem denunciar nenhum companheiro guerrilheiro”.

    A revista percorre seu currículo até a Presidência, louva a atual política econômica do seu governo e acentua ao cabo que o nível de desemprego nunca esteve tão baixo. Se em relação a São Paulo, a Challenges está longe de expor toda a realidade, o perfil de Dilma é fidedigno. E em Paris ela surpreendeu pela energia exibida no cumprimento de uma agenda intensíssima e também pela precisão e clareza com que expôs seus propósitos de expandir a competitividade do Brasil, resolver questões de infraestrutura e reduzir o custo de produção.

    Impressionou ainda a firmeza com que revidou a The Economist com seu pedido de demissão de Mantega e sua equipe. A queda dos preços das commodities e famílias endividadas seriam, segundo a revista britânica, os entraves maiores para a economia brasileira. A demissão de Mantega daria a Dilma a confiança da chamada “comunidade internacional”, segundo o semanário inglês.

    Dilma reagiu. Lembra que não houve Lehman Brothers para quebrar o Brasil. E que aqui não há crise de dívida soberana e a inflação está sob controle. Mais: o Brasil tem uma reserva de 278 bilhões de dólares. Mas qual foi a reação de Mantega? Na coletiva, em Paris, ninguém lhe fez a pergunta sobre o ousado editorial da The Economist.

    A CartaCapital, depois da coletiva, o ministro disse: “Fiquei surpreso porque dizem que sou otimista. Nunca vi ninguém ser demitido pelo otimismo, já vi o contrário”, e acrescentou: “A nossa política econômica está tendo muitos resultados. Se você observar os últimos 6/7 meses, verá que temos taxas de crescimento, as menores taxas de desemprego e, portanto, as maiores taxas de investimento”. Com um sorriso irônico, acentuou a possibilidade de que algo esteja “fora do lugar”, talvez fundos a ganhar menos do que no passado.

    Uma repórter do jornal Valor rondava de ouvidos esticados e furtou as declarações, que acabaram em manchete. São coisas que acontecem em São Paulo. Em Paris, a repórter entrevistaria o colega.

    Lula fechou a noite com um primoroso discurso final na Fundação Jean-Jaurès. Humor não faltou. “Não estou acostumado a ter medo”, disse o ex-presidente. “Durante a minha vida vivi em crise. Sou de uma geração que se até os 5 anos de idade não morreu de fome foi milagre.” “Um jornalista, por exemplo – sublinhou – pode escolher sua profissão. Um metalúrgico não escolhe nada: ele vira metalúrgico para sobreviver.”

    Aumenta a violência e Jatene nada faz

    A sempre antenada jornalista e blogueira Franssinete Florenzano relata mais um caso absurdo de violência. Enquanto estas cenas se repetem pelo estado inteiro, Jatene diz que não é nada. As unidades de polícia comunitária se tornaram mini-delegacias, os investimentos em formação estão sendo perdidos e nosso povo padece como um dos mais amedrontados do país...

    "O radialista Mettran Senna relata que, pela quarta vez, teve uma arma de fogo apontada para sua cabeça, foi humilhado, agredido física e psicologicamente com palavrões e ameaças de morte iminente por doisbandidos aparentando ter entre 17 e 20 anos, que levaram sua moto, celular, dinheiro e objetos pessoais, por volta das 21:10h, na área do Conjunto Guajará I, em Ananindeua, bem na esquina da Av. Principal com a WE-73. Diz que só recuperou a moto porque ela tem sistema de rastreamento via GPS e de pronto ligou para a central de monitoramento da Máxima Segurança e informou o ocorrido. Ao pedir socorro via 190, teve que esperar por mais de 10 minutos ouvindo uma irritante “musiquinha” e a ligação caiu; ao insistir esperou por mais 5 minutos até ser atendido. Quando finalmente conseguiu comunicar o fato à polícia via Ciop, somente após 15 minutos avistou uma viatura, que, por sinal, não estava envolvida em sua solicitação.

    Ontem de madrugada, bandidos furtaram todo o cabeamento da Oi na área do Barreiro e o resultado é que, desde cedo, parte do bairro do Umarizal, em Belém, está sem telefone e internet.

    Todos os dias, os jornais mostram um banho de sangue. Execuções, assaltos com reféns, assassinatos por encomenda, tráfico de drogas, de órgãos humanos, de pessoas, exploração sexual infanto-juvenil, trabalho escravo, abusos contra idosos, mulheres e crianças.

    Mas a Segup diz que os índices de violência e criminalidade estão rés ao chão, uma beleza. Deve se tratar de alucinação coletiva. Como diz o filósofo mudo: anrã..."

    Folha: Se eleição fosse hoje, PT venceria no primeiro turno

    Se a eleição presidencial fosse hoje, o PT teria dois nomes com chance de vencer no primeiro turno. Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva têm no momento mais intenções de voto do que todos os possíveis adversários somados, aponta pesquisa Datafolha feita na quinta-feira.

    Dilma vai de 53% a 57%, conforme o cenário. Lula teria 56% se disputasse a Presidência. No Brasil, vence no primeiro turno o candidato que tem mais da metade dos votos válidos. O PT ganhou três disputas para o Planalto (2002, 2006 e 2010), mas só no segundo turno.

    O Datafolha ouviu 2.588 pessoas em 160 cidades no dia 13. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

    Embora os percentuais de Dilma e de Lula sejam equivalentes na pesquisa estimulada (quando o entrevistado escolhe um nome a partir de uma lista), a situação muda no levantamento espontâneo.

    Na pesquisa sem estímulo de nomes, Dilma recebe 26% das preferências.

    Com menos da metade, mas isolado em segundo, vem Lula, com 12%. Há também 1% cuja preferência é "PT" ou "vai votar no PT". O petismo somado recebe 39% de intenções de voto espontâneas segundo o Datafolha.

    Os candidatos de oposição têm percentuais modestos no levantamento espontâneo. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) registra 3%. Os também tucanos José Serra e Geraldo Alckmin têm
    2% e 1%, respectivamente. Marina Silva (sem partido) aparece com 1%. Outros 46% não responderam.

    Quando o Datafolha pergunta sugerindo cenários, os percentuais de todos os possíveis candidatos aumentam. Foram testadas quatro listas, sendo três com Dilma e uma com Lula. Os petistas vencem em todas.

    Se a eleição fosse hoje, em quem você votaria? Resposta estimulada e única, em %CENÁRIOS DA SUCESSÃO PRESIDENCIAL

    sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

    ‘A crise pode fazer aparecer algo de novo’, diz Lula | Carta Capital

    ‘A crise pode fazer aparecer algo de novo’, diz Lula | Carta Capital

    Por Gianni Carta, de Paris
    “Não estou acostumado a ter medo. Durante toda minha vida vivi em crise. Sou de um terra que se até 5 anos e idade você não morreu de fome é um milagre” , diz Lula em visita com Dilma a Paris. ”Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
    Luiz Inácio Lula da Silva fez um de seus mais primorosos discursos hoje à noite, quarta-feira 12, na Fundação Jean-Jaurès, em Paris, onde, em parceria com o Instituto Lula, foi organizado o “Fórum pelo Progresso Social: o Crescimento como Saída da Crise”.
    O presidente francês François Hollande e a presidenta Dilma Rousseff, esta em sua primeira visita de Estado à França, abriram o fórum na terça-feira 11, mas foi Lula quem fez o último discurso.
    Humor não escasseou na fala do ex-presidente.
    “É a primeira vez que pessoas secundárias fazem o discurso final”, disse Lula referindo-se ao discurso a anteceder o seu do ex-premier socialista Lionel Jospin.
    “Isso, na França, é muito ruim, porque somos pessoas sem mandato.”
    A plateia visivelmente apreciou o discurso sério de um exímio orador que soube engajar personalidades presentes (como Jospin) e mesclar sua própria experiência com a crise econômica global.
    Leia mais:
    “Lula é o farol do movimento sindical e da política mundial”

    Dilma e Hollande: Sintonia ma non troppo

    “Não estou acostumado a ter medo. Durante toda minha vida vivi em crise. Sou de uma terra que se até 5 anos e idade você não morreu de fome é um milagre”, ofereceu Lula.
    Os risos começaram com as primeiras palavras do ex-presidente. “Não falo francês, inglês e nem português.” Disse, então, que falaria devagar para as tradutoras entenderem o que ele diria.
    Lula caçoou, ainda, de sua falta de opção na vida. Um jornalista, por exemplo, pode escolher sua profissão. Um metalúrgico não escolhe nada: ele vira metalúrgico para sobreviver.
    No entanto, ao longo de mais de uma hora de discurso, ficou claro que o metalúrgico pode ser muito mais sábio do que jornalistas não somente na oratória, mas também na maneira de tratar quem o cerca.
    Em 2002, quando subia a rampa do Palácio do Planalto, após ser eleito no primeiro mandato, Lula era criticado pelos “sociólogos” (especialmente por um específico), e pelos “economistas”. “Eles sabem tudo”, argumentou Lula, não sem sua costumeira ironia. Todos, na sua galgada ao Palácio do Planalto, “puxavam minha manga”.
    “Não vai”, repetiam.
    “Eles me diziam que o Brasil estava quebrado”, contou Lula para o deleite da plateia parisiense. “Mas eu queria fazer algo de diferente. A primeira coisa era que nos respeitássemos. Não somos uma republiqueta.”
    Naquela época, contou o ex-presidente, os líderes latino-americanos ficavam presos em seus grotescos paradigmas. Quem, por exemplo, era o melhor amigo de Bill Cintion?
    Segundo Lula, o Brasil dava as costas para a América Latina, e, de forma ignorante, para a África, por acreditar que o Oceano Atlântico é uma fronteira.
    Em um momento, Lula declarou: “É muito fácil cuidar dos pobres, e muito mais difícil cuidar dos ricos”.
    Antes, disse Lula: “O Brasil era um país capitalista sem capital”. O programa de inclusão social Bolsa Família, está claro, fez ingressar milhões de brasileiros na classe média.
    Lula fez mais pelos pobres. Investigou, por exemplo, por que eles não tinham acesso ao crédito. “Porque o pobre não oferecia garantias”, descobri. Mas o ex-presidente acabou por acertar que o crédito do trabalhador é seu salário. E, assim, 40 bilhões de dólares foram colocados nas mãos dos pobres.
    Por este e outros programas, muitos empresários não votaram em Lula nos seus dois mandatos, argumentou o próprio. “Eles têm medo de mim.” E emendou: “Mas hoje sabem que nunca ganharam tanto dinheiro – e nunca empregaram tanta gente”.
    O ex-presidente disse que a crise pode abrir uma oportunidade para os governantes assumirem responsabilidades e tomarem decisões importantes. “Essa crise está nos chamando para as grandes decisões políticas que desaprendemos a tomar depois de um longo tempo de bem-estar social.”
    Lula chegou até a questionar o dólar como moeda padrão internacional aqui em Paris. Para ele, é um absurdo um brasileiro ter de comprar um colar boliviano em dólares.
    O ex-presidente arrancou aplausos quando disse que se a ONU pôde criar Israel em 1948, mas não faz o mesmo para um verdadeiro Estado da Palestina.
    Por fim, ele criticou os banqueiros. “Vocês já viram banqueiros presos nas manchetes de jornais? Não?”
    É simples: eles financiam a mídia

    “Brasil, o país onde é preciso estar”, diz semanário francês

    A presidenta brasileira Dilma Rousseff prosseguiu quarta-feira em Paris sua dupla ofensiva, ao mesmo tempo política, contra as medidas de austeridade que estão sendo impostas em toda a Europa, e também comercial, com a oferta feita aos empresários franceses para que invistam no Brasil. Em ambos os casos, a partida parece ganha: a política, porque esse é o credo do presidente socialista François Hollande, que propõe uma combinação de poupança pública e investimentos para fomentar o emprego; a segunda, com a sedução do empresariado francês. Como prova disso, o influente semanário econômico “Challanges” dedicou a capa à visita de Dilma a França. A manchete não poderia ser mais explícita: “Brasil, o país onde é preciso estar”. O Brasil, de fato, atraiu a atenção da mídia francesa.

    A dupla presença de Dilma e do ex-presidente Lula aqueceu e deu conteúdo ao frio outono francês. Lula participou do fórum internacional para o progresso social organizado conjuntamente pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean Jaurés sob o lema “Escolher o crescimento, sair da crise”. O ex-presidente disse aos seus interlocutores que a crise era uma oportunidade para repensar a política.

    Dilma Rousseff colocou uma carta tentadora sobre a mesa: durante seu encontro com a cúpula patronal francesa, a presidenta anunciou um ambicioso plano de infraestrutura aeroportuária: “os números no Brasil são enormes. Temos a intenção de construir cerca de 800 aeroportos ou mais. Serão construídos em cidades com mais de 100 mil habitantes”. A mandatária acrescentou que “queremos que todas as cidades com mais de 100 mil habitantes tenham acesso a um aeroporto que esteja a uma distância máxima de 50 ou 60 quilômetros do centro”. A realização deste projeto, assinalou, é “uma necessidade importante para o crescimento do país”.

    Na mesma reunião com os empresários franceses, da qual participou um representante da ala esquerda do Partido Socialista, no poder, o ministro da Indústria, Arnaud Montebourg, ao lado de seu homólogo brasileiro, Fernando Pimentel, fixou o horizonte dos possíveis investimentos: “temos que buscar a abertura econômica, mas sem que isso signifique aceitar práticas depredadoras no comércio internacional, como vemos acontecer na Ásia”, disse o ministro.

    A delegação brasileira surpreendeu os empresários franceses pela firmeza de suas propostas. Neste contexto, a presidenta Dilma criticou duramente as políticas de austeridade e chamou a França a reforçar a colaboração com seu país a fim de “explorar as novas oportunidades que a crise oferece”. Diante do empresariado, em vários momentos com ar maravilhado, a chefe de Estado brasileira expôs sua convicção de que “a redução dos gastos, a política monetária exclusiva e a diminuição dos direitos sociais não constituem uma resposta à crise”. Dilma se baseou no próprio exemplo do passado latino-americano – anos 80 e 90 – para defender seu ponto de vista: “ninguém reconhecia que as medidas que aumentavam as desigualdades, o desemprego e a desesperança nos países latino-americanos não levava a parte alguma”.

    Em resposta à solicitação de uma cooperação renovada com Paris, o ministro da Indústria francês convidou o Brasil a “utilizar a França como cabeça de ponte” para o mercado europeu. Com respeito à compra ainda suspensa de 36 aviões Rafale, do fabricante Dassault, por cerca de 4 bilhões de euros, a dirigente brasileira precisou que, em função da crise, essa decisão segue suspensa. A história desses aviões é uma espécie de grande montagem organizada pelo ex-presidente francês Nicolas Sarkozy.

    Em setembro de 2009, Sarkozy fez uma viagem relâmpago ao Brasil para negociar com Lula a venda dos aviões Rafale. De volta a Paris, Sarkozy deu o negócio por consumado e abriu garrafas de champagne para festejar publicamente o contrato. Nesta época, o entorno presidencial assegurava que os “brasileiros não podiam rechaçar essa proposta”. Na verdade, nada estava concretizado ainda.

    A visita de Dilma Rousseff a França serviu também para que o Fundo Mundial da Natureza (WWF) interpelasse Paris e Brasília para que ambos ratifiquem e façam entrar em vigor o acordo firmado em 2008 pelos dois países para lutar contra a exploração selvagem de ouro. Em um chamado a Paris e Brasília publicado pelo matutino Libération e assinado pelos responsáveis do WWF na França e no Brasil, o Fundo Mundial para a natureza denuncia a situação que impera nas fronteiras comuns que França e Brasil compartilham na Guiana: “no coração dessas gigantescas zonas protegidas e dedicadas à biodiversidade e às comunidades locais, um mal profundo se instalou: a febre do ouro”. Para a WWF, a visita de Dilma Rousseff é uma “oportunidade única” para que “se detenha a exploração aurífera ilegal nas zonas protegidas”.

    Parabéns Dilma !!!!


    Hoje é o dia dela. Parabéns, Presidenta Dilma Roussef, primeira mulher a governar (e muito bem) O Brasil.

    quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

    PT Pará realiza Ato Político em defesa do ex-presidente Lula


    Jatene fere de morte o Banpará

    O Sindicato dos Bancários do Pará denuncia uma ação do governo Jatene que pode decretar a morte por inanição da Instituição. Na última sexta-feira, dia 07.12.2012, foi publicado no Diário Oficial do Estado o seguinte “Contrato”:

    CONTRATO DE CONSIGNAÇÃO
    NÚMERO DE PUBLICAÇÃO: 467994
    CONTRATO Nº 24/2012
    PARTES: SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO -
    SEAD, com sede na Av. Gentil Bittencourt, n.º 43, CGC/MF
    05.247.283/0001-94, e BANCO BMG S/A, CNPJ 83.366.914/0001-
    06, com sede em Belo Horizonte/MG, na Av. Álvares Cabral nº
    1707, Bairro Santo Agostinho, CEP 30170-001
    OBJETO: CONSIGNAÇÃO EM FOLHA DE PAGAMENTO JUNTO A
    SEAD, CONFORME MARGEM CONSIGNÁVEL DISPONÍVEL
    DATA DA ASSINATURA : 30/11/2012
    VIGÊNCIA: 30/11/2012 A 29/11/2014

    Pelo que se vê o Governo do Estado do Pará, através da SEAD, acaba de firmar contrato com o Banco BMG, oferecendo as operações de empréstimos consignados dos funcionários públicos para o banco mineiro, quando sabemos que esse tipo de operação é crucial para manter o funcionário do Estado vinculado ao Banco do Estado do Pará.

    Trata-se de mais uma armadilha no caminho do banco público do povo paraense. Na verdade é o golpe mortal contra um guerreiro, que sobreviveu a toda sorte de ataques nos seus pouco mais de cinquenta anos. Sobreviveu a casos gravíssimos de corrupção, que ainda hoje não tiveram os responsáveis julgados e punidos; sobreviveu à era da privataria tucana, quando sofreu intervenção e os funcionários foram surrupiados em 20% dos seus salários durante um ano; sobreviveu a uma administração pífia que, apesar da propaganda de eficiência, nos doze anos de tucanato reduziu o número de funcionários e quase sumiu com os lucros, reduzindo a quantidade de produtos e operações com os clientes.

    Somente em 2007, com o fim da era tucana, o Banpará começou a respirar novos ares, onde os funcionários passaram a ser valorizados, com o resgate do PCS, reformas de agências, preocupação com a saúde e outras políticas, que se refletiram na lucratividade do Banco Estadual. Isso tudo porque tivemos a capacidade de assinar acordos coletivos com a empresa que, a cada ano, agregava mais e mais direitos.

    Infelizmente, com a volta do tucanato ao poder, o que vemos mais uma vez é a volta da perseguição ao banco estadual que, a despeito de contar com uma diretoria praticamente de funcionários da casa, é tutelada pelos tucanos e subserviente aos que habitam o palácio do governo.

    Hoje vemos se concretizar mais um passo rumo ao sucateamento e, quem sabe, privatização da jóia da coroa do Governo Estadual, o Banco do Estado do Pará. Ressalta-se que em junho de 2012, o governo aprovou na ALEPA o Projeto de Lei nº210/2011 – Parceira Público-Privadas, que propõe a privatização de diversos serviços e setores, entre eles o Banpará. Ao oferecer à iniciativa privada os empréstimos consignados dos servidores públicos, a administração Jatene diz a que veio e mostra seu “apreço” ao banco do povo paraense. É a realização da tragédia anunciada.

    Quem não quis enxergar em 2010 e abraçou-se ao candidato Jatene sabe-se lá em troca de que tipo de apoio, hoje vê o funcionalismo do Banpará pagar o preço de tamanha irresponsabilidade.

    A moral de velhas prostitutas | Carta Capital

    A moral de velhas prostitutas | Carta Capital - Por Leandro Fortes



    Aos poucos, sem nenhum respeito ou rigor jornalístico, boa parte da mídia passou a tratar Rosemary Noronha como amante do ex-presidente Lula. A “namorada” de Lula, a acompanhante de suas viagens internacionais, a versão tupiniquim de Ana Bolena, quiçá a reencarnação de Giselle, a espiã nua que abalou Paris.
    Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula
    Como a versão das conversas grampeadas entre ela e Lula foi desmentida pelo Ministério Público Federal, e é pouco provável que o submundo midiático volte a apelar para grampos sem áudio, restou essa nova sanha: acabar com o casamento de Lula e Marisa.
    Já que a torcida pelo câncer não vingou e a tentativa de incluí-lo no processo do “mensalão” está, por ora, restrita a umas poucas colunas diárias do golpismo nacional, o jeito foi apelar para a vida privada.
    Lula pode continuar sendo popular, pode continuar como referência internacional de grande estadista que foi, pode até eleger o prefeito de São Paulo e se anunciar possível candidato ao governo paulista, para desespero das senhoras de Santana. Mas não pode ser feliz. Como não é possível vencê-lo nas urnas, urge, ao menos, atingi-lo na vida pessoal.
    Isso vem da mesma mídia que, por oito anos, escondeu uma notícia, essa sim, relevante, sobre uma amante de um presidente da República.
    Por dois mandatos, Fernando Henrique Cardoso foi refém da Rede Globo, uma empresa beneficiária de uma concessão pública que exilou uma repórter, Míriam Dutra, alegadamente grávida do presidente. Miriam foi ter o filho na Europa e, enquanto FHC foi presidente, virou uma espécie de prisioneira da torre do castelo, a maior parte do tempo na Espanha.
    Não há um único tucano que não saiba a dimensão da dor que essa velhacaria causou no coração de Ruth Cardoso, a discreta e brilhante primeira-dama que o Brasil aprendeu desde muito cedo a admirar e respeitar. Dona Ruth morreu com essa mágoa, antes de saber que o incauto marido, além de tudo, havia sido vítima do famoso “golpe da barriga”. O filho, a quem ele reconheceu quando o garoto fez 18 anos, não é dele, segundo exame de DNA exigido pelos filhos de Ruth Cardoso. Uma tragicomédia varrida para debaixo do tapete, portanto.
    O assunto, salvo uma reportagem da revista Caros Amigos, jamais foi sequer aventado por essa mesma mídia que, agora, destila fel sobre a “namorada” de Lula. Assim, sem nenhum respeito ao constrangimento que isso deve estar causando ao ex-presidente, a Dona Marisa e aos filhos do casal. Liberados pela falta de caráter, bom senso e humanidade, a baixa assessoria de tucanos, entre os quais alguns jornalistas, tem usado as redes sociais para fazer piadas sobre o tema, palhaços da tristeza absorvidos pela vilania de quem lhes confere o soldo.
    Esse tipo de abordagem, hipócrita sob qualquer prisma, era o fruto que faltava ser parido desse ventre recheado de ódio e ressentimento transformado em doutrina pela fracassada oposição política e por jornalistas que, sob a justificativa da sobrevivência e do emprego, se prestam ao emporcalhamento do jornalismo.

    quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

    Encontro com prefeitos em Brasília

     
    Na foto, Salvador Chamon, novo prefeito de Ipixuna do Pará.

    Deputado Airton Faleiro pede explicações sobre violência

    Dados da Síntese de Indicadores sociais 2012 divulgados pelo IBGE revelam que a população paraense lidera os índices de sensação de insegurança do país. Mais de 63% dos paraenses não se sentem seguros em sua cidade, quase 50% se dizem inseguros no seu bairro e aproximadamente 35% não se sentem seguros em sua própria casa. Em todo o país o indice da população que não se sente insegura no município em que reside é de 47%, cerca de 15 pontos percentuais abaixo da marca paraense.

    Diante deste quadro e situação alarmante, o deputado estadual Aírton Faleiro (PT), pede, por meio de requerimento protocolado nesta terça-feira, 11, na Assembléia Legislativa, que o o governador Simão Jatene informe ao parlamento sobre o plano emergencial que o governo estadual vai adotar na questão de segurança pública.

    "A população não tolera mais a ausência do Estado na aplicação de políticas públicas eficazes voltadas à segurança pública. a divulgação destes dados alarmantes possibilita que o governo acene com atitudes concretas e reais para diminuir a sensação de insegurança vivida hoje pela população paraense".

    Comissão aprova redução de tarifa de energia e derrota PSDB

    Está ficando mais perto para o brasileiro ter sua conta de energia elétrica reduzida. A comissão mista destinada a apreciar a Medida Provisória (MP 579/12), que trata sobre o assunto, aprovou em reunião realizada nesta terça-feira (11) o relatório apresentado pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL). O relatório segue para o Plenário da Câmara que apreciará a matéria em reunião extraordinária convocada para esta quarta-feira (12), às 9h.

    O presidente da comissão e líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), destacou o trabalho exaustivo realizado pela comissão. “Foram realizadas diversas audiências públicas, ouvimos todos os setores envolvidos e o relator foi muito feliz em sua conclusão”, disse, comemorando a aprovação do relatório pela comissão. “Mesmo com o PSDB sendo contra, o governo conseguiu mais uma vitória em favor do povo brasileiro” completou Jilmar.

    O relatório de 33 páginas afirma que a medida tem como base dois pilares. O primeiro é o de transferir para o consumidor, via redução de tarifa, os investimentos realizados na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. O segundo é a redução de encargos setoriais incidentes nas tarifas.

    Apesar disso, a oposição fez de tudo para postergar a decisão. Primeiro, com pedido de vistas ao relatório adiando a discussão por algumas horas; depois apresentou requerimento pedindo adiamento da votação por 24 horas. O requerimento foi rejeitado, assim como outro requerimento que pedia o adiamento por 48 horas.

    “Qualquer um que tente postergar a implementação desta medida está jogando contra o povo brasileiro, porque coloca em risco a redução da conta de luz”, afirmou o deputado Weliton Prado (PT-MG). Ele chegou a protagonizar um debate acalorado com o senador Aécio Neves (PSDB-MG). “Fica claro que o senador Aécio está fazendo de tudo para impedir que o povo tenha esse desconto na conta de luz. O PSDB não quer a redução da tarifa por razões eleitoreiras e por estar representando interesses econômicos”, argumentou Weliton Prado.

    De acordo com o deputado, “a choradeira de um setor, onde só a Cemig lucrou mais de 2,4 bilhões de reais, contrasta com a sensibilidade da presidenta Dilma que apresentou uma medida do bem, para baixar o custo do país, incentivar a produção e impactar positivamente no orçamento de milhares de brasileiros”.

    Foram apresentados 39 requerimentos de emendas ao relatório, todos foram lidos, votados e rejeitados pelos membros da comissão.

    No plenário, um grupo de 50 universitários organizados pela FIESP usando camisetas com os dizeres “Energia a preço justo? Basta votar a MP 579” dividia espaço com sindicalistas da CUT na comemoração da aprovação do relatório pela comissão.

    Salame desabafa e ataca Jatene

    O prefeito eleito de Marabá, deputado estadual João Salame, descascou o governador Simão Jatene em sua conta no facebook, na noite de ontem.  O desabafo de Salame acontece um ano após a realização do plebiscito sobre a divisão ou não do Pará. A vitória do "Não" acabou por aumentar o fosso de desigualdades que divide o estado.

    Veja o que disse Salame:

    Um ano após o plebiscito sobre a divisão do Pará nada mudou.Ou melhor, mudou pra pior. Cadê o Pará unido e grande, desenvolvido?

    Fiz um duro pronunciamento hoje na Alepa lembrando o plebiscito e cobrando a diminuição das desigualdades regionais que só aprofundam.

    O parque industrial de Marabá e a Alpa não são prioridades do governo do Estado; a região não recebe investimentos. No Tapajós é igual.

    O Marajó continua ostentando índices.miseráveis de IDH. E o Governo do Estado, pra investir, tem que tomar dinheiro emprestado.

    O sentimentalismo e a miopia impediram de enxergar as experiências exitosas do Mato Grosso e Goiás. Vamos pagar o preço.

    Minérios, rios e florestas, nossas riquezas, não remuneram os cofres do Estado com justiça. E a população cresce acima da média.

    Essa equação perversa vai aprofundar nossos problemas. A divisão era uma boa chance de enfrentarmos os problemas do pacto federativo.

    Outra opção é investir na verticalização das riquezas, sobretudo a mineral. Mas a inércia é grande. Os governantes preferem instituir taxas.

    Vamos continuar nossa luta. Mostrar que esse Pará gigantesco é inadministrável e ineficiente. Estamos dispostos a dialogar com todos.

    Se tiverem outra proposta nos apresentem. Não comemos fronteiras, que são linhas imaginárias. Queremos.melhor qualidade de vida.

    Não tenha dúvida. Essa é a única união possível. No resto estamos separados de fato.

    Belém ganha aparentemente. O povo da periferia da capital é quem vai pagar o pato maior dessa estupidez “unionista”.

    Rui Falcão conclama petistas a saírem na defesa de Lula


    Dilma considera “lamentáveis as tentativas de desgatar imagem de Lula”

    A presidenta Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (11), em Paris, que considera “lamentáveis as tentativas de desgastar” a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao comentar as novas declarações atribuídas ao publicitário Marcos Valério e publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

    “É sabida minha admiração, o meu respeito e minha amizade pelo presidente Lula. Portanto eu repudio todas as tentativas – e essa não seria a primeira – de tentar destituí-lo da sua imensa carga de respeito que o povo brasileiro lhe tem”, respondeu Dilma, durante uma entrevista coletiva ao lado do presidente francês François Hollande, no Palácio do Eliseu.

    Dilma está em visita oficial à França e participou mais cedo – ao lado do ex-presidente Lula - da abertura do Fórum pelo Progresso Social - O Crescimento como Saída para a Crise, na capital francesa. O evento foi organizado pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean Jaurès.

    “Essa é uma questão que devo responder no Brasil, mas não poderia deixar de assinalar que considero lamentáveis essas tentativas de desgastar a imagem do presidente Lula”, acrescentou.

    terça-feira, 11 de dezembro de 2012

    Leonardo Boff: Reinaldo Azevedo é um consumado idiota

    Oscar Niemeyer, a Veja online e o Escaravelho
    Por Leonardo Boff

    Com a morte de Oscar Niemeyer aos 104 anos de idade ouviram-se vozes do mundo inteiro cheias de admiração, respeito e reverência face a sua obra genial, absolutamente inovadora e inspiradora de novas formas de leveza, simplicidade e elegância na arquitetura. Oscar Niemeyer foi e é uma pessoa que o Brasil e a humanidade podem se orgulhar.

    E o fazemos por duas razões principais: a primeira, porque Oscar humildemente nunca considerou a arquitetura a coisa principal da vida; ela pertence ao campo da fantasia, da invenção e do lúdico. Para ele era um jogo das formas, jogado com a seriedade com que as crianças jogam.

    A segunda, para Oscar, o principal era a vida. Ela é apenas um sopro, passageira e contraditória. Feliz para alguns mas para as grandes maiorias cruel e sem piedade. Por isso, a vida impõe uma tarefa que ele assumiu com coragem e com sérios riscos pessoais: a da transformação. E para transformar a vida e torná-la menos perversa, dizia, devemos nos dar as mãos, sermos solidários uns para com os outros, criarmos laços de afeto e de amorosidade entre todos. Numa palavra, nós humanos devemos aprender a nos tratar humanamente, sem considerar as classes, a cor da pele e o nível de sua instrução.

    Isso foi que alimentou de sentido e de esperança a vida desse gênio brasileiro. Por aí se entende que escolheu o comunismo como a forma e o caminho para dar corpo a este sonho, pois, o comunismo, em seu ideário generoso, sempre se propôs a transformação social a partir das vítimas e dos mais invisíveis. Oscar Niemeyer foi um fiel militante comunista.

    Mas seu comunismo era singular: no meu modo de ver, próximo dos cristãos originários pois era um comunismo ético, humanitário, solidário, doce, jocoso, alegre e leve. Foi fiel a esse sonho a vida inteira, para além de todos os avatares passados pelas várias formas de socialismo e de marxismo.
    Na medida em que pudemos observar, a grande maioria da opinião pública mundial, foi unânime na celebração de sua arte e do significado humanista de sua vida. Curiosamente a revista VEJA de domingo, dedica-lhe 10 belas páginas. Outra coisa, porém, é a revista VEJA online de 7 de dezembro com um artigo do blog do jornalista Reinado Azevedo que a revista abriga.

    Ele foi a voz destoante e de reles mau gosto. Até agora a VEJA não se distanciou daquele conteúdo, totalmente, contraditório àquele da edição impressa de domingo. Entende-se porque a ideologia de um é a ideologia do outro. Pouco importa que o jornalista Azevedo, de forma confusa, face às críticas vindas de todos os lados, procure se explicar. Ora se identifica com a revista, ora se distancia, mas finalmente seu blog é por ela publicado.

    Notoriamente, VEJA se compraz em desfazer as figuras que melhor mostram nossa cultura e que mais penetraram na alma do povo brasileiro. Essa revista parece se envergonhar do Brasil, porque gostaria que ele fosse aquilo que não é e não quer ser: um xerox distorcido da cultura norte-americana. Ela dá a impressão de não amar os brasileiros, ao contrário expõe ao ridículo o que eles são e o que criam. Já o titulo da matéria referente a Oscar Niemeyer da autoria de Azevedo, revela seu caráter viciado e malevolente: ”Para instruir a canalha ignorante. O gênio e o idiota em imagens”. Seu texto piora mais ainda quando, se esforça, titubeante, em responder às críticas em seu blog do dia 8/12 também na VEJA online com um título que revela seu caráter despectivo e anti-democrático:”Metade gênio e metade idiota- Niemeyer na capa da VEJA com todas as honras! O que o bloco dos Sujos diz agora?” Sujo é ele que quer contaminar os outros com a própria sujeira de uma matéria tendenciosa e injusta.

    O que se quer insinuar com os tipos de formulação usados? Que brasileiro não pode ser gênio; os gênios estão lá fora; se for gênio, porque lá fora assim o reconhecem, é apenas em sua terceira parte e, se melhor analisarmos, apenas numa quarta parte. Vamos e venhamos: Quem diz ser Oscar Niemeyer um idiota apenas revela que ele mesmo é um idiota consumado. Seguramente Azevedo está inscrito no número bem definido por Albert Einstein: ”conheço dois infinitos: o infinito do universo e o infinito dos idiotas; do primeiro tenho dúvidas, do segundo certeza”. O articulista nos deu a certeza que ele e a revista que o abriga possuem um lugar de honra no altar da idiotice.

    O que não tolera em Oscar Niemeyer que, sendo comunista, se mostra solidário, compassivo com os que sofrem, que celebra a vida, exalta a amizade e glorifica o amor. Tais valores não cabem na ideologia capitalista de mercado, defendida por VEJA e seu albergado, que só sabe de concorrência, de “greed is good”(cobiça é coisa boa), de acumulação à custa da exploração ou da especulação, da falta de solidariedade e de justiça em nível internacional.

    Mas não nos causa surpresa; a revista assim fez com Paulo Freire, Cândido Portinari, Lula, Dom Helder Câmara, Chico Buarque, Tom Jobim, João Gilberto, frei Betto, João Pedro Stédile, comigo mesmo e com tantos outros. Ela é um monumento à razão cínica. Segue desavergonhadamente a lógica hegeliana do senhor e do servo; internalizou o senhor que está lá no Norte opulento e o serve como servo submisso, condenado a viver na periferia. Por isso tanto a revista quanto o articulista revelam um completo descompromisso com a verdade daqui, da cultura brasileira.

    A figura que me ocorre deste articulista e da revista semanal, em versão online, é a do escaravelho, popularmente chamado de rola-bosta. O escaravelho é um besouro que vive dos excrementos de animais herbívoros, fazendo rolinhos deles com os quais, em sua toca, se alimenta. Pois algo semelhante fez o blog de Azevedo na VEJA online: foi buscar excrementos de 60 e 70 anos atrás, deslocou-os de seu contexto (ela é hábil neste método) e lançou-os contra Oscar Niemeyer. Ela o faz com naturalidade e prazer, pois, é o meio no qual vive e se realimenta continuamente. Nada de surpreendente, portanto.

    Paro por aqui. Mas quero apenas registrar minha indignação contra esta revista, em versão online, travestida de escaravelho por ter cometido um crime lesa-fama. Reproduzo igualmente dois testemunhos indignados de duas pessoas respeitáveis: Antonio Veronese, artista plástico vivendo em Paris e João Cândido Portinari, filho do genial pintor Cândido Portinari, cujas telas grandiosas estão na entrada do edifício da ONU em Nova York e cuja imagem foi desfigurada e deturpada, repetidas vezes, pela revista-escaravelho.

    Rui Falcão rebate acusações feitas por Marcos Valério

    Em nota à imprensa, presidente nacional do PT defende o Partido e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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    NOTA À IMPRENSA

    A Direção Nacional do PT lamenta o espaço dado pela imprensa para as supostas denúncias assacadas pelo empresário Marcos Valério contra o partido e contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Caso essas declarações efetivamente tenham sido feitas em uma tentativa de “delação premiada”, deveriam ser tratadas com a cautela que se exige nesse tipo de caso. Infelizmente, isso não aconteceu.

    As supostas afirmações desse senhor ao Ministério Público Federal, vazadas de modo inexplicável por quem teria a responsabilidade legal de resguardá-las, refletem apenas uma tentativa desesperada de tentar diminuir a pena de prisão que Valério recebeu do STF.

    Trata-se de uma sucessão de mentiras envelhecidas, todas elas já claramente desmentidas. É lamentável que denúncias sem nenhuma base na realidade sejam tratadas com seriedade. Valério ataca pessoas honradas e cria situações que nunca existiram, pondo-se a serviço do processo de criminalização movido por setores da mídia e do Ministério Público contra o PT e seus dirigentes.

    Prestes a completar 10 anos à frente do Governo Federal, período em que o Brasil viveu um processo de desenvolvimento histórico e em que as classes populares passaram pela primeira vez a ter protagonismo no nosso país, o PT é alvo constante de setores da sociedade que perderam privilégios.

    A campanha difamatória que estamos sofrendo nos últimos meses não impediu nossa vitória nas eleições de outubro e nem conseguirá manchar o trabalho que nosso partido tem realizado em defesa do país, da democracia e, principalmente, da população mais pobre.

    Rui Falcão
    Presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores

    PT: Márcio Pochmann é o novo presidente da Fundação Perseu Abramo

    Como eu havia adiantado pelo twitter no último sábado, o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, reunido nos dia 7 e 8 de dezembro, em Brasília, elegeu os novos membros da Diretoria e do Conselho Curador da Fundação Perseu Abramo para a gestão 2013/2016.

    Na indicação dos nomes para a composição da nova diretória foi aplicado o princípio estatutário da paridade de gênero aprovado durante o IV Congresso Nacional do PT - Etapa Estatutária, em 2011, sendo assim eleitos três homens e três mulheres.

    O DN/PT também decidiu que os secretários(as) nacionais setoriais, terão assento nas reuniões do Conselho Curador, com direito a voz, sem direito a voto.

    O novo Conselho Curador realiza sua primeira reunião no próximo dia 14, quando deve dar posse à nova diretoria e definir o plano de trabalho para 2013.

    Conheça a nova diretoria e o novo Conselho Curador:

    Diretoria

    Marcio Pochmann – presidente
    Artur Henrique Santos
    Ariane Chagas Leitão
    Fatima Cleide Rodrigues da Silva
    Iole Ilíada Lopes
    Joaquim Calheiros Soriano

    Conselho Curador

    André Singer - SP
    Eliezer Pacheco – RS
    Eloi Pietá – SP
    Emiliano José - BA
    Fernando Ferro – PE
    Flavio Jorge – SP
    Gilney Viana – DF
    Gleber Naime – MG
    Hamilton Pereira – DF
    Helena Abramo – SP
    João Motta – RS
    Joenia Batista – RR
    José Celestino Lourenço – MG
    Maria Aparecida Perez – SP
    Maria Celeste de Sousa da Silva – RS
    Nalu Faria – SP
    Nilmário Miranda – MG
    Paulo Vannuchi – SP
    Pedro Eugênio – PE
    Raimunda Monteiro – PA
    Regina Novaes – RJ
    Ricardo de Azevedo – SP
    Selma Rocha – SP
    Severine Macedo – SC

    sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

    Perereca comenta retirada de candidatura de Megale

    "Ao renunciar, na manhã de ontem, à candidatura à Presidência da Alepa, o ilustre deputado afirmou que o fazia em nome da decência, e não do “jogo político rasteiro”.

    E, assim, errou novamente.

    Não há nada de “rasteiro” na divulgação dessas informações.

    Pelo contrário: o acesso a elas é um direito inalienável dos cidadãos.

    Elas não têm a ver com as preferências pessoais de Megale, com a família dele, com nada, rigorosamente nada, que diga respeito à vida privada do ilustre deputado.

    Dizem respeito é à utilização, supostamente criminosa, de recursos públicos.

    Por isso, colocam de pronto um imperativo moral, do maior interesse para a coletividade.

    Pouco importa se Megale é inocente ou culpado, pois isso só quem vai dizer é a Justiça – se o caso chegar à Justiça.

    Mas quem carrega no costado acusações como essas, não pode ser candidato à Presidência de um Poder.

    E, especialmente, do mesmíssimo Poder no qual tais crimes teriam sido cometidos.

    Esse imperativo moral também coloca questões complicadíssimas ao nobre deputado e aos tucanos paraenses.

    Quando estavam na oposição, os tucanos berravam até mesmo contra um copo de uísque que a ex-governadora Ana Júlia Carepa tomava em um bar, fora do horário de expediente, como se isso fizesse dela - ou de qualquer mulher - uma vagabunda.

    No entanto, parecem ter achado “perfeitamente natural” a candidatura de Megale à Presidência da Alepa.

    Assim como parecem ter considerado “perfeitamente natural” a nomeação de um delegado acusado de tortura, para o comando da polícia metropolitana; e a nomeação de Antonio Cláudio Fernandes Farias para o comando da área de Análise Criminal da Segup, apesar de ele responder a processo por peculato - no qual, aliás, acabou condenado, no mês passado, a cinco anos de reclusão.

    No mínimo, essa contradição tucana demonstra uma séria incapacidade de separar o público do privado."

    Leia mais em Opinião: o Caso Megale e a eloquência do silêncio.

    Diretório Nacional do PT publica resolução sobre eleições municipais



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    http://www.pt.org.br/arquivos/Balanco_Eleitoral_2012.pdf

    O comunismo ético de Oscar Niemeyer

    Por Leonardo Boff, no sítio da Adital:

    Não tive muitos encontros com Oscar Niemeyer. Mas os que tive foram longos e densos. Que falaria um arquiteto com um teólogo senão sobre Deus, sobre religião, sobre a injustiça dos pobres e sobre o sentido da vida?

    Nas nossas conversas, sentia alguém com uma profunda saudade de Deus. Invejava-me que, me tendo por inteligente (na opinião dele) ainda assim acreditava em Deus, coisa que ele não conseguia. Mas eu o tranquilizava ao dizer: o importante não é crer ou não crer em Deus. Mas viver com ética, amor, solidariedade e compaixão pelos que mais sofrem. Pois, na tarde da vida, o que conta mesmo são tais coisas. E nesse ponto ele estava muito bem colocado. Seu olhar se perdia ao longe, com leve brilho.

    Impressionou-se sobremaneira, certa feita, quando lhe disse a frase de um teólogo medieval: "Se Deus existe como as coisas existem, então Deus não existe”. E ele retrucou: "mas que significa isso?” Eu respondi: "Deus não é um objeto que pode ser encontrado por ai; se assim fosse, ele seria uma parte do mundo e não Deus”. Mas então, perguntou ele: "que raio é esse Deus?” E eu, quase sussurrando, disse-lhe: "É uma espécie de Energia poderosa e amorosa que cria as condições para que as coisas possam existir; é mais ou menos como o olho: ele vê tudo mas não pode ver a si mesmo; ou como o pensamento: a força pela qual o pensamento pensa, não pode ser pensada”. E ele ficou pensativo. Mas continuou: "a teologia cristã diz isso?” Eu respondi: "diz mas tem vergonha de dizê-lo, porque então deveria antes calar que falar; e vive falando, especialmente os Papas”. Mas consolei-o com uma frase atribuída a Jorge Luis Borges, o grande argentino:”A teologia é uma ciência curiosa: nela tudo é verdadeiro, porque tudo é inventado”. Achou muita graça. Mais graça achou com uma bela trouvaille de um gari do Rio, o famoso "Gari Sorriso: "Deus é o vento e a lua; é a dinâmica do crescer; é aplaudir quem sobe e aparar quem desce”. Desconfio que Oscar não teria dificuldade de aceitar esse Deus tão humano e tão próximo a nós.

    Mas sorriu com suavidade. E eu aproveitei para dizer: "Não é a mesma coisa com sua arquitetura? Nela tudo é bonito e simples, não porque é racional mas porque tudo é inventado e fruto da imaginação”. Nisso ele concordou adiantando que na arquitetura se inspira mais lendo poesia, romance e ficção do que se entregando a elucubrações intelectuais. E eu ponderei: "na religião é mais ou menos a mesma coisa: a grandeza da religião é a fantasia, a capacidade utópica de projetar reinos de justiça e céus de felicidade. E grande pensadores modernos da religião como Bloch, Goldman, Durkheim, Rubem Alves e outros não dizem outra coisa: o nosso equívoco foi colocar a religião na razão quando o seu nicho natural se encontra no imaginário e no princípio esperança. Ai ela mostra a sua verdade. E nos pode inspirar um sentido de vida.”

    Para mim a grandeza de Oscar Niemeyer não reside apenas na sua genialidade, reconhecida e louvada no mundo inteiro. Mas na sua concepção da vida e da profundidade de seu comunismo. Para ele "a vida é um sopro”, leve e passageiro. Mas um sopro vivido com plena inteireza. Antes de mais nada, a vida para ele não era puro desfrute, mas criatividade e trabalho. Trabalhou até o fim, como Picazzo, produzindo mais de 600 obras. Mas como era inteiro, cultivava as artes, a literatura e as ciências. Ultimamente se pôs a estudar cosmologia e física quântica. Enchia-se de admiração e de espanto diante da grandeur do universo.

    Mas mais que tudo cultivou a amizade, a solidariedade e a benquerença para com todos. "O importante não é a arquitetura” repetia muitas vezes, "o importante é a vida”. Mas não qualquer vida; a vida vivida na busca da transformação necessária que supere as injustiças contra os pobres, que melhore esse mundo perverso, vida que se traduza em solidariedade e amizade. No JB de 21/04/2007 confessou: ”O fundamental é reconhecer que a vida é injusta e só de mãos dadas, como irmãos e irmãs, podemos vive-la melhor”.

    Seu comunismo está muito próximo daquele dos primeiros cristãos, referido nos Atos dos Apóstolos nos capítulos 2 e 4. Ai se diz que "os cristãos colocavam tudo em comum e que não havia pobres entre eles”. Portanto, não era um comunismo ideológico, mas ético e humanitário: compartilhar, viver com sobriedade, como sempre viveu, despojar-se do dinheiro e ajudar a quem precisasse. Tudo deveria ser comum. Perguntado por um jornalista se aceitaria a pílula da eterna juventude, respondeu coerentemente: "aceitaria se fosse para todo mundo; não quero a imortalidade só para mim”.

    Um fato ficou-me inesquecível. Ocorreu nos inícios dos anos 80 do século passado. Estando Oscar em Petrópolis, me convidou para almoçar com ele. Eu havia chegado naquele dia de Cuba, onde, com Frei Betto, durante anos dialogávamos com os vários escalões do governo (sempre vigiados pelo SNI), a pedido de Fidel Castro, para ver se os tirávamos da concepção dogmática e rígida do marxismo soviético. Eram tempos tranquilos em Cuba que, com o apoio da União Soviética, podia levar avante seus esplêndidos projetos de saúde, de educação e de cultura. Contei que, por todos os lados que tinha ido em Cuba, nunca encontrei favelas mas uma pobreza digna e operosa. Contei mil coisas de Cuba que, segundo frei Betto, na época era "uma Bahia que deu certo”. Seus olhos brilhavam. Quase não comia. Enchia-se de entusiasmo ao ver que, em algum lugar do mundo, seu sonho de comunismo poderia, pelo menos em parte, ganhar corpo e ser bom para as maiorias.

    Qual não foi o meu espanto quando, dois dias após, apareceu na Folha de São Paulo, um artigo dele com um belo desenho de três montanhas, com uma cruz em cima. Em certa altura dizia: "Descendo a serra de Petrópolis ao Rio, eu que sou ateu, rezava para o Deus de Frei Boff para que aquela situação do povo cubano pudesse um dia se realizar no Brasil”. Essa era a generosidade cálida, suave e radicalmente humana de Oscar Niemeyer.

    Guardo uma memória perene dele. Adquiri de Darcy Ribeiro, de quem Oscar era amigo-irmão, uma pequeno apartamento no bairro do Alto da Boa-Vista, no Vale Encantando. De lá se avista toda a Barra da Tijuca até o fim do Recreio dos Bandeirantes. Oscar reformou aquele apartamento para o seu amigo, de tal forma que de qualquer lugar que estivesse, Darcy (que era pequeno de estatura), pudesse ver sempre o mar. Fez um estrado de uns 50 centímetros de altura E como não podia deixar de ser, com uma bela curva de canto, qual onda do mar ou corpo da mulher amada. Aí me recolho quando quero escrever e meditar um pouco, pois um teólogo deve cuidar também de salvar a sua alma.

    Por duas vezes se ofereceu para fazer uma maquete de igrejinha para o sítio onde moro em Araras em Petrópolis. Relutei, pois considerava injusto valorizar minha propriedade com uma peça de um gênio como Oscar. Finalmente, Deus não está nem no céu nem na terra, está lá onde as portas da casa estão abertas.

    A vida não está destinada a desaparecer na morte, mas a se transfigurar alquimicamente através da morte. Oscar Niemeyer apenas passou para o outro lado da vida, para o lado invisível. Mas o invisível faz parte do visível. Por isso ele não está ausente, mas está presente, apenas invisível. Mas sempre com a mesma doçura, suavidade, amizade, solidariedade e amorosidade que permanentemente o caracterizou. E de lá onde estiver, estará fantasiando, projetando e criando mundos belos, curvos e cheios de leveza.

    Diretório Nacional do PT - Resolução sobre a Argentina!

     

    REUNIÃO DO DIRETÓRIO NACIONAL DO PARTIDO DOS TRABALHADORES
    Brasília, 07 e 08 de dezembro de 2012

    RESOLUÇÃO SOBRE A ARGENTINA


    A liberdade de expressão, o pluralismo e a tolerância são componentes fundamentais da democracia, especialmente neste momento da historia, em que a comunicação de massas adquiriu imensa influência.

    Coerente com isto, o Partido dos Trabalhadores defende a adoção, no Brasil, de medidas previstas na Constituição de 1988 e à espera de regulamentação, que impeçam a existência de monopólios, especialmente a concentração de rádios e TVsnas mãos de poucas empresas.

    Pelo mesmo motivo, o PT acompanhou com atenção a decisão do governo e do Congresso da Argentina, de aprovar a chamada Ley de Médios. A nova legislação prevê que uma pessoa ou empresa possa possuir 24 sistemas de televisão por cabo e10 licenças de radio-difusão – sejam de radio, FM, AM ou televisão aberta. Hoje, um único grupo, o Clarin, detém 250 licenças.

    Portanto, ao contrário do que afirmam setores da mídia brasileira a nova legislação argentina contribui para ampliar a liberdade de expressão e aprofundar as transformações democráticas e sociais implementadas pelos governos Nestor e Cristina Kirchner.


    Brasília, 07 de dezembro de 2012.

    Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores

    quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

    FHC e os tempos do engavetador-geral

    Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:
     O que é mais vergonhoso para um presidente da República? Ter as ações de seu governo investigadas e os responsáveis, punidos, ou varrer tudo para debaixo do tapete? Eis a diferença entre Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva: durante o governo do primeiro, nenhuma denúncia – e foram muitas – foi investigada; ninguém foi punido. O segundo está tendo que cortar agora na própria carne por seus erros e de seu governo simplesmente porque deu autonomia aos órgãos de investigação, como a Polícia Federal e o Ministério Público. O que é mais republicano? Descobrir malfeitos ou encobri-los?

    FHC, durante os oito anos de mandato, foi beneficiado, sim, ao contrário de Lula, pelo olhar condescendente dos órgãos públicos investigadores. Seu procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, era conhecido pela alcunha vexaminosa de “engavetador-geral da República”. O caso mais gritante de corrupção do governo FHC, em tudo similar ao “mensalão”, a compra de votos para a emenda da reeleição, nunca chegou ao Supremo Tribunal Federal nem seus responsáveis foram punidos porque o procurador-geral simplesmente arquivou o caso. Arquivou! Um escândalo.

    Durante a sabatina de recondução de Brindeiro ao cargo, em 2001, vários parlamentares questionaram as atitudes do envagetador, ops, procurador. A senadora Heloísa Helena, ainda no PT, citou um levantamento do próprio MP segundo o qual havia mais de 4 mil processos parados no gabinete do procurador-geral. Brindeiro foi questionado sobre o fato de ter sido preterido pelos colegas numa eleição feita para indicar ao presidente FHC quem deveria ser o procurador-geral da República.

    Lula, não. Atendeu ao pedido dos procuradores de nomear Claudio Fonteles, primeiro colocado na lista tríplice feita pela classe, em 2003, e em 2005, ao escolher Antonio Fernando de Souza, autor da denúncia do mensalão. Detalhe: em 2007, mesmo após o procurador-geral fazer a denúncia, Lula reconduziu-o ao cargo. Na época, o presidente lembrou que escolheu procuradores nomeados por seus pares, e garantiu a Antonio Fernando: “Você pode ser chamado por mim para tomar café, mas nunca será procurado pelo presidente da República para pedir que engavete um processo contra quem quer que seja neste país.”
 E assim foi.

    Privatizações, Proer, Sivam… Pesquisem na internet. Nada, nenhum escândalo do governo FHC foi investigado. Nenhum. O pior: após o seu governo, o ex-presidente passou a ser tratado pela imprensa com condescendência tal que nenhum jornalista lhe faz perguntas sobre a impunidade em seu governo. Novamente, pesquisem na internet: encontrem alguma entrevista em que FHC foi confrontado com o fato de a compra de votos à reeleição ter sido engavetada por seu procurador-geral. Depois pesquisem quantas vezes Lula teve de ouvir perguntas sobre o “mensalão”. FHC, exatamente como Lula, disse que “não sabia” da compra de votos para a reeleição. Alguém questiona o príncipe?

    Esta semana, o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da presidência, colocou o dedo na ferida: “Os órgãos todos de vigilância e fiscalização estão autorizados e com toda liberdade garantida pelo governo. Eu quero insistir nisso, não é uma autonomia que nasceu do nada, porque antes não havia essa autonomia, nos governos Fernando Henrique não havia autonomia, agora há autonomia, inclusive quando cortam na nossa própria carne”, disse Carvalho. É verdade.

    Imediatamente FHC foi acionado pelos jornais para rebater o ministro. “Tenho 81 anos, mas tenho memória”, disse o ex-presidente. Nenhum jornalista foi capaz de refrescar suas lembranças seletivas e falar do “engavetador-geral” e da compra de votos à reeleição. Pois eu refresco: nunca antes neste País se investigou tanto e com tanta independência. A ponto de o ministro da Justiça ser “acusado” de não ter sido informado da operação da PF que revirou a vida de uma mulher íntima do ex-presidente Lula. Imagina se isso iria acontecer na época de FHC e do seu engavetador-geral.

    O erro do PT foi, fazendo diferente, agir igual.